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Consumo consciente ganha mais adeptos iniciantes no Brasil

Principal justificativa para adesão a produtos mais sustentáveis está na busca por um futuro melhor para a sociedade e o planeta, segundo pesquisa de ONG.

O primeiro passo para uma mudança costuma ser o mais difícil. Assim, podemos dizer que a pesquisa Panorama do Consumo Consciente no Brasil, realizada pelo Instituto Akatu, tem boas novas em sua versão 2018, apresentada no dia 25 de julho: o percentual de consumidores classificados como iniciantes em relação a um comportamento consciente de consumo cresceu 6 pontos percentuais no país na comparação com o mesmo estudo em 2012, passando de 32% para 38% do total de pessoas entrevistadas.

A pesquisa sobre consumo consciente ouviu 1.090 pessoas de todo o Brasil

A pesquisa sobre consumo consciente ouviu 1.090 pessoas de todo o Brasil

A pesquisa traça esses perfis a partir da análise de 13 tipos de comportamento. São eles: desligar lâmpadas, fechar torneiras, desligar eletrônicos, esfriar alimentos antes de colocá-los na geladeira, planejar compra de alimentos, planejar compra de roupas, pedir nota fiscal, ler rótulos, usar o verso do papel, separar lixo para reciclagem, compartilhar informações sobre empresas/produtos, comprar produto feito com reciclado e comprar produto orgânico.

São considerados iniciantes aqueles que aderem a uma quantidade entre 5 e 7 dessas práticas; indiferentes, os que adotam até 4; engajados, de 8 a 10; e conscientes, de 11 a 13. Dos conscientes e engajados, predominam aqueles com 35 anos ou mais de idade, nível superior de ensino e que são pertencentes às classes A e B.

Outra notícia positiva nesse panorama diz respeito ao que tem levado os consumidores a se tornar mais sustentáveis. Resultados concretos, mais imediatos, que beneficiem o próprio indivíduo foram os motivadores para 45%, enquanto 70% mencionaram razões mais emocionais e menos palpáveis, como impactos positivos para o mundo, a sociedade e o futuro – como as respostas se intercalam, a soma dos percentuais supera os 100%.

O levantamento ouviu 1.090 pessoas com mais de 16 anos, de todas as classes sociais, em 12 capitais ou regiões metropolitanas do Brasil, entre 9 de março e 2 de abril deste ano. Em termos gerais, os comportamentos analisados apontam para o desejo de um estilo de vida mais sustentável, com destaque para a busca por uma alimentação saudável, fresca e nutritiva.

Na contramão desse viés, ainda chama a atenção um sonho de consumo que deixa uma pegada ambiental bem poluente: a vontade de ter um carro próprio, predominante nas classes C, D e E. Porém, embora os produtos sustentáveis ganhem um espaço positivo na percepção dos consumidores, ainda há barreiras que impedem que efetivamente conquistem lugar de destaque entre seus hábitos.

Esse quadro se desenha a partir da desinformação: 68% dos entrevistados disseram já ter ouvido falar em sustentabilidade, mas 61% não possuem repertório para identificar um produto sustentável.

Mesmo os que sabem distinguí-lo indicaram barreiras para seu efetivo consumo, especialmente a de que essa escolha demanda algum tipo de esforço – principalmente o financeiro.

Para 25% entre os que têm conhecimento de causa, o custo impede a adoção do item sustentável em relação ao que não tem essa característica. Em termos de responsabilidade social e empresarial, pontos para as empresas que combatem trabalho infantil, não discriminam funcionários por raça, religião, sexo, identidade de gênero ou orientação sexual, contratam pessoas com deficiência, oferecem boas condições de trabalho e contribuem para o bem-estar das comunidades em que se localizam.

A pesquisa do Instituto Akatu, ONG sem fins lucrativos que trabalha pela conscientização e mobilização da sociedade para o consumo consciente, foi patrocinada por Cargill, Coca-Cola Brasil, Grupo Boticário, Natura, ONU Meio Ambiente e Unilever.

Créditos da matéria: Catraca Livre

Imagens: Shutterstock/nd3000.

Centro de Inovação em Novas Energias é criado em São Paulo

Uma nova parceria anunciada nesta semana pretende colocar o Brasil entre a vanguarda das pesquisas em novas fontes de armazenamento de energia e conversão de energia limpa.

Publicado em 28 de maio. 

A criação do Centro de Inovação em Novas Energias (CINE) é resultado de uma parceria que envolve as universidades Estadual de Campinas (Unicamp) e de São Paulo (USP), o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), a FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) e a empresa Shell.

O objetivo do CINE é desenvolver novos dispositivos de armazenamento de energia com emissão zero de gases de efeito estufa (ou próximo de zero) e que utilizem como combustível fontes renováveis, além de novas rotas tecnológicas para converter metano em produtos químicos, entre outros objetivos. O centro receberá investimento de R$ 110 milhões em cinco anos.

A Unicamp, USP e Ipen aportarão R$ 53 milhões como contrapartida econômica, na forma de salários de pesquisadores e de pessoal de apoio, infraestrutura e instalações. A Shell aportará um total de até R$ 34,7 milhões, enquanto a FAPESP reservou um investimento de R$ 23,14 milhões.

Transferência de tecnologia

O CINE terá quatro divisões de pesquisa, com sedes na Unicamp (Armazenamento Avançado de Energia e Portadores Densos de Energia), na USP (Ciência de Materiais e Químicas Computacionais) e no Ipen (Rota Sustentável para a Conversão de Metano com Tecnologias Químicas Avançadas), e que desenvolverão, ao todo, 20 projetos.

missão do centro será produzir conhecimento na fronteira da pesquisa e, paralelamente, transferir tecnologia para o setor empresarial. As pesquisas poderão gerar resultados que serão usados pela Shell para gerar startups ou firmar parcerias com outras empresas.

A FAPESP já apoia Centros de Pesquisa em Engenharia em parceria com as empresas GSK, com sedes na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e no Instituto Butantan; outro com a Shell, instalado na Escola Politécnica da USP; com a Peugeot Citroën, na Unicamp; e mais um com a Natura, na USP.

Estão em vias de serem constituídos outros centros em parceria com: Embrapa, em mudanças climáticas; Statoil, em gerenciamento de reservatórios e produção de petróleo e gás; Usina São Martinho, em medidas sustentáveis para o controle de doenças que afetam a cana-de-açúcar; Koppert, no controle biológico de pragas.

Créditos da imagem: Divulgação.

Créditos da matéria: Site Inovação Tecnológica.

Confira a matéria na íntegra.