Azul pretende utilizar combustível renovável em seus voos no Brasil

Os discursos durante o Congresso Mercado Global de Carbono foram marcados por falas a respeito de sustentabilidade e inovação tecnológica para a otimização do uso da energia no país.

A companhia aérea Azul quer começar a utilizar biocombustíveis em seus voos no Brasil. Em conversas com fabricantes de aviões, a Azul demonstrou interesse em viabilizar a mistura de um Combustível de Aviação Sustentável (SAF – sigla em inglês) com o querosene de origem fóssil.

A informação foi dada pelo CEO da empresa, John Rodgerson, durante o Congresso Mercado Global de Carbono, organizado pela Petrobras e pelo Banco do Brasil. O CEO ainda destacou a potencialidade do Brasil na produção do SAF, que pode ser produzido por meio da atividade agropecuária, e criticou os preços dos combustíveis no país:

“Se nós usarmos o que temos no Brasil, alguns lugares têm três safras ao ano e podem produzir SAF. Podemos começar a abastecer nossas aeronaves em um preço quase igual ao que temos hoje [do querosene] (…) Já estou pagando o preço mais caro do mundo aqui no Brasil para abastecer nossas aeronaves.”

A Azul ainda pretende oferecer uma compensação aos seus clientes sobre a emissão de carbono em voos no Brasil. Segundo John Rodgerson, “em dois meses na Azul você vai poder fazer isso” e o custo adicional seria de 75 reais.

 

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Santander Brasil dobra volume de crédito para energia solar em 1 ano

Com valor de parcelas do financiamento que chegam a ficar abaixo do custo mensal da energia elétrica padrão, Banco eleva em mais de 100% a quantidade de clientes pelo terceiro ano consecutivo.

O Santander concedeu, em 2021, mais de R$ 5,3 bilhões para financiar a compra de equipamentos e a instalação de sistemas geradores de energia solar em residências e empresas. Pelo terceiro ano consecutivo, o Banco dobra a concessão de crédito para instalações. O resultado é efeito da estratégia do Banco de facilitar o acesso para pessoas físicas e jurídicas à produção própria de energia elétrica, de forma limpa e sustentável.

Para impulsionar o acesso à geração solar, a estratégia do Banco passa pela oferta de planos com parcelas que empatam com o custo mensal da conta de energia elétrica convencional, chegando mesmo a ficar abaixo do valor. O que acaba representando uma vantagem significativa para consumidores que buscam reduzir despesas no longo prazo.

“A demanda é impulsionada, principalmente, pela facilidade do crédito para aquisição do sistema e sua instalação. O empenho do Banco em democratizar a geração de energia limpa no país ainda ajuda a puxar para baixo os preços dos equipamentos”, avalia Marcio Giovannini, superintendente executivo de Bens e Serviços da Santander Financiamentos.

A compensação financeira para quem substitui a conta de luz pela parcela de um financiamento, no entanto, não é o único incentivo para a geração fotovoltaica. Segundo Giovannini, há outros fatores que impulsionam a busca por energia sustentável no Brasil. Um deles é conhecimento que o mercado vem adquirindo dos benefícios dessa nova forma de geração – principalmente entre os consumidores com preocupações ambientais.

“A motivação ambiental acaba sendo decisiva para empresas e residências optarem pela troca”, completa o executivo do Santander. Vale destacar que o aumento das buscas em 2021 pelo sistema de geração solar se deu de maneira ainda mais intensa entre pessoas físicas, com quatro vezes mais demanda do que no ano anterior.

Hoje, o Banco é responsável por aproximadamente 35% dos financiamentos de projetos fotovoltaicos em escalas comercial e residencial no mercado brasileiro. Em 2021, a Santander Financiamentos, financeira do Santander, triplicou o número de parceiros comerciais no país em relação ao número de 2019.

O Santander disponibiliza linhas de crédito para financiamento sustentável desde o início de 2017 e, de lá para cá, cresce de forma recorrente em mais de dois dígitos. A expectativa do banco para 2022 é dobrar a concessão de crédito para o setor em relação a 2021, contribuindo para a disseminação da energia solar em todo o país.

 

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Empresa israelense usa ar e água para armazenar energia solar para a noite

Excesso de energia dos painéis solares aciona um sistema onde a água é usada para condensar ar, em tanques subterrâneos, que depois é usado para alimentar uma turbina e gerar eletricidade.

A energia renovável dos sistemas movidos a energia solar e eólica no extremo sul de Israel não pode ser armazenada sem custo extra –um grande obstáculo nos esforços do mundo para se livrar dos combustíveis poluentes e evitar uma catástrofe climática.

Mas no Kibbutz Yahel, os moradores começaram a usar uma nova tecnologia que pode armazenar energia solar de forma barata e produzir energia no período noturno.

Durante o dia, o excesso de energia dos painéis solares aciona um sistema onde a água é usada para condensar ar, em tanques subterrâneos. Após o pôr do sol, o ar é liberado para alimentar uma turbina e gerar eletricidade. E o ciclo se repete pela manhã.

“Outros kibutzim estão esperando e observando para ver se isso funciona e certamente pode se tornar a solução de armazenamento de energia limpa para a região”, disse Yossi Amiel, gerente de negócios de Yahel.

O sistema foi desenvolvido pela Augwind Energy, uma empresa negociada em Tel Aviv com valor de mercado de 1,2 bilhão de shekels (386 milhões de dólares).

Ao contrário das plataformas acima do solo que trabalham com ar condensado e requerem um terreno significativo, a empresa diz que seu produto, um tanque de aço relativamente fino com um revestimento de polímero especial, pode ser colocado diretamente na fonte de energia com um custo menor.

A ‘AirBattery’ de Augwind é cerca de 80% eficiente no armazenamento de energia, um pouco menos do que as baterias, mas, ao contrário das baterias, não se degrada com o tempo.

O presidente-executivo da Augwind, ou Yogev, diz que o preço está no mesmo nível das baterias de íon de lítio, cerca de 250 dólares por quilowatt-hora, e que vai cair no próximo ano para menos de 200 dólares à medida que chegarem a mais clientes.

A empresa já arrecadou 60 milhões de dólares de investidores institucionais, disse ele.

“Nos próximos anos, teremos milhares de megawatts-hora instalados usando a tecnologia ‘AirBattery’. Essa é a nossa previsão”, disse Yogev. “Mesmo isso, quando você compara com o tamanho do mercado, ainda é muito pequeno.”

 

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Cientistas criam tinta especial que captura luz solar e transforma em energia elétrica

Cada vez mais o mundo está trocando as formas convencionais de obtenção de energia por fontes limpas e renováveis, como a energia solar. Isso se dá em grande parte pela conscientização ambiental, mas também, por outro lado, pela economia e vantagens adquiridas com a utilização da luz do sol. O investimento inicial despendido na instalação de painéis coletores desse tipo de energia é rapidamente recuperado em pouco tempo por causa da redução do valor pago à distribuidora de energia elétrica.

As novas tecnologias estão contribuindo e muito para esse objetivo. Recentemente, na Austrália, foi divulgada a notícia do desenvolvimento de uma tinta capaz de capturar a luz solar e convertê-la em energia elétrica. As expectativas são boas, pois essa nova tecnologia pode incentivar as pessoas ainda mais na mudança e utilização desse recurso, uma vez que ela terá um custo muito mais acessível. A ideia do projeto é otimizar a aplicação da energia solar no mundo todo. As pesquisas que estão sendo realizadas são feitas por pesquisadores do Royal Melbourne Institute of Technology (RMIT).

O que é tinta solar e como ela funciona?

A tecnologia desse tipo de tinta solar é projetada para capturar a luz solar para convertê-la em eletricidade. Uma camada dessa tinta pode ser, então, pintada sobre qualquer material, nas paredes ou plástico, por exemplo. A composição química da tinta absorve a luz solar e ainda repele a umidade, permitindo mais durabilidade e resistência na exposição ao ambiente, já que há a separação do oxigênio e do hidrogênio. Dessa forma, é possível transformar o oxigênio em combustível quando ela é empregada na célula de energia.

Em suma, a tinta solar é um tipo de tinta que utiliza compostos químicos para, por meio da luz do sol, absorver o vapor d’água do ambiente. Após esse processo, ela é responsável por quebrar esse vapor em moléculas de hidrogênio e oxigênio, que poderão ser usadas para gerar energia limpa.

Isso permite que a tinta seja incorporada em qualquer dispositivo, atuando de forma eficaz para gerar eletricidade. Ela ainda é algumas vezes menos eficiente do que os painéis solares padrão de silício, mas os pesquisadores esperam melhorar isso.

Para realizar esse processo, eles acrescentaram à tinta solar um composto que age de forma similar ao gel de sílica. Além de absorver a umidade, ele é capaz de atuar como um semicondutor, visto que possui o sulfureto de molibdênio sintético em sua composição.

Ao entrar em contato com a luz do sol, esse composto permite a catalisação envolvida na divisão dos átomos de hidrogênio e oxigênio da água.

Tipos de tinta solar

Até aqui, mencionamos o tipo mais comum de tinta solar, que é conhecido como tinta solar de hidrogênio. Entretanto, existem outros dois tipos que ainda não estão disponíveis no mercado, pois se encontram em fase de pesquisa.

Um deles é a tinta fotovoltaica, que também pode ser chamada de células solares de ponto quântico. Ela foi elaborada na Universidade de Toronto e é semicondutora em nanoescala, o que torna possível a absorção da luz e sua transformação em energia elétrica.

O outro tipo é a tinta solar de perovskita, formada por uma substância oriunda de um mineral de óxido de cálcio e titânico. Uma de suas principais características é a sua capacidade de se tornar líquida, o que faz com que seja ideal para a pintura solar.

Possibilidades de utilização no futuro

Ao redor do mundo, diversos laboratórios estão realizando pesquisas para desvendar as aplicações práticas das tintas solares. Nesses estudos, algumas possibilidades já foram identificadas.

Essa tecnologia poderá servir de complemento aos painéis solares, otimizando o desempenho dos sistemas fotovoltaicos. Isso porque esses equipamentos contariam com uma fonte adicional de energia caso seus tetos e paredes fossem pintados com tinta solar.

Com o uso dessa tinta, também é possível proporcionar uma capacidade adicional de geração solar em veículos ou, até mesmo, produzir energia de maneira autônoma.

Além disso, essa produção de energia feita de maneira autônoma pelas tintas solares propicia maior nível de eficiência e custos reduzidos, podendo se tornar uma alternativa para empresas e residências.

Quando a tinta solar deve chegar ao mercado?

Como mencionamos, as tintas solares já apresentam resultados em laboratórios. No entanto, segundo os pesquisadores, levará pelo menos cinco anos para que as primeiras aplicações reais sejam realizadas.

Portanto, daqui a alguns anos, a tecnologia estará disponível no mercado, caminhando ao lado de outras tecnologias inovadoras e permitindo o avanço do setor fotovoltaico.

Será excelente quando a indústria puder entregar uma energia semelhante a um custo significativamente reduzido. O preço do silício está diminuindo, mas o valor do plástico é bem mais barato. A tinta tem um custo muito baixo e isso é uma enorme vantagem. Além disso, sua consistência é melhor do que o silício, pois ela resiste melhor a diversas condições. É notável que a energia solar está se desenvolvendo e vai crescer ainda mais no futuro, e a tendência é a diminuição na utilização de combustível fóssil.

Vários benefícios da energia solar podem ser conquistados também individualmente, já que ela está disponível por meio de empresas privadas que comercializam painel gerador de energia solar para residências ou empresas que procuram redução de custos e colaboração com o meio ambiente. O objetivo dessas companhias é tornar o mundo um lugar melhor para se viver a cada dia.

O Portal Solar é o maior website de energia solar do Brasil e também possui o maior banco de dados de empresas qualificadas no país para instalar sistemas fotovoltaicos em sua casa ou empresa. Encontre a empresa de energia solar mais próxima de você e solicite um orçamento grátis ou simule o custo.

 

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Brasil desenvolve sua primeira telha de concreto que capta energia solar

A primeira telha de concreto capaz de transformar a luz solar em energia elétrica do Brasil começou a ser comercializada pela empresa do setor de construção civil Eternit. Inéditas no país até então, as telhas fotovoltaicas de concreto BIG-F10 são resultado de três anos de testes e adaptações para que as células fotovoltaicas pudessem ser integradas no material. “No caso da Tégula Solar, elas são aplicadas diretamente no concreto respeitando o formato em curvas das telhas”, diz a marca. Quem instalar as telhas em sua residência poderá captar a luz solar para a produção de energia elétrica sem a necessidade de painéis adicionais. “O que existe hoje em larga escala são placas fotovoltaicas cujos modelos precisam ser instalados em cima dos telhados”, explica Luiz Antonio Lopes, responsável pela área de desenvolvimento de novos negócios da Eternit.

As primeiras unidades foram vendidas para clientes selecionados no Estado de São Paulo e na região de sua unidade fabril, em Atibaia, e nos próximos meses devem ser disponibilizadas para o público em geral, segundo a companhia. A seleção foi feita pela equipe técnica e comercial da empresa com base na capacidade inicial de produção e na formação de um portfólio de projetos de referência para diversas condições climáticas, padrões construtivos e possibilidades de aplicação.

“Queremos democratizar o acesso à energia elétrica originada a partir de fontes renováveis no Brasil, através de uma tecnologia revolucionária que pode gerar retornos sobre o investimento em um período de três a cinco anos”, destaca o presidente do Grupo Eternit, Luís Augusto Barbosa.

A telha Tégula Solar mede 36,5 cm por 47,5 cm e é composta de concreto, com a incorporação de células fotovoltaicas em sua superfície. Sua potência é de 9,16 watts, o que representa uma capacidade média mensal de produção de 1,15 Kwh, com vida útil estimada em 20 anos.

“É um produto de fácil instalação e que não interfere na arquitetura das construções, com peso e estrutura semelhantes ao das telhas convencionais, mas que agrega valor ao telhado, além de oferecer proteção, conforto térmico e acústico”, acrescenta Lopes.

 

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USP ergue 1º edifício climatizado com energia do solo

Tubos colocados dentro das fundações de sustentação da construção permitem a troca de calor, que no subsolo é constante em 24 graus; sistema permite aquecer ou resfriar ambientes.

Um edifício com ambientes climatizados pelo aproveitamento de energia geotérmica disponível no subsolo que chega à superfície por meio das fundações da construção. Esse uso da geotermia, que há décadas ajuda a aquecer edificações na Europa e dos EUA, começa a sair do papel em São Paulo.

Projeto desenvolvido pela equipe da professora Cristina de Hollanda Cavalcanti Tsuha, da Escola de Engenharia de São Carlos, da USP, em conjunto colegas da Escola Politécnica da USP, vai testar a aplicação da energia na troca de temperatura de áreas do prédio com o subsolo a partir de tubulações colocadas dentro de elementos das fundações que sustentam as construções.

“A ideia é usar tubos de polietileno por dentro das fundações enterradas no terreno e, por eles, circular um fluido (normalmente água) para trocar calor com o subsolo, que tem temperatura constante, usada para aquecer ou resfriar ambientes com auxílio de uma bomba de calor”, explica a engenheira civil que coordena uma pesquisa focada no comportamento destas fundações com função adicional de reduzir o consumo de energia na climatização.

“Será o primeiro prédio a ter este sistema de geotermia superficial pelas fundações em SP, e acredito que no Brasil”, diz a engenheira.”Desconheço se existe outro. Se existe, não foi divulgado”, conclui.

As fundações por estacas permitem o aproveitamento da temperatura natural do solo, constante ao longo do ano, para regular o clima de ambientes na superfície. Experimentos feitos a 20 metros superficiais de terreno em São Paulo apontam temperatura de 24 graus. De acordo com a professora, a temperatura da camada superficial do solo, a partir de pequena profundidade, é próxima da temperatura média anual do local.

A engenheira explica que o bombeamento da água que circula dentro das fundações é feito por uma bomba de calor geotérmica, usada para absorver e liberar calor. “Essa bomba remove o calor de ambientes no verão e dispersa no solo, e no inverno transfere o calor do solo para os ambientes para aquecimento”, explica a engenheira.

A professora argumenta que a técnica já funciona há algum tempo, principalmente na Europa, onde a geotermia superficial é usada para aquecer ou resfriar edifícios.

Ela conta que esse tipo de energia tem sido explorada em vários países, normalmente em profundidades de até 200 metros. As primeiras experiências datam dos anos 1950, mas o aproveitamento da geotermia pelas fundações de edifícios começou nos anos 80 na Europa.

Cristina exemplifica o aproveitamento da temperatura constante do subsolo ao longo do ano citando também as caves subterrâneas para armazenar vinhos na França, ou até em casos mais antigos, como os ancestrais humanos que habitavam cavernas para se proteger de baixas ou elevadas temperaturas acima da superfície.

“Na Europa, países como França, Suíça, Áustria, Alemanha e Inglaterra já usam esses sistemas para aquecimentos das edificações”, argumenta a engenheira. “Isso, portanto, não é novo. O que estamos fazendo agora aqui na USP com esse projeto, com as fundações trocadoras de calor prontas desde 2019, mas com a obra paralisada pela pandemia, é testar o uso da energia geotérmica superficial pelas fundações nas condições de clima subtropical do terreno em São Paulo”, afirma a professora da USP.

A equipe de cientistas da USP quer avaliar o uso desta tecnologia no resfriamento de prédios residenciais e comerciais, hospitais e até shoppings, reduzindo o consumo de energia elétrica necessária para os sistemas de ar-condicionado.

A professora cita ainda experiências em Melbourne, na Austrália, onde as tubulações para troca de calor com o subsolo são usadas em túneis do metrô para reduzir o custo de energia e manter a climatização das estações. “Esta tecnologia de aproveitamento de energia geotérmica superficial por meio de túneis já é utilizada na Europa”, reforça a especialista.

A pesquisa sobre o uso de energia geotérmica superficial por meio das fundações, coordenada pela Cristina Tsuha, foi iniciada em 2014 e contou com o estudo de doutorado da engenheira civil Thaise Morais, desenvolvida na EESC-USP, em São Carlos.

O trabalho teve apoio da Fapesp e do CNPq. “O trabalho de doutorado de Thaise recebeu o Prêmio Costa Nunes da Associação Brasileira de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica (ABMS), referente ao biênio 2018-2019”, destacou a orientadora.

Em São Paulo, a experiência está sendo feita em uma construção existente no Centro de Inovação em Construção Sustentável (CICs), um laboratório, que funcionará ao lado do prédio da Escola Politécnica, na Cidade Universitária. As fundações do prédio foram equipadas com tubos de PEAD, por onde vai circular água para a troca de calor com o subsolo para resfriar ambientes.

“A nossa ideia aqui é avaliar por meio de testes e monitoramentos o quanto poderemos reduzir o consumo de energia elétrica para ar-condicionado, que tem crescido nos últimos anos”, comenta a especialista. Além disso, destaca a professora, trata-se de uma energia limpa, que pode ajudar na redução da emissão de carbono na atmosfera.

Segundo a professora, há uma variedade de opções no uso dessa energia. Construções já existentes também podem ganhar adaptações a partir de escavação de poços ou valas para montagem do sistema. Para o uso desta energia, prédios podem receber redes de tubos nos pisos, tetos e paredes para circulação de água que vai aquecer ou resfriar os ambientes.

A engenheira acrescenta que como a demanda para climatização do edifício do CICs em construção é apenas para resfriamento de ambientes, diferente dos casos de uso de geotermia superficial em outros países, onde a demanda para resfriamento e aquecimento de ambientes é equilibrada ao longo do ano, um dos desafios do estudo está em observar se a contínua rejeição de calor no subsolo ao longo do tempo aumentará a sua temperatura, influenciando na eficiência do sistema. E se o comportamento das fundações é afetado.

Ela pondera que o monitoramento contínuo neste estudo poderá apontar a ocorrência de acúmulo de calor no solo e, portanto, mostrar se será necessário o uso de estratégias como ativar e desativar a troca de calor em parte das fundações ou extrair calor do subsolo para aquecimento de água ou ambientes.

Projeto abordará agenda preocupada com o meio ambiente

No site do CICS, da USP, o projeto do Living Lab mostra a construção de um prédio que servirá de suporte para diversas aplicações de engenharia e arquitetura voltadas para uma agenda preocupada com o meio ambiente. “O projeto inclui soluções água, energia – incluindo geração decentralizada de energia na direção de edifício com zero-net energy balanço – condicionamento ambiental, iluminação, sistema construtivos, uso de novos materiais”.

De acordo com a proposta, “as características de Living Lab fazem um edifício para demonstrar soluções avançadas de instrumentação de edifícios. A vocação de demonstrar empurrar as fronteiras da tecnologia valoriza a busca de soluções que permitam maximizar os benefícios do processo produtivo, com soluções multifuncionais, sistemas reusáveis, sistemas adaptáveis ou ativos e geração decentralizada de energia. A integração dos edifícios ao mundo digital inclui soluções da área de internet-of-things (IoT), planejamento da vida útil, são também interesses.”, informa o site do projeto, que foi lançado em 2016 e agora está sendo retomado.

Créditos da matéria: https://www.terra.com.br/

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BID lança campanha de apoio à retomada verde nos municípios brasileiros

Objetivo é promover a conscientização e a capacitação de gestores e servidores públicos para ações de eficiência energética e geração distribuída com fonte solar fotovoltaica. O Banco oferece gratuitamente ferramentas tecnológicas como a Enerflix, plataforma de cursos, simulações e suporte para elaboração de projetos.

O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) está lançando a campanha “Enerflix: valorizar a cidade, iluminar o futuro. O objetivo é contribuir para que os municípios brasileiros adotem iniciativas sustentáveis para a retomada econômica e promovam medidas de transição energética, reduzindo emissões de gases de efeito estufa. “A crise sanitária impôs grandes desafios à gestão urbana e nos convida a uma reflexão sobre as prioridades e os rumos que queremos tomar como sociedade”, diz Arturo Alarcón, especialista sênior da Divisão de Energia do BID. “Em todo o mundo, projetos que aliam a geração de empregos, a racionalização no uso de recursos naturais e a descarbonização têm se mostrado um caminho de esperança para superarmos o momento atual”, afirma Carlos B. Echeverría, também especialista sênior em energia do Banco.

Para dar apoio às Prefeituras na elaboração de iniciativas orientadas para a eficiência energética e a adoção de fontes renováveis, como a energia solar, o BID está disponibilizando a plataforma Enerflix (www.enerflix.com.br) para acesso livre e gratuito. A ferramenta tecnológica oferece cursos online, vídeos, e-books e outros materiais de apoio para a capacitação profissional, além de ferramentas de simulação e um módulo passo a passo para o desenvolvimento de projetos, com a indicação das principais linhas de financiamento disponíveis. Há três frentes de ação: eficiência energética em edificações, iluminação pública e geração distribuída de energia elétrica.

O Brasil conta com 5.570 municípios, cujos governantes exercem papel fundamental no processo de transição energética rumo a uma economia de baixo carbono. As cidades representam uma rede abrangente e capilarizada, que contribui para a difusão de políticas públicas voltadas à eficiência energética e ao aproveitamento de fontes renováveis.

O BID vem adotando uma série de iniciativas com o objetivo de impulsionar a transição energética na América Latina e no Caribe, em direção à meta de 70% de fontes renováveis na composição da matriz elétrica regional até 2030.

Os ganhos econômicos e ambientais das medidas de eficiência energética são amplamente reconhecidos: a troca de lâmpadas convencionais por lâmpadas a LED na iluminação pública permite, por exemplo, redução de até 50% do consumo de energia, com ganhos significativos de luminosidade; providências simples em edifícios públicos, como a setorização da iluminação, resultam em economia substancial na conta de luz; e a geração distribuída de energia elétrica permite cortar custos aproveitando recursos renováveis, como a luz do sol. O impacto dessas ações é considerável, já que a conta de luz está entre as três maiores despesas da administração pública.

A campanha “Enerflix: valorizar a cidade, iluminar o futuro” oferece, além da plataforma, encontros online com especialistas e gestores públicos para debater temas como eficiência energética, geração de energia solar, parcerias com universidades, alternativas para a viabilização de projetos e os diversos benefícios econômicos, sociais e ambientais da retomada verde para a população.

Sobre a plataforma Enerflix

A Enerflix (www.enerflix.com.br) foi lançada durante a crise sanitária, em agosto de 2020, como uma ferramenta de apoio aos gestores públicos para a implantação de projetos de desenvolvimento sustentável. A plataforma foi concebida pelo BID e desenvolvida pelo Consórcio iX-FUPAI-FAPEPE, no âmbito da Cooperação Técnica BID BR-T1395 – Apoio ao desenvolvimento de projetos renováveis de geração distribuída e eficiência energética em municípios brasileiros, que conta com recursos do Fundo Especial Japonês.

De forma gratuita, didática e autoexplicativa,  a plataforma oferece treinamento para desenvolvimento de projetos em três frentes: eficiência energética em edificações, eficiência energética em iluminação pública e geração distribuída por meio de sistemas fotovoltaicos. Há também um módulo “Ferramenta de avaliação”, por meio do qual é possível realizar estudos de pré-viabilidade econômica de ações de eficiência energética em prédios públicos e em iluminação pública e de implantação de sistemas fotovoltaicos.

Outros recursos da plataforma são o módulo “Projetos”, no qual o usuário é orientado para a estruturação dos projetos de iluminação pública, de eficiência energética em edifícios públicos (troca de lâmpadas e de aparelhos de ar-condicionado e implantação de sistemas de aquecimento de água) e de implantação de sistemas fotovoltaicos, e o “Meu Município”, no qual é possível comparar como cada município de posiciona em relação aos demais na utilização da plataforma.

Sobre o BID

O Banco Interamericano de Desenvolvimento tem como missão melhorar vidas. Criado em 1959, o BID é uma das principais fontes de financiamento de longo prazo para o desenvolvimento econômico, social e institucional da América Latina e o Caribe. O BID também realiza projetos de pesquisas de vanguarda e oferece assessoria sobre políticas, assistência técnica e capacitação a clientes públicos e privados em toda a região.

 

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Pesquisadores transformam plástico em combustível de aviação

Resíduos plásticos podem se tornar ingredientes para combustível de aviação e outros produtos valiosos. Tudo graças a uma nova tecnologia desenvolvida por pesquisadores da Universidade Estadual de Washington, nos Estados Unidos. Com a novidade, é possível reutilizar o plástico mais facilmente e de maneira econômica.

O processo foi liderado pelo aluno de graduação Chuhua Jia e pelo professor Hongfei Lin, da Escola de Engenharia Química e Bioengenharia Gene e Linda Voiland, e o artigo sobre o trabalho publicado na revista Chem Catalysis. “Na indústria de reciclagem, o custo é fundamental. Este trabalho é um marco para nós avançarmos com essa nova tecnologia para a comercialização”, disse Lin, em entrevista ao site da universidade.

Na reação, os pesquisadores conseguiram converter 90% do plástico em combustível de aviação e outros produtos de hidrocarbonetos valiosos em uma hora, a 220ºC, temperatura considerada moderada. Eles também foram capazes de ajustar facilmente o processo para criar os produtos que desejam. Jia e Lin desenvolveram um processo catalítico para converter de forma eficiente o polietileno em combustível de aviação e lubrificantes.

polietileno é o plástico mais comum, usado em diversos produtos, de sacolas a encanamentos resistentes à corrosão. Para reutilizá-lo, os pesquisadores usaram um catalisador de rutênio em carbono e um solvente mais comum. Nos Estados Unidos, apenas 9% do plástico descartado é reciclado anualmente.

Os pesquisadores conseguiram converter 90% do plástico em combustível de aviação e outros produtos baseados em hidrocarbonetos. Imagem: Reprodução

“Dependendo do mercado, eles podem ajustar o produto que desejam gerar. Eles têm flexibilidade. A aplicação desse processo eficiente pode fornecer uma abordagem promissora para a produção seletiva de produtos de alto valor a partir de resíduos de polietileno”, destacou o professor Hongfei Lin.

Os pesquisadores acreditam que o processo deve ser eficaz com outros tipos de plástico. Agora, eles trabalham para expandir o processo para comercialização futura, com o apoio da Washington Research Foundation.

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Noronha pode se tornar nossa primeira Smart Island

Falar de Cidades Inteligentes, ou Smart Cities, não é mais novidade. Aliás, exemplos bem-sucedidos no mundo têm inspirado muitas cidades brasileiras. Exemplo recente foi o lançamento da Carta Brasileira Cidades Inteligentes, documento de iniciativa do Ministério do Desenvolvimento Regional realizado a muitas mãos e lançado no final do ano passado durante o Smart City Session 2020, evento que figura entre os mais relevantes do nosso País nesse segmento.

O conceito Smart Island, ou ilha inteligente, é fundamentado nos pilares das cidades inteligentes; porém, é importante considerar que as ilhas possuem suas próprias vulnerabilidades e peculiaridades por causa de seu tamanho, distância, dependência energética de combustíveis fósseis, altos custos de transporte, diversificação econômica limitada, sem contar os desafios ambientais.

Experimento social

No entanto, e exatamente por essas peculiaridades, vejo uma ilha como uma ótima oportunidade de se tornar um laboratório vivo para inovação tecnológica, social, ambiental e econômica.

Já temos alguns exemplos de sucesso pelo mundo. Em Portugal, a ilha de Porto Santo está prestes a se tornar uma Smart Island 100% livre de combustíveis fósseis. Iniciativas ligadas a geração e armazenamento de energia renovável, veículos 100% elétricos e conectados, eletropostos inteligentes que entregam energia, mas também devolvem à rede, trazendo oportunidades e novos modelos de negócio à região.

Noronha Smart Island

Noronha, nossa ilha inteligente

Aqui no Brasil, a pouco mais de 500 quilômetros da costa brasileira está a ilha de Fernando de Noronha, patrimônio natural, determinada a se tornar o primeiro território carbono zero do Brasil. A mobilidade e seu ecossistema têm um peso importante no cumprimento dessa meta.

Nessa direção, no ano passado, foi sancionado o Decreto-Lei nº 16.810/20, que regulamenta a entrada e a circulação de carros a combustão na ilha: a partir de 2022, estará proibida a entrada de automóvel convencional no arquipélago e, a partir de 2030, a frota existente deverá ser apenas de veículos elétricos.

Além do decreto e do programa Carbono Zero, empresas e instituições têm se mobilizado. Um dos primeiros passos da companhia de energia Celpe em 2015 foi a compra de um Renault Kangoo ZE l00% elétrico, como parte do projeto de estudos de inovação e sustentabilidade da ilha, iniciativa que responde a 10 dos 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), da ONU.

Em 2019, a Renault, líder de vendas de VE no Brasil e na Europa, ampliou a iniciativa e, em parceria com a administração da ilha, cedeu seis veículos 100% elétricos a serviços de apoio à população. Em março passado, a Renault se junta a importantes parceiros, WEG e a Polo Engenharia, para lançar garagens públicas com geração solar (carport), equipadas com estações de recarga semirrápidas que carregam seis carros ao mesmo tempo. O excedente de energia das garagens solares será direcionado ao consumo da população local.

Enfim, essas são iniciativas importantes que merecem ser comemoradas, mas sabemos que ainda há muito a ser feito. A aliança de pessoas, governos, sociedade civil e setor privado, somando-se a esse ecossistema único, a um capital social significativo e a uma mentalidade empreendedora, demonstra que Noronha tem todas as condições para se tornar a primeira ilha inteligente brasileira, e, com isso, inspirar outras áreas insulares e continentais.

É claro que ter um título é importante, mas o verdadeiro valor está em proporcionar qualidade de vida às pessoas e assegurar que elas estejam no centro dessa solução inteligente, sustentável e inclusiva.

Créditos da matéria: https://mobilidade.estadao.com.br

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Ideias Inovadoras – estudantes da USP

Ideia desenvolvida por equipe de estudantes da USP foi premiada em desafio internacional; projeto alia as estufas verticais à arquitetura das cidades e considera impacto social e economia.

Você sabe o que é uma estufa urbana? Ela é como as estufas tradicionais, um espaço artificial feito para o cultivo, porém em uma construção vertical adaptada para grandes metrópoles. Por aliar sustentabilidade e tecnologia, especialistas acreditam que as estufas verticais podem revolucionar a produção de alimentos. Com a demanda de produção em larga escala para uma população cada vez maior, elas evitariam impactos ambientais nas áreas rurais, como a perda de biomas, e poderiam realizar todo o processo nas próprias cidades, barateando custos, diminuindo perdas e envolvendo os cidadãos, o que incentivaria hábitos de vida saudáveis e sustentáveis.

É nesse contexto que foi desenvolvido o Cora, projeto criado por alunos da USP que foi premiado na categoria Health & Lifestyle no BRICS Award, um desafio de ideias para promoção da qualidade de vida das pessoas e do intercâmbio de soluções entre os países que compõem o bloco das nações emergentes: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

O Cora agrupa diversas atividades da cadeia produtiva dos alimentos em um único espaço, englobando o cultivo, a venda in natura dos alimentos e a comercialização de refeições. Além disso, abrange o descarte dos resíduos orgânicos, que podem ser utilizados no sistema de cultivo, como a composteira que gera o adubo e o biodigestor, que produz parte da energia utilizada pelo empreendimento arquitetônico. E como esse tipo de projeto requer conhecimentos de várias áreas, foi necessário formar uma equipe multidisciplinar, com nove estudantes vindos de dois cursos diferentes: Engenharia Agronômica, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) de Piracicaba, e Arquitetura, do Instituto de Arquitetura e Urbanismo (IAU) de São Carlos.

Confira o vídeo com a maquete eletrônica e áreas que fazem parte do projeto Cora – Construção da Agricultura Revolucionária

Um projeto mais ousado

O projeto Cora surgiu da ideia dos estudantes participarem do desafio internacional de estufas urbanas Urban Greenhouse Challenge de 2019, onde acabaram se classificando entre os seis melhores colocados, considerando competidores de 79 universidades de diversos países, como Espanha, França, Holanda, Israel e Coreia do Sul. Nessa proposta inicial, a tarefa consistiu na construção de uma estufa urbana para a cidade de Dongguan, uma das maiores áreas urbanas do mundo, localizada no centro de inovação da China. O trabalho partiu de estudos sobre a cidade, como características arquitetônicas, culturais e estrutura econômica do município chinês.

“O desafio propunha explorar o potencial da agricultura urbana de forma circular e sustentável envolvendo conhecimentos multidisciplinares. A estufa deveria ser icônica, produzir alimentos seguros e saudáveis para a vizinhança local e estimular um estilo de vida saudável e interações entre os cidadãos”, explica a integrante da equipe Natália Jacomino, estudante de Arquitetura e Urbanismo no IAU. Ainda de acordo com ela, o desafio do grupo não era apenas no desenvolvimento de um espaço voltado à produção, mas também um edifício tecnológico, sustentável e que tivesse áreas destinadas ao uso social, educacional e recreativo.

No decorrer dos estudos, o projeto sofreu adaptações. Inicialmente, o prédio tinha quatro pisos. “A nossa intenção principal era criar um monumento dentro do parque, mas não um marco na paisagem da cidade de Dongguan”, conta Juliana Santos, recém-formada arquitetura pelo IAU. “Quando recebemos o feedback dos jurados, que apontaram que nosso edifício era modesto em comparação aos outros, isso foi o norteador para nós. Optamos por dobrar o número de pavimentos e mudar completamente a materialidade do edifício para madeira, aumentando a quantidade de alimentos produzidos”, completa.

 

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