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Cientistas criam tinta especial que captura luz solar e transforma em energia elétrica

Cada vez mais o mundo está trocando as formas convencionais de obtenção de energia por fontes limpas e renováveis, como a energia solar. Isso se dá em grande parte pela conscientização ambiental, mas também, por outro lado, pela economia e vantagens adquiridas com a utilização da luz do sol. O investimento inicial despendido na instalação de painéis coletores desse tipo de energia é rapidamente recuperado em pouco tempo por causa da redução do valor pago à distribuidora de energia elétrica.

As novas tecnologias estão contribuindo e muito para esse objetivo. Recentemente, na Austrália, foi divulgada a notícia do desenvolvimento de uma tinta capaz de capturar a luz solar e convertê-la em energia elétrica. As expectativas são boas, pois essa nova tecnologia pode incentivar as pessoas ainda mais na mudança e utilização desse recurso, uma vez que ela terá um custo muito mais acessível. A ideia do projeto é otimizar a aplicação da energia solar no mundo todo. As pesquisas que estão sendo realizadas são feitas por pesquisadores do Royal Melbourne Institute of Technology (RMIT).

O que é tinta solar e como ela funciona?

A tecnologia desse tipo de tinta solar é projetada para capturar a luz solar para convertê-la em eletricidade. Uma camada dessa tinta pode ser, então, pintada sobre qualquer material, nas paredes ou plástico, por exemplo. A composição química da tinta absorve a luz solar e ainda repele a umidade, permitindo mais durabilidade e resistência na exposição ao ambiente, já que há a separação do oxigênio e do hidrogênio. Dessa forma, é possível transformar o oxigênio em combustível quando ela é empregada na célula de energia.

Em suma, a tinta solar é um tipo de tinta que utiliza compostos químicos para, por meio da luz do sol, absorver o vapor d’água do ambiente. Após esse processo, ela é responsável por quebrar esse vapor em moléculas de hidrogênio e oxigênio, que poderão ser usadas para gerar energia limpa.

Isso permite que a tinta seja incorporada em qualquer dispositivo, atuando de forma eficaz para gerar eletricidade. Ela ainda é algumas vezes menos eficiente do que os painéis solares padrão de silício, mas os pesquisadores esperam melhorar isso.

Para realizar esse processo, eles acrescentaram à tinta solar um composto que age de forma similar ao gel de sílica. Além de absorver a umidade, ele é capaz de atuar como um semicondutor, visto que possui o sulfureto de molibdênio sintético em sua composição.

Ao entrar em contato com a luz do sol, esse composto permite a catalisação envolvida na divisão dos átomos de hidrogênio e oxigênio da água.

Tipos de tinta solar

Até aqui, mencionamos o tipo mais comum de tinta solar, que é conhecido como tinta solar de hidrogênio. Entretanto, existem outros dois tipos que ainda não estão disponíveis no mercado, pois se encontram em fase de pesquisa.

Um deles é a tinta fotovoltaica, que também pode ser chamada de células solares de ponto quântico. Ela foi elaborada na Universidade de Toronto e é semicondutora em nanoescala, o que torna possível a absorção da luz e sua transformação em energia elétrica.

O outro tipo é a tinta solar de perovskita, formada por uma substância oriunda de um mineral de óxido de cálcio e titânico. Uma de suas principais características é a sua capacidade de se tornar líquida, o que faz com que seja ideal para a pintura solar.

Possibilidades de utilização no futuro

Ao redor do mundo, diversos laboratórios estão realizando pesquisas para desvendar as aplicações práticas das tintas solares. Nesses estudos, algumas possibilidades já foram identificadas.

Essa tecnologia poderá servir de complemento aos painéis solares, otimizando o desempenho dos sistemas fotovoltaicos. Isso porque esses equipamentos contariam com uma fonte adicional de energia caso seus tetos e paredes fossem pintados com tinta solar.

Com o uso dessa tinta, também é possível proporcionar uma capacidade adicional de geração solar em veículos ou, até mesmo, produzir energia de maneira autônoma.

Além disso, essa produção de energia feita de maneira autônoma pelas tintas solares propicia maior nível de eficiência e custos reduzidos, podendo se tornar uma alternativa para empresas e residências.

Quando a tinta solar deve chegar ao mercado?

Como mencionamos, as tintas solares já apresentam resultados em laboratórios. No entanto, segundo os pesquisadores, levará pelo menos cinco anos para que as primeiras aplicações reais sejam realizadas.

Portanto, daqui a alguns anos, a tecnologia estará disponível no mercado, caminhando ao lado de outras tecnologias inovadoras e permitindo o avanço do setor fotovoltaico.

Será excelente quando a indústria puder entregar uma energia semelhante a um custo significativamente reduzido. O preço do silício está diminuindo, mas o valor do plástico é bem mais barato. A tinta tem um custo muito baixo e isso é uma enorme vantagem. Além disso, sua consistência é melhor do que o silício, pois ela resiste melhor a diversas condições. É notável que a energia solar está se desenvolvendo e vai crescer ainda mais no futuro, e a tendência é a diminuição na utilização de combustível fóssil.

Vários benefícios da energia solar podem ser conquistados também individualmente, já que ela está disponível por meio de empresas privadas que comercializam painel gerador de energia solar para residências ou empresas que procuram redução de custos e colaboração com o meio ambiente. O objetivo dessas companhias é tornar o mundo um lugar melhor para se viver a cada dia.

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Brasil desenvolve sua primeira telha de concreto que capta energia solar

A primeira telha de concreto capaz de transformar a luz solar em energia elétrica do Brasil começou a ser comercializada pela empresa do setor de construção civil Eternit. Inéditas no país até então, as telhas fotovoltaicas de concreto BIG-F10 são resultado de três anos de testes e adaptações para que as células fotovoltaicas pudessem ser integradas no material. “No caso da Tégula Solar, elas são aplicadas diretamente no concreto respeitando o formato em curvas das telhas”, diz a marca. Quem instalar as telhas em sua residência poderá captar a luz solar para a produção de energia elétrica sem a necessidade de painéis adicionais. “O que existe hoje em larga escala são placas fotovoltaicas cujos modelos precisam ser instalados em cima dos telhados”, explica Luiz Antonio Lopes, responsável pela área de desenvolvimento de novos negócios da Eternit.

As primeiras unidades foram vendidas para clientes selecionados no Estado de São Paulo e na região de sua unidade fabril, em Atibaia, e nos próximos meses devem ser disponibilizadas para o público em geral, segundo a companhia. A seleção foi feita pela equipe técnica e comercial da empresa com base na capacidade inicial de produção e na formação de um portfólio de projetos de referência para diversas condições climáticas, padrões construtivos e possibilidades de aplicação.

“Queremos democratizar o acesso à energia elétrica originada a partir de fontes renováveis no Brasil, através de uma tecnologia revolucionária que pode gerar retornos sobre o investimento em um período de três a cinco anos”, destaca o presidente do Grupo Eternit, Luís Augusto Barbosa.

A telha Tégula Solar mede 36,5 cm por 47,5 cm e é composta de concreto, com a incorporação de células fotovoltaicas em sua superfície. Sua potência é de 9,16 watts, o que representa uma capacidade média mensal de produção de 1,15 Kwh, com vida útil estimada em 20 anos.

“É um produto de fácil instalação e que não interfere na arquitetura das construções, com peso e estrutura semelhantes ao das telhas convencionais, mas que agrega valor ao telhado, além de oferecer proteção, conforto térmico e acústico”, acrescenta Lopes.

 

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