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Setor de energias renováveis é grande gerador de empregos no Brasil e no mundo

O crescente desenvolvimento das energias renováveis mundo afora ajuda a tornar o mundo mais sustentável e também gera emprego e renda. Em 2022, o setor de energia renovável gerou 13,7 milhões de empregos globalmente, 1 milhão de postos a mais que em 2021 e 7,3 milhões acima de 2012, de acordo com relatório recentemente divulgado pela Agência Internacional de Energia Renovável (International Renewable Energy Agency – Irena) e pela Organização Internacional do Trabalho (International Labour Organization – ILO). O relatório intitulado “Renewable Energy and Jobs: Annual Review 2023”, em sua décima edição, é fruto de um trabalho conjunto das duas organizações.

O relatório concluiu que as energias renováveis ​​estão atraindo investimentos crescentes, conduzindo à criação de emprego num número cada vez maior de países. Porém, tal como em anos anteriores, a maior parte dos empregos está concentrada especialmente na China, que representa 41 por cento do total global. Brasil, países da União Europeia (UE), Índia e Estados Unidos da América também se destacam. Juntos, eles representam a maioria das instalações de capacidade global e desempenham papéis importantes na fabricação de equipamentos, engenharia e serviços associados.

BRASIL – O Brasil tinha estimado 1,4 milhão de empregos em energia renovável em 2022. A área de  biocombustíveis, com uma estimativa de 856.200 empregos em 2022, continua sendo o maior empregador em energia renovável, embora o número de empregos tenha diminuído ligeiramente em relação ao ano anterior.

A produção de biodiesel foi estimada em 6,37 bilhões de litros em 2022, uma queda de cerca de 6% em relação a 2021. Em novembro de 2021, a mistura obrigatória de biodiesel nos combustíveis veiculares foi reduzida de 13% a 10% dado o aumento do custo da soja (a matéria-prima primária). A Irena estima que existam 282.400 empregos relacionados ao biodiesel no Brasil em 2022, abaixo dos 343.500 do ano anterior.

A estimativa de emprego mais recente disponível para o bioetanol é relativa a 2021, 344.500 empregos, juntamente com aproximadamente 200.000 empregos indiretos na fabricação de equipamentos. A produção estimada de etanol à base de cana-de-açúcar no Brasil aumentou aproximadamente 8,5% em 2022. A aplicação desta mudança percentual ao emprego sugeriria cerca de 573 800 empregos relacionados ao etanol em 2022. A maior parte do etanol é produzida a partir da cana-de-açúcar, mas a produção de etanol de milho está em expansão, aumentando 37% em 2022.

O Brasil ficou em quarto lugar em instalação de nova capacidade solar fotovoltaica em 2022, depois da China, dos Estados Unidos e da Índia. Adicionou 9,9 GW, para elevar a capacidade instalada acumulada para 24 GW. A Absolar relatou números ainda mais elevados e descobriu que 29% da capacidade fotovoltaica acumulada em 2022 estavam em instalações de geração centralizada, abaixo dos 76% em 2018. A maior parte da expansão fotovoltaica nos últimos anos ocorreu na geração distribuída.

Os bancos de desenvolvimento brasileiros BNB (Banco do Nordeste) e BNDES são as principais fontes de financiamento para energia fotovoltaica em grande escala. Ao todo, 42,4 GW de novos projetos solares fotovoltaicos foram autorizados entre março de 2022 e fevereiro de 2023, dos quais 4,9 GW estavam em construção em meados de 2023 e 7,5 GW já estavam em operação.

O Brasil continua fortemente dependente das importações de módulos fotovoltaicos (predominantemente fabricados na China). As importações para projetos de grande escala e distribuídos aumentaram de 4,8 GW em 2020 para 10,4 GW em 2021 e dispararam para 17,8 GW em 2022. O emprego é assim criado principalmente em vendas, instalações e O&M, que normalmente são administrados por pequenas empresas. A Irena estima cerca de 241.100 empregos no setor solar fotovoltaico do Brasil em 2022.

Este é um aumento enorme em relação aos 131.000 empregos em 2021, refletindo o fato de a implantação cumulativa no segmento distribuído de mão de obra intensiva quase ter duplicado.

O Brasil adicionou 1,78 milhão de metros quadrados de capacidade de aquecimento solar de água em 2022, apenas 2% abaixo do impressionante recorde estabelecido em 2021, segundo a Abrasol. A Irena estima 41.100 empregos em aquecimento solar de água.

Na indústria eólica, foram adicionados 4 GW de capacidade em 2023, um pouco acima dos 3,8 GW em 2021, de acordo com a Abeeólica. O Brasil ficou em terceiro lugar em adição de capacidade eólica no mundo, depois da China e dos Estados Unidos. A Irena estima que a força de trabalho no segmento de eólica seja de 67.700 pessoas, principalmente na construção, seguida por O&M.

MUNDO – A energia solar fotovoltaica (PV) foi mais uma vez o maior empregador em 2022, alcançando 4,9 milhões de empregos, mais de um terço da força de trabalho total no setor das energias renováveis. A energia hidrelétrica e os biocombustíveis tiveram números de empregos semelhantes aos de 2021, cerca de 2,5 milhões cada, seguidos pela energia eólica com 1,4 milhões de empregos.

“2022 foi outro ano notável para empregos em energias renováveis, em meio a desafios multiplicadores. A criação de muitos mais milhões de empregos exigirá um ritmo muito mais rápido de investimentos em tecnologias de transição energética. No início de setembro, os líderes do G20 concordaram em acelerar os esforços para triplicar a capacidade global de energias renováveis ​​até 2030, em linha com as nossas recomendações antes da COP28. Apelo a todos os decisores políticos para que utilizem esta dinâmica como uma oportunidade para adotar políticas ambiciosas que impulsionem a mudança sistêmica necessária”, diz Francesco La Camera, diretor geral da Irena.

“Para aproveitar as oportunidades significativas para alcançar emprego pleno, produtivo e livremente escolhido, inclusão social e trabalho digno para todos durante estas transições complexas, é necessário desenvolver e implementar políticas específicas para o crescimento macroeconômico inclusivo, empresas sustentáveis, desenvolvimento de competências, outras intervenções ativas no mercado de trabalho, proteção social, segurança e saúde no trabalho e outros direitos no trabalho, e encontrar novas soluções através do diálogo social”, afirma o diretor-geral da OIT, Gilbert F. Houngbo.

QUALIDADE DOS EMPREGOS – A qualidade dos empregos é tão importante quanto a sua quantidade, observa o relatório. Para promover a justiça social, a transição para um futuro energético mais limpo precisa de ser justa e inclusiva para todos; trabalhadores, empresas e comunidades. Assim, são indispensáveis ​​quadros coerentes e integrados, centrados nos salários, na segurança e saúde no trabalho e nos direitos no trabalho, e baseados num diálogo social eficaz.

As diretrizes da OIT para uma transição justa para economias e sociedades ambientalmente sustentáveis ​​constituem uma referência central para a elaboração de políticas e ações de apoio a uma transição justa, à qual os governos e outras partes interessadas podem recorrer.

Uma transição energética justa e inclusiva também deve perseguir o desenvolvimento e a diversidade da força de trabalho. O relatório destaca a necessidade de expandir a educação e a formação e aumentar as oportunidades de carreira para os jovens, as minorias e os grupos marginalizados. Uma maior equidade de gênero também é essencial. Neste momento, os empregos nas energias renováveis ​​continuam a ser distribuídos de forma desigual entre homens e mulheres. Atualmente, a tecnologia solar tem o melhor equilíbrio de gênero em comparação com outros setores, com 40 por cento dos empregos ocupados por mulheres.

Muitos países estão demonstrando um interesse crescente na localização das cadeias de abastecimento e na criação de empregos em âmbito doméstico, com o apoio de políticas industriais adequadas. Isto anda de mãos dadas com um desejo crescente de diminuir as inseguranças no fornecimento de energia. A China tem tido sucesso numa ampla gama destas políticas industriais faz alguns anos. Mais recentemente, a UE, a Índia, o Japão, a África do Sul e os EUA anunciaram iniciativas para estimular a produção nacional. No entanto, os países terão de encontrar formas de combinar os esforços de localização com a cooperação global contínua no prosseguimento de uma transição energética ambiciosa. (texto: Franco Tanio/foto: Irena/divulgação).

 

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Petrobras e Equinor firmam acordo para avaliar sete

Petrobras e Equinor firmam acordo para avaliar sete projetos de eólica offshore no Brasil

Empresas estudam instalar parques eólicos nos estados do RJ, ES, PI, CE, RN e RS

A Petrobras e a Equinor assinaram carta de intenções que amplia a cooperação entre as empresas para avaliar a viabilidade técnico-econômica e ambiental de sete projetos de geração de energia eólica offshore na costa brasileira, com potencial para gerar até 14,5 GW. Com esses estudos, a expectativa é avançar nos projetos de transição energética do país. “Esse acordo vai abrir caminhos para uma nova fronteira de energia limpa e renovável no Brasil, aproveitando o expressivo potencial eólico offshore do nosso país e impulsionando nossa trajetória em direção à transição energética”, disse o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates.

O acordo é fruto da parceria firmada entre Petrobras e Equinor em 2018 – e teve seu escopo ampliado para além dos dois parques eólicos Aracatu I e II (localizados na fronteira litorânea entre os estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo), previstos inicialmente.  Além desses dois projetos, o novo acordo prevê avaliação da viabilidade de parques eólicos de Mangara (na costa do Piauí); Ibitucatu (costa do Ceará); Colibri (fronteira litorânea entre o Rio Grande do Norte e Ceará), além de Atobá e Ibituassu (ambos na costa do Rio Grande do Sul) – num total de sete projetos, com prazo de vigência até 2028.

“Vamos juntar nossa capacidade de inovação tecnológica offshore, reconhecida mundialmente, e a nossa experiência no mercado de geração de energia elétrica brasileiro com a expertise da Equinor em projetos de eólica offshore em vários países. Vale destacar, porém, que a fase é de estudos e a alocação de investimentos depende de análises aprofundadas para avaliar sua viabilidade, além de avanços regulatórios que permitirão os processos de autorização para as atividades, a ser feita pela União”, complementou Prates.

“A Equinor e a Petrobras têm uma longa história de parceria de sucesso. Estamos felizes em expandir nossa colaboração para renováveis, possibilitando uma ampla oferta de energia no Brasil. Juntos, estamos engajados ativamente para contribuir com a realização da energia eólica offshore e da transição energética do Brasil, criando as condições iniciais necessárias para que a energia renovável se desenvolva de maneira sustentável”, afirma Anders Opedal, CEO da Equinor.

Petrobras ambiciona neutralizar emissões até 2050

A iniciativa de diversificação rentável do portfólio da Petrobras contribuirá para o sucesso da transição energética e se soma ao plano de redução das emissões operacionais de gases de efeito estufa. A companhia reitera seu objetivo de atingir metas de curto prazo e sua ambição de neutralizar as emissões nas atividades sob seu controle até 2050 – assim como influenciar parceiros em ativos não operados. No Plano Estratégico da Petrobras para o período de 2023 a 2027, a eólica offshore é um dos segmentos priorizados para estudos aprofundados.

O potencial brasileiro para geração de energia eólica offshore traz oportunidades promissoras de diversificação da matriz energética do país. A tecnologia associada à geração eólica offshore utiliza a força dos ventos no mar para a produção de energia renovável – e as principais vantagens são a elevada velocidade e estabilidade dos ventos em alto-mar, livres de interferência de barreiras como rugosidade do solo, florestas, montanhas e construções, por exemplo.

Em vídeo, o presidente Jean Paul Prates fala sobre a parceria entre a Petrobras e a Equinor. Confira aqui.

A Petrobras segue mapeando oportunidades e desenvolvendo projetos de desenvolvimento tecnológico nesse segmento, como os testes da Boia Remota de Avaliação de Ventos Offshore (conhecida como Bravo), em parceria com os SENAIs do Rio Grande do Norte (RN) e Santa Catarina (SC).

A Equinor está presente no Brasil desde 2001, e o país é considerado uma das áreas centrais da Equinor. A Equinor possui um portfólio sólido e diversificado de petróleo e gás no Brasil, com licenças em desenvolvimento e em produção como Bacalhau, na Bacia de Santos, e Peregrino, na Bacia de Campos. Em renováveis, Apodi (162 MW) é a primeira usina solar do portfólio global da Equinor, operada pela Scatec. A planta iniciou a produção em 2018. Em 2022, foram iniciadas as obras do projeto solar Mendubim (531 MW), realizado em parceria com a Scatec e a Hydro Rein e previsto para entrar em produção em 2024.”

 

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BID lança campanha de apoio à retomada verde nos municípios brasileiros

Objetivo é promover a conscientização e a capacitação de gestores e servidores públicos para ações de eficiência energética e geração distribuída com fonte solar fotovoltaica. O Banco oferece gratuitamente ferramentas tecnológicas como a Enerflix, plataforma de cursos, simulações e suporte para elaboração de projetos.

O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) está lançando a campanha “Enerflix: valorizar a cidade, iluminar o futuro. O objetivo é contribuir para que os municípios brasileiros adotem iniciativas sustentáveis para a retomada econômica e promovam medidas de transição energética, reduzindo emissões de gases de efeito estufa. “A crise sanitária impôs grandes desafios à gestão urbana e nos convida a uma reflexão sobre as prioridades e os rumos que queremos tomar como sociedade”, diz Arturo Alarcón, especialista sênior da Divisão de Energia do BID. “Em todo o mundo, projetos que aliam a geração de empregos, a racionalização no uso de recursos naturais e a descarbonização têm se mostrado um caminho de esperança para superarmos o momento atual”, afirma Carlos B. Echeverría, também especialista sênior em energia do Banco.

Para dar apoio às Prefeituras na elaboração de iniciativas orientadas para a eficiência energética e a adoção de fontes renováveis, como a energia solar, o BID está disponibilizando a plataforma Enerflix (www.enerflix.com.br) para acesso livre e gratuito. A ferramenta tecnológica oferece cursos online, vídeos, e-books e outros materiais de apoio para a capacitação profissional, além de ferramentas de simulação e um módulo passo a passo para o desenvolvimento de projetos, com a indicação das principais linhas de financiamento disponíveis. Há três frentes de ação: eficiência energética em edificações, iluminação pública e geração distribuída de energia elétrica.

O Brasil conta com 5.570 municípios, cujos governantes exercem papel fundamental no processo de transição energética rumo a uma economia de baixo carbono. As cidades representam uma rede abrangente e capilarizada, que contribui para a difusão de políticas públicas voltadas à eficiência energética e ao aproveitamento de fontes renováveis.

O BID vem adotando uma série de iniciativas com o objetivo de impulsionar a transição energética na América Latina e no Caribe, em direção à meta de 70% de fontes renováveis na composição da matriz elétrica regional até 2030.

Os ganhos econômicos e ambientais das medidas de eficiência energética são amplamente reconhecidos: a troca de lâmpadas convencionais por lâmpadas a LED na iluminação pública permite, por exemplo, redução de até 50% do consumo de energia, com ganhos significativos de luminosidade; providências simples em edifícios públicos, como a setorização da iluminação, resultam em economia substancial na conta de luz; e a geração distribuída de energia elétrica permite cortar custos aproveitando recursos renováveis, como a luz do sol. O impacto dessas ações é considerável, já que a conta de luz está entre as três maiores despesas da administração pública.

A campanha “Enerflix: valorizar a cidade, iluminar o futuro” oferece, além da plataforma, encontros online com especialistas e gestores públicos para debater temas como eficiência energética, geração de energia solar, parcerias com universidades, alternativas para a viabilização de projetos e os diversos benefícios econômicos, sociais e ambientais da retomada verde para a população.

Sobre a plataforma Enerflix

A Enerflix (www.enerflix.com.br) foi lançada durante a crise sanitária, em agosto de 2020, como uma ferramenta de apoio aos gestores públicos para a implantação de projetos de desenvolvimento sustentável. A plataforma foi concebida pelo BID e desenvolvida pelo Consórcio iX-FUPAI-FAPEPE, no âmbito da Cooperação Técnica BID BR-T1395 – Apoio ao desenvolvimento de projetos renováveis de geração distribuída e eficiência energética em municípios brasileiros, que conta com recursos do Fundo Especial Japonês.

De forma gratuita, didática e autoexplicativa,  a plataforma oferece treinamento para desenvolvimento de projetos em três frentes: eficiência energética em edificações, eficiência energética em iluminação pública e geração distribuída por meio de sistemas fotovoltaicos. Há também um módulo “Ferramenta de avaliação”, por meio do qual é possível realizar estudos de pré-viabilidade econômica de ações de eficiência energética em prédios públicos e em iluminação pública e de implantação de sistemas fotovoltaicos.

Outros recursos da plataforma são o módulo “Projetos”, no qual o usuário é orientado para a estruturação dos projetos de iluminação pública, de eficiência energética em edifícios públicos (troca de lâmpadas e de aparelhos de ar-condicionado e implantação de sistemas de aquecimento de água) e de implantação de sistemas fotovoltaicos, e o “Meu Município”, no qual é possível comparar como cada município de posiciona em relação aos demais na utilização da plataforma.

Sobre o BID

O Banco Interamericano de Desenvolvimento tem como missão melhorar vidas. Criado em 1959, o BID é uma das principais fontes de financiamento de longo prazo para o desenvolvimento econômico, social e institucional da América Latina e o Caribe. O BID também realiza projetos de pesquisas de vanguarda e oferece assessoria sobre políticas, assistência técnica e capacitação a clientes públicos e privados em toda a região.

 

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