A árvore líquida é um projeto inovador para as áreas urbanas, conhecida como Liquid 3. Trata-se de uma iniciativa sustentável, que representa um conceito alternativo de jardinagem urbana. Esse projeto oferece, entre outras coisas, uma solução para a purificação do ar. Para isso, utiliza o poder das microalgas e 600 litros de água, que produzem oxigênio por meio da fotossíntese.
O Liquid 3 substitui uma árvore adulta, opera durante o inverno e representa um conceito alternativo de jardinagem urbana. O projeto é um fotobiorreator (um reator que utiliza uma fonte de luz, como as radiações solares). A primeira árvore líquida foi instalada em frente ao município de Stari Grad, na Sérvia.
O projeto foi desenvolvido para um espaço limitado, com foco em cidades urbanas que possuem uma alta taxa de prédios e veículos. Os automóveis, por exemplo, são uma das principais fontes de poluição.
A árvore líquida é um avanço para o desenvolvimento urbano inteligente, pois soma tecnologia, meio ambiente e crescimento econômico.
O doutor Ivan Spasojevic é um dos autores do projeto na Sérvia. Seu país tem um dos piores índices de qualidade do ar — está na 33ª colocação, segundo rankings especializados. Essa é uma das razões do empenho do docente em oferecer soluções para o problema enfrentado pelos sérvios.
Imagens divulgadas nas redes sociais mostram manifestantes sérvios protestando nas ruas contra a poluição do ar.
Outro protesto ocorreu em 2022, na cidade de Belgrado. Na ocasião, centenas de pessoas organizaram-se contra a poluição do ar.
Consequências
Como resultado da poluição do ar, diversas doenças podem aparecer. A lista inclui asma, bronquite, rinite, alergias, pneumonia, câncer de pulmão, inflamação das vias respiratórias, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e doenças cardiovasculares.
https://ecoconsciente.com.br/wp-content/uploads/2023/04/Arvoreliquida-img1.jpg563750Camila Costa/wp-content/uploads/2018/10/logo_ecoconsciente_negativo-1-300x43.pngCamila Costa2023-04-04 12:21:142023-04-04 17:09:24Cientistas criam árvore líquida, uma alternativa para áreas urbanas
Melhor pescar plástico hoje do que peixe adulterado amanhã
Você que gosta de pescar, sabe que os animais marinhos estão se “alimentando” de material plástico jogados aos milhares de toneladas na natureza e cujo destino é o oceano.
Se a humanidade continuar desrespeitando o meio ambiente e entendendo o mar como a lata de lixo do mundo, em pouco tempo não haverá peixes saudáveis no mar para a nossa alimentação.
Compactuando com a luta em defesa dos oceanos, a cerveja Corona criou um concurso de pesca inédito: convida os amantes da natureza a pescarem os plásticos que os humanos-porcos jogam no mar e vai premiar pescadores do litoral Norte de São Paulo que ajudarem nessa limpeza.
A ONG Guardiões do Mar, de Caraguatatuba, organiza o evento que vai remunerar e premiar os pescadores participantes.
A Cerveja Corona atua há mais de cinco anos na proteção dos paraísos naturais contra a poluição, focada principalmente na poluição pelo uso do plástico.
Assim, nesta terça-feira (15/2/22) o torneio reúne pescadores e comunidade em uma grande iniciativa pela limpeza do mar. Presentes 55 pescadores da Associação dos Pescadores e Maricultores da Praia da Cocanha. Eles serão remunerados a cada quilo de resíduo recolhido do mar. Os três competidores que retirarem a maior quantidade de resíduos da água também serão premiados com quantias adicionais e a comunidade será contemplada com a reforma do galpão local, onde os pescadores guardam seus barcos e materiais de trabalho, local que é usado também como centro cultural.
“A reforma do galpão é algo que poderá trazer para a comunidade uma nova perspectiva de renda para as famílias que recebem seu dinheiro por meio do Turismo de Base Comunitária (TBC). Além de trazer um local de expressão cultural, de possibilidade para exposição de produtos locais para venda, entre outras diversas oportunidades”, disse Pedro Belga, presidente da Guardiões do Mar.
“Por meio do Torneio de Pesca de Plástico, temos a oportunidade de colocar em prática o nosso propósito de contribuir para a limpeza dos oceanos e nos aliarmos a pessoas que, assim como nós de Corona, entendem a importância de cuidar do mar e pela natureza”, explica João Pedro Zattar, head de marketing da Corona no Brasil. O executivo disse que pensou num projeto que pudesse ajudar o meio ambiente e, ao mesmo tempo, apoiar economicamente a região, “já que esse lugar é a casa dessas pessoas, que encontram no mar o seu sustento e de suas famílias”, finalizou.
O 1º lugar ganhará R$ 3 mil; o 2º lugar R$ 2 mil e o 3º lugar R$ 1 mil.
Empresas investem em soluções sustentáveis, praticando uma atitude ambientalmente correta, planejando a diminuição de gastos e reduzindo a poluição. Confira a matéria:
A Ambev assinou contratos com quatro diferentes parceiros
para construção de 31 usinas solares até março de 2020 que abastecerão todos os
94 centros de distribuição da cervejaria no país.
O movimento faz parte de um esforço global da matriz,
Anheuser Busch InBev, de ter 100% da eletricidade utilizada em todas as
operações no mundo proveniente de fontes limpas até 2025 e sucede outras
iniciativas do grupo na área.
Em agosto, a maior cervejaria da América Latina se aliou à
alemã Volkswagen Caminhões e Ônibus para adicionar 1.600 caminhões elétricos à
frota de seus 20 operadores logísticos até 2023.
Com o mais recente acordo, que segue um modelo conhecido no
mercado como geração distribuída, a Ambev pagará um total de R$ 140 milhões ao
longo de um período de dez anos para os quatro parceiros, que por sua vez terão
investido R$ 50 milhões na construção das 31 usinas solares.
“Funciona quase que como um aluguel e ao fim do contrato de
10 anos todas as usinas solares serão nossas”, disse o diretor de
sustentabilidade e suprimentos da Ambev, Leonardo Coelho.
Ele acrescentou que o projeto total requer 50 mil painéis
solares, que juntos devem gerar 2.600 megawatts-hora (MWh) por mês, evitando a
emissão de 2.900 toneladas de dióxido de carbono anualmente. Alguns dos
componentes serão importados da China e outros montados localmente, segundo o
executivo.
“A geração é suficiente para abastecer as residências de 15
mil famílias e claro que, na média, a energia deve ser mais barata, mas o
benefício mais significativo disso tudo é o ambiental, não o financeiro”,
comentou Coelho.
A Ambev citou pela primeira vez os planos de ter seus
centros de distribuição movidos a energia limpa em dezembro, quando noticiou
uma parceria inicial com uma empresa de Curitiba para construção de uma usina
solar na cidade mineira de Uberlândia.
“Goiás e Sergipe devem provavelmente ser os próximos Estados
em nosso cronograma de implementação”, contou o diretor, ressaltando que a
cervejaria tem centros de distribuição em quase todos os Estados brasileiros.
A geração distribuída vem ganhando popularidade no Brasil
como uma alternativa para fomentar fontes renováveis de energia. Mais
recentemente, a agência reguladora Aneel abriu uma consulta pública sobre uma
proposta preliminar de alteração nas regras do modelo de negócio a partir de
2020. A expectativa é de que uma decisão seja tomada até o fim deste ano.
Mas Coelho afirmou que a decisão da Ambev de acelerar a
implementação das usinas solares em sua cadeia de distribuição não está
relacionada às possíveis mudanças no front regulatório.
Ele ainda enfatizou que os esforços da companhia para
conduzir os negócios de maneira mais sustentável não se limitam ao Brasil.
Na Argentina, 100% das cervejarias da empresa utilizam energia eólica, enquanto no Chile as operações são movidas a energia solar e eólica, de acordo com o executivo. A Ambev, na qual a matriz AB InBev detém uma participação de 61,9%, opera em 16 países nas Américas.
O investimento recente em usinas solares no Brasil surge poucas semanas após a subsidiária brasileira da rival Heineken anunciar investimento de R$ 40 milhões em um parque eólico em Acaraú, no Ceará, que produzirá energia suficiente para abastecer cerca de 30% do consumo das 15 cervejarias da marca no país.
https://ecoconsciente.com.br/wp-content/uploads/2019/08/Ambev.jpg371741Camila Costa/wp-content/uploads/2018/10/logo_ecoconsciente_negativo-1-300x43.pngCamila Costa2019-08-06 16:56:482019-08-06 17:15:36Ambev assina contrato de R$ 140 mi para construção de 31 usinas solares no Brasil
A mobilidade elétrica vem ganhando força, ideias inovadoras já fazem parte do nosso presente e a tendência é mais veículos elétricos e menos poluição. Confira a matéria:
Automobilismo e montadoras de veículos estão mais perto do que nunca do setor elétrico, a aposta é que até mesmo o mercado nacional viva essa revolução em até cinco anos.
A temperatura ambiente lembrava o Rio de Janeiro em pleno
verão, eram 39 graus Celsius, sem uma única nuvem no céu para testemunhar o
evento que estava para ocorrer na capital chilena, Santiago naquele sábado, 26
de janeiro. Ali, sob calor escaldante, onde a silhueta elevada dos Andes
emoldura a cidade, 22 monopostos estavam alinhados em 11 filas para iniciar a
terceira etapa da 5ª temporada de uma das mais novas e revolucionárias
categorias do automobilismo mundial, a Formula-E. Este é um mundo que começa a
fazer parte do setor elétrico a uma velocidade tão elevada quanto a aceleração
desses carros.
Formada por bólidos 100% elétricos com alta tecnologia
embarcada, a entidade que organiza o evento diz que a modalidade surgiu a
partir de uma conversa registrada em um guardanapo, ainda em março de 2011. A
primeira corrida foi realizada em Pequim pouco mais de três anos depois. Hoje
está maior e com uma estrutura mais robusta para colocar em prática sua
proposta de estar mais próxima do grande público e de ser o laboratório e campo
de provas quando o assunto é a mobilidade elétrica.
Tanto é assim que vem atraindo pesos pesados da indústria.
Já vinculam sua imagem à da F-E a Audi, BMW, DS (do grupo PSA Peugeot-Citroën),
Jaguar, Mahindra e Nissan, que substituiu a Renault neste ano. E ainda são
esperadas para a próxima temporada Mercedes e Porsche. Esse movimento não é
visto com surpresa já que diversos países já começam a impor limites para a
venda de veículos novos com motores a combustão entre 2025 e 2040.
Dentre os desenvolvimentos já implementados está a ampliação
da capacidade da bateria. Esse componente, que está em sua segunda geração,
passou de uma potência máxima de 200 kW para 250 kW e o peso aumentou
proporcionalmente menos, passou de 320 kg para 385 kg, praticamente dobrou sua
duração dos antigos 25 minutos. A energia liberada aumentou de 28 kWh para 54
kWh. A faixa de temperatura em que trabalha também aumentou, um fator que
melhorou a performance dos veículos. Nas quatro temporadas iniciais da F-E a
bateria não era capaz de entregar toda a energia necessária para a prova o que
levava à necessidade de troca de carro ao longo da corrida. A partir do
campeonato iniciado em dezembro passado os monopostos seguem o tempo todo na
pista.
De acordo com uma das principais equipes do grid, a Nissan
E.Dams, que corria sob o nome Renault e conquistou os três primeiros títulos de
equipe na F-E, os 22 carros da disputa têm o mesmo pacote aerodinâmico,
chassis, freios, e partes da suspensão. O que difere é o chamado powertrain
(que é o equivalente ao motor de um veículo comum) e a parte traseira da
suspensão que estão no foco de desenvolvimento e diferencia a performance dos
carros. A velocidade máxima obtida é estimada em 280 km/h, mas não em pistas de
rua, onde estão limitados a 240 km/h e representam mais de 90% da temporada.
Apenas no México é utilizado o autódromo da cidade.
Isso porque a ideia da categoria é correr em circuitos de
rua. Essa característica vem do fato que a F-E quer que as suas corridas
simbolizem a viabilidade do uso do veículo elétrico nos centros urbanos, o
ambiente natural para a mobilidade elétrica, segundo especialistas ouvidos pela
Agência Canal Energia.
Os atributos são
diversos, mas a melhoria da qualidade do ar e a redução de ruídos são os que
mais se destacam. A capital chilena, por exemplo, é conhecida pelos seus
congestionamentos e a baixa qualidade do ar decorrente da falta de chuvas e
condições que não dispersam os poluentes nessa época do ano. Não à toa é a
cidade da América do Sul que está mais à frente no que se refere a adoção de
soluções para reduzir a poluição causada por veículos a combustão.
Empresas também veem potencial de novos ou crescimento de
negócios com a iminente popularização dos veículos elétricos no âmbito da
expansão das novas tecnologias no ambiente elétrico. Nesse mesmo local temos a
recém-fundada brasileira ZEG e a centenária ABB, que inclusive é detentora do naming
rights da categoria desde a temporada 2016/2017.
Greg Scheu, presidente da ABB nas Américas, aponta que a
empresa vê com grande entusiasmo a F-E e o futuro como ele se mostra para a
mobilidade elétrica. “É mais do que um evento, refere-se ao futuro e às
mudanças que teremos na sociedade nos próximos anos”, definiu o executivo.
Segundo ele, estar na categoria faz todo o sentido, pois a empresa tem a busca
por tecnologia e inovação na mobilidade elétrica em seu core business.
No foco estão o fornecimento de carregadores e serviços
agregados a seus clientes. E isso não apenas pensando nos veículos leves, mas a
mobilidade como um todo, e nessa conta entram ônibus, caminhões e trens.
Por sua vez, Daniel Rossi, presidente da ZEG, vê um
potencial de negócios interessante nos próximos anos com a ampliação do alcance
do veículo elétrico no país. Em sua avaliação esse mercado deverá decolar em
cerca de cinco anos. Em sua análise, o veículo elétrico não é questão de
futuro, já começa a desenhar como realidade no Brasil. Ele concorda que o país
ainda está nos seus primeiros passos quando comparado a outras geografias,
principalmente, Europa, Estados Unidos e alguns países asiáticos.
“O mercado nacional está dando passos firmes rumo à mobilidade
elétrica. Esse é um caminho sem volta, realmente. Ele pode ser 100% elétrico ou
híbrido, mas o que se fala de forma geral é que o motor a combustão ficará cada
vez menos em destaque”, comentou.
Essa visão de um futuro da mobilidade elétrica é compartilhada
até por quem está na pista. Di Grassi faz parte da F-E desde o seu início. O
piloto é reconhecido como um dos militantes nessa área e tem a opinião de que a
eletrificação dos veículos é o futuro da mobilidade. “Se for por motivos
econômicos e de legislação a tendência é de termos cada vez mais carros
elétricos”, afirmou. “A F-1 não é mais o laboratório para o desenvolvimento do
carro do futuro. Como as montadoras vão produzir os carros do futuro, precisam
entender qual é o melhor produto, melhor sensor, motor, tipo de magneto,
software de controle, enfim tem-se a noção muito melhor aqui do que trabalhar
com o carro a combustão, por isso o grande laboratório de desenvolvimento do
carro do futuro é a F-E”, definiu.
Em sua análise, o futuro da mobilidade é elétrico e cita os
benefícios de custos mais baixos por quilômetro rodado que pode chegar a apenas
R$ 4 para rodar de 150 a 200 quilômetros. Para ele faz muito sentido o uso dos
veículos elétricos em grandes centros urbanos, mas reconhece que ainda são muito
caros para o país. E que a massificação desse produto pode ser uma das formas
de viabilizar a queda de preços. Mas lembra que não é apenas isso, o governo
precisa atuar no sentido de colocar tanto o carro a propulsão elétrica e o
tradicional a combustão em um mesmo grau de igualdade.
Negócios
Em paralelo a essa discussão, o mercado está otimista com os
desdobramentos deste segmento apesar de preços ainda elevados, muito em
decorrência das baterias, que representam cerca de um terço do valor do veículo.
E como esse é um mercado recém nascido quando comparado ao automóvel a motor a
combustão que já tem uma história de um século, as oportunidades são
identificadas em todos os vetores que se olha, desde a própria fabricação e
desenvolvimento de veículos, ao estabelecimento da infraestrutura à oferta de
serviços aos consumidores finais e clientes corporativos.
Dentro desse conceito o serviço mais evidente que é
necessário existir é a questão do abastecimento. De acordo com dados da ABB, o
Brasil possui atualmente cerca de 350 pontos de recarga de acesso público
espalhados pelo país, mas notadamente mais concentrados em São Paulo. Além
disso, há outros três eixos rodoviários que permitem viagens entre as cidades
de São Paulo e Campinas (esse da CPFL), São Paulo ao Rio de Janeiro (da EDP) e
de Curitiba a Foz do Iguaçu (da Copel).
Segundo Marcelo Vilela, Gerente Geral para Produtos de
Eletrificação da ABB no Brasil, o tema abastecimento não é um problema para o
país. A rede atual de fornecimento consegue atender a demanda dos veículos
elétricos. Isso se justifica pelo fato de que a maior parte dos consumidores
finais desse produto vai realizar o carregamento das baterias em dois momentos:
à noite em sua casa ou durante o dia no escritório. Questões de qualidade do
fornecimento da energia também não influenciam, pois, disse ele, o equipamento
da ABB é equipado com sistemas de proteção diante da variação de tensão e
corrente.
A empresa projeta a realização de novos negócios este ano
por aqui, seja com esse tipo de carregador rápido, instalado em locais púbicos
ou o que chama de wall box, de menor potência e que pode ser instalado em
residências. Além desse nicho, outras perspectivas pairam sobre a expansão da
mobilidade elétrica: a eletrificação de transporte urbano de pessoas e de
cargas, bem como frotistas, que tendem a aumentar a demanda por esse tipo de
veículo. Além disso, a companhia estuda nacionalizar seu centro de
monitoramento de carregadores ao passo que o mercado amadureça. Atualmente a
atividade é feita na Holanda, de onde consegue monitorar o parque de 8,5 mil
unidades instaladas globalmente.
O problema para que o mercado apresente esse volume
expressivo e aumente a escala está ligado diretamente ao preço quando se pensa
em termos de consumidores finais. Na opinião das fontes ouvidas, a
popularização e, consequentemente, aumento no volume de vendas deve levar à
redução de preços desse veículo. Por enquanto, ele ainda é considerado muito
caro para o padrão brasileiro.
Dois exemplos vêm de montadoras que anunciaram seus modelos
100% elétricos para o mercado nacional, a Nissan e a GM, ambas no Salão do
Automóvel que aconteceu em novembro de 2018. Os valores dos veículos são
equivalentes. No caso da japonesa, o Leaf começou a pré-venda a pouco mais de
R$ 178 mil, enquanto o Bolt da norte-americana está com um preço anunciado de
R$ 175 mil. Ambas empresas reconhecem esse aspecto limitador de venda, mas
destacam que ainda assim o mercado vem respondendo positivamente.
No caso da montadora japonesa, a aposta está em dois
públicos principais para a segunda geração de seu produto que já nasceu para
ser elétrico. Segundo o diretor de comunicação da empresa, Rogério Louro, são
pessoas que procuram estar na vanguarda da tecnologia e experimentar o novo.
Outro grupo é de consumidores que conhecem o conceito, têm a conscientização
ambiental e se preocupam com seu impacto na sociedade.
Ele avalia a resposta ao lançamento do veículo como
positiva. Até semana passada eram 15 confirmações de clientes e diversas
consultas. Apesar de em termos de volume não representar uma grande quantidade
é considerado positivo para o mercado nacional. “Não havia uma expectativa
oficial por estarmos em um momento de criação de um nicho de mercado”, pontuou
o executivo, lembrando que a companhia tem a meta de vender globalmente 1
milhão de unidades movidos a energia elétrica ao ano a partir de 2022.
No caso da norte-americana General Motors, a apresentação de
seu modelo elétrico também ocorreu por aqui no Salão do Automóvel.
Diferentemente da Nissan, a GM ainda não iniciou a pré-venda do Bolt que já foi
anunciado para ser comercializado no país. Mas essa ação deverá ser colocada em
prática ainda no primeiro semestre do ano, contou o diretor de Marketing e
Produto da empresa, Rodrigo Fioco.
Um dos maiores problemas foi o de equacionar o custo das
baterias que é o principal elemento do ponto de vista da indústria por atuar
diretamente na autonomia do veículo, questão que está aparentemente resolvida.
Autonomia e escala
Problemas referentes à autonomia e escala são fundamentais
para o desenvolvimento do mercado em um estágio inicial de vida como é o caso do
brasileiro. Incentivos econômicos e não econômicos são saídas para aumentar a
participação no país. Nesse primeiro grupo poderia existir uma equivalência em
termos de tributos e isenções ou descontos no IPVA. Já os considerados não
econômicos envolvem ações como a liberação da circulação desses automóveis em
vias que são normalmente proibidas, como corredores exclusivos de ônibus ou
áreas de rodízio, como os existentes em São Paulo.
Outra forma de estimular a escala passa pelo incentivo do
uso dos VEs por empresas que usam o veículo em suas operações, ente elas
locadoras, empresas de telefonia, distribuidoras de energia, transporte público
e de entregas. Até porque, essa modalidade de veículo é vista como natural para
o meio urbano por conta de suas características mais intrínsecas, o quase
inexistente nível de ruído e ausência de emissões de poluentes.
Algumas iniciativas nesse sentido começam a surgir. Uma
delas é a parceria entre a VW Caminhões e a Ambev que fecharam um acordo para
que em cinco anos coloquem em circulação 1,6 mil unidades do modelo e-Delivery,
uma versão elétrica deste modelo que a fabricante de bebidas utiliza.
Segundo o vice-presidente de Planejamento de Produto,
Estratégia Corporativa e Digitalização da VW Caminhões, Leandro Siqueira, destacou
que além dos atributos ambientais o veículo a propulsão elétrica tem como
característica ser muito mais eficiente que aqueles a combustão. Os mais
modernos a combustível fóssil estão na ordem de 40% contra 90% dos elétricos.
A opção por desenvolver uma versão elétrica do Delivery,
veículo de entrega de carga urbana, veio em função da visão de um futuro onde a
eletrificação da mobilidade é um caminho sem volta. Além disso, o uso desse
veículo de rodar em cidades acumulando baixa quilometragem ao final do dia
abriu naturalmente o caminho para que o centro de desenvolvimento da companhia
buscasse essa alternativa de motorização, pois a autonomia não precisaria ser
muito grande nesse caso.
A parceria com a Ambev já resultou em dois veículos em
circulação para estudo dos resultados e aprimoramentos do produto e assuntos
correlacionados como carregamento, operação e mercado. A produção em série é
prevista para 2020 e em 2021 a produção deverá ser acelerada. A expectativa da
montadora é de que em breve tenha novos acordos ou contrato com outros
clientes.
Ainda no que tange à eletrificação em centros urbanos, outro
caminho para sua popularização está no transporte público por meio de ônibus,
uma vez que os trens já são em sua grande maioria movidos a energia elétrica.
São Paulo pode ser um dos grandes exemplos caso a licitação desse serviço saia
do papel algum dia. A ideia vem pela exigência de uma parcela de veículos
híbridos ou elétricos nesta que é uma das maiores frotas do mundo. Entre idas e
vindas a licitação vem sendo discutida e suspensa pelo Tribunal de Contas do
Município e, mais recentemente, pela Justiça desde 2013.
A chinesa BYD comemorou recentemente a marca de 50 mil
ônibus elétricos comercializados em todo o mundo. Por aqui a presença nesse
segmento ainda é tímido. A empresa possui uma fábrica na região de Campinas e
acredita que esse nicho de mercado tende a crescer. O diretor de marketing,
Sustentabilidade e Novos Negócios da subsidiária brasileira, Adalberto Maluf,
toma como exemplo o caso de diversas cidades chinesas que tomaram frente para a
expansão da mobilidade elétrica por meio de suas prerrogativas legais, como
exigir coleta de resíduos ou no transporte público para ser o primeiro passo
para o desenvolvimento de um ambiente favorável à inserção do VE.
No Brasil, a empresa já entregou 15 unidades de ônibus
elétricos na cidade de São Paulo. Considerando que a frota é de 15 mil
unidades, representa apenas 0,001% do total. Na América do Sul a capital
paulista fica atrás de Santiago, que possui pelo menos 100 unidades, Medellín
com 64, Quito no Equador com 20. Contudo, ele se mostra otimista.
“Devagar os projetos começam a sair do papel. A dinâmica do
mercado começa assim mesmo, devagar e começa a crescer”, explicou ele citando o
caso da operação da BYD nos Estados Unidos. “Na Califórnia, começamos com a
venda de 20 unidades, depois mais 50 e hoje já são 350, é um processo que,
obviamente, depende de operadores públicos”, destacou ele, lembrando que esse
mercado não se limita apenas à venda, mas inclui ainda os serviços a esses
grandes clientes como forma de ampliar negócios.
Maluf acredita que a maturidade do mercado nacional de
veículos elétricos deverá começar a ser vista em um período entre 3 e 5 anos.
Ele cita um estudo da Agência Internacional de Energia que aponta 2022 como o
ano em que o preço desse componente viabilizará o veículo para quem roda pelo
menos 50 quilômetros por dia. “As coisas estão andando até mais rápido do que
imaginamos”, definiu.
Em termos de expansão de mercado, os dois últimos anos foram
os de crescimento mais acelerado do mercado nacional. Em 2017 foram registradas
3.297 unidades e em 2018 houve crescimento de 20,4%, para 3.970 unidades. Os
dados são da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea),
divulgados no início do mês. Apesar desse crescimento, representou 0,2% de
participação em um mercado de mais de 2,8 milhões de unidades.
O presidente da Associação Brasileira de Veículos Elétricos,
Ricardo Guggisberg, comentou que o país alcançou uma frota de pouco mais de
10,6 mil unidades. Esse desempenho, destacou, vem a reboque das medidas tomadas
no ano passado em relação à redução do IPI e de IPVA, o desenvolvimento da
infraestrutura no país. Tudo isso, continuou ele, vem colaborando para o incremento
da eletromobilidade no país. E ainda que nesse mercado é necessário ainda
considerar os patinetes e bicicletas elétricas que vêm ganhando destaque em
grandes centros urbanos, como São Paulo e Rio de Janeiro.
Infraestrutura preparada
Do lado das distribuidoras, a visão é de que atender a esse
mercado pode ser um bom negócio. Tanto que há pelo menos quatro empresas se
preparando para um futuro próximo. A CPFL, EDP, Copel e Enel, cada uma com
iniciativas em suas regiões de concessão e contíguas a estas por meio de
eletrovias, citadas mais acima. Essas ações foram iniciadas antes da aprovação
da regulamentação sobre a recarga de veículos elétricos por parte da Agência
Nacional de Energia Elétrica em 19 de junho do ano passado por meio da
resolução normativa 819/2018. A agência reguladora optou por uma regulamentação
mínima do tema, que evita a interferência da atividade nos processos tarifários
dos consumidores de energia elétrica, quando o serviço for prestado por
distribuidora.
A regulamentação teria como principal objetivo reduzir a
incerteza aos que desejam investir no desenvolvimento da infraestrutura de
recarga dos veículos elétricos. Essa a Aneel começou a eliminar eventuais
barreiras para o desenvolvimento desse mercado. E ainda que a norma garantiria
que o empreendedor investisse nas instalações de recarga sem medo de surpresas
regulatórias posteriores.
A paulista CPFL foi uma das primeiras distribuidoras no país
a estudar o mundo do veículo elétrico. Hoje a empresa concentra dados que
permitem afirmar que o impacto não é relevante sobre a rede de distribuição do
país. Entre os pontos que baseiam a afirmação está o fato de que a curva de
crescimento dos VEs no país acontecerá de forma suave. Esse fator só será mais
um item que as distribuidoras terão que incluir em seus cálculos rotineiros de
projeção de demanda futura.
“A gente avaliou lá atrás o impacto do VE na rede e com os
dados recentes mantemos a conclusão: que do ponto de vista de consumo de
energia no país o impacto tende a ser pequeno e não causará risco à gestão
global do suprimento”, afirmou Rafael Lazzaretti, diretor de Estratégia e
Inovação da CPFL Energia.
De acordo com dados da companhia, a estimativa é de que em
2020 a frota alcance cerca de 60 milhões de veículos e os elétricos não representem
nem 0,01% do total. Cinco anos depois com 0,2% de participação em uma frota
total de 71 milhões, o consumo de energia deve ficar em 21,3 MW médios. Esse
consumo aumentaria a 311,6 MW médios em 2030 caso o crescimento da participação
dos VEs chegue a 2,1% do mercado de veículos no Brasil, alcançando 1,8 milhão
de unidades.
Mesmo com o crescimento do consumo, o detalhe é que a
demanda estará concentrada em dois momentos ou na residência ou no local de
trabalho das pessoas. Esses locais representam 80% do consumo e no primeiro
caso ocorre no horário de menor consumo, ao longo da noite e não no pico de
consumo. E ainda deve-se considerar ainda o avanço da geração distribuída no
país, que vai trazer mais capacidade de absorção dos picos de carga. “Esses são
fatos novos que mantêm a conclusão de que a rede e o sistema consegue suprir a
demanda ao ponto de o setor elétrico continuar saudável e tranquilo com o
aumento da participação do carro elétrico”, acrescentou.
Na avaliação de Nuno Pinto, gestor executivo de Serviços B2C
da EDP no Brasil, o avanço deste mercado traz oportunidades de novos negócios.
O mais óbvio é o carregamento de veículos, conforme a regulamentação da Aneel
do ano passado. Aliás, em sua opinião essa regra colocou o Brasil em uma posição
à frente do que se poderia imaginar. “Para se ter uma ideia, essa questão em
Portugal foi deliberada apenas em novembro de 2018, ou seja, o Brasil avançou
mais do que lá, onde o mercado é mais desenvolvido”, destacou. Para ele, o
mercado avançará rápido a ponto de em cinco anos carros a combustão encontrarem
problemas para serem vendidos quando comparados a elétricos.
“Tenho a impressão de que este ano será o da chegada de
portfólio de produtos com várias montadoras lançando seus modelos e em 2020 o
ano da aceleração das vendas”, estimou o executivo da EDP. Para ele o que é
necessário nesse momento é focar na educação do consumidor nacional sobre as
características dos veículos elétricos. Neste campo a companhia lançou um
aplicativo também disponível no Brasil para smartphones IOS e Android. Chamado
de edp ev.x (sigla em inglês para experiência em veículo elétrico), traz
informações comparativas sobre o custo que se teria em um VE em determinada
viagem. “A questão da educação é importantíssima”, constatou ele, que citou a
necessidade dos incentivos econômicos e não econômicos como forma de
alavancagem do mercado local.
Simone Tripepi, executivo chefe da Enel X na America do Sul,
corroborou que o mercado de veículos elétricos está crescendo mais do que o esperado
graças à evolução tecnológica e à queda do preço das baterias de ion de lítio.
Mas lembrou que o Brasil ainda carece de um mercado, por aqui está em fase
inicial, com os primeiros lançamentos previstos para este ano.
Segundo ele, um marco regulatório adequado é importante para
promover o desenvolvimento de um mercado de mobilidade elétrica no país. A
empresa participou da discussão que levou à adoção do modelo de cobrança pelo
serviço de carregamento dos VEs não apenas pelas distribuidoras. “A Enel também
participou de outras iniciativas relacionadas à mobilidade elétrica no Brasil.
Por exemplo, participamos do projeto Vamo, em Fortaleza, lançado em 2016, que
foi o primeiro sistema de compartilhamento de carros elétricos do país, em
parceria com a Prefeitura de Fortaleza e a universidade Unifor. O projeto conta
com 20 carros e 18 estações de recarga. Até agora, o projeto atingiu o número
de 2,8 mil viagens e 6 mil horas de uso”, relatou.
Com o avanço do segmento o plano da companhia é o de focar
na infraestrutura de recarga para o transporte público de eletricidade, bem
como em serviços de cobrança públicos e privados e planeja fornecer as soluções
de hardware e software para carregamento inteligente e soluções de cidades
inteligentes.
Regulação
Em temos de legislação para o estabelecimento das empresas e
dos serviços para o mercado o advogado especialista no setor de energia
elétrica do escritório ASBZ, Daniel do Valle, afirma que o cenário atual atende
a demanda, até porque lembrou, ainda é um mercado em uma fase primária de
desenvolvimento. Segundo ele, somente se houver um peso maior dos veículos
elétricos sobre o SIN é que vê a necessidade de uma regulação mais pesada. Ele
afirmou que há muitas ideias a serem avaliadas no futuro quanto a este tema e
exemplifica a preocupação quanto ao fato de o carro elétrico possibilitar a
transferência da carga de uma região onde ele abastecer para outra, caso mude
de área de concessão. “Isso pode ser um problema quando houver escala”,
destacou. “Mas neste momento é mais adequado deixar o mercado se autorregular,
a atuação deve chegar quando tivermos mais desses veículos”, acrescentou.
Procurada, a Agência Nacional de Energia Elétrica afirmou
que a eletromobilidade surge com uma gama de novos produtos e serviços em
construção, na medida em que o consumo de combustíveis fósseis se desloca para
o aumento de consumo de eletricidade. E daí surge a demanda por novas
regulamentações.
A agência reguladora apontou que além da resolução 819,
lançou a Consulta Pública n° 19 para a Chamada de Projetos Estratégicos no tema
de ‘Soluções em Mobilidade Elétrica’, para que as empresas reguladas do setor
elétrico que têm obrigação de atendimento aos Programas de P&D e Eficiência
Energética desenvolvam estudos aplicados ao tema, com geração de soluções com
inserção no mercado. A Aneel relatou que o processo de consulta pública recebeu
322 contribuições e que está consolidando os dados para divulgar o Edital
definitivo.
Voltando a Santiago, ao final dos 45 minutos mais uma volta,
tempo de duração da corrida, o vencedor foi o britânico, Sam Bird, seguido por
um egresso da Formula 1, o alemão Pascal Wehrlein e em terceiro lugar, outro
alemão, Daniel Abt, da equipe campeã do ano passado, a Audi Sport ABT
Schaeffler. O piloto brasileiro mais bem colocado foi Nelson Piquet Jr, filho
do tricampeão da F-1, em 11º lugar. Lucas Di Grassi, apesar de ter sido o mais
rápido na classificação para a largada foi punido e largou em último, escalou o
pelotão e chegou em 9º, mas foi novamente punido por ter causado um acidente,
terminando assim em 12º. Felipe Massa, em sua terceira corrida pela categoria,
abandonou novamente a disputa por ter se envolvido em um acidente.
As atenções em termos de disputa agora se voltam para a próxima etapa que acontecerá na Cidade do México, em 16 de fevereiro. Mas, sempre com o objetivo de olhar mais à frente, para o futuro da mobilidade em todo o mundo.
https://ecoconsciente.com.br/wp-content/uploads/2019/02/Formula-E-categoria-quer-ir-alem-da-competicao.jpg512768Camila Costa/wp-content/uploads/2018/10/logo_ecoconsciente_negativo-1-300x43.pngCamila Costa2019-02-27 17:11:562019-02-27 17:27:09Formula-E: categoria quer ir além da competição
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