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Energia Verde

De campo de futebol a abajur de planta, projetos ajudam a produzir energia de forma limpa e sustentável

As mudanças climáticas estão diretamente ligadas ao consumo de energia para as atividades humanas. A maior parte dessa energia vem da queima de combustíveis fósseis — fontes não renováveis que liberam imensas quantidades de gases de efeito estufa para a atmosfera.

Segundo um relatório recente da Agência Internacional de Energia (AIE), o investimento em energia verde — gerada a partir de matérias-primas renováveis e que não impactam o meio ambiente — faz-se necessário o mais rápido possível.

Tal urgência se deve a uma conta envolvendo as metas climáticas dos governos — apesar das promessas, a conta não fecha como deveria. Se atingidas, essas metas devem alcançar, até 2030, somente 20% da redução de emissão de gases do efeito estufa necessária para manter sob controle os níveis do aquecimento global.

Para zerar emissões de carbono até 2050, será preciso triplicar os investimentos em projetos e infraestrutura de energia limpa pelos próximos dez anos. Nos cálculos da AIE, isso significa um aumento de US$ 4 bilhões (R$ 20,5 bilhões) por ano até 2030.

Na prática, projetos de energia verde costumam envolver fontes como luz solar, vento, calor proveniente do interior da Terra e movimento. Ecoa foi em busca de exemplos de iniciativas nessa linha, que chamam atenção não só pela criatividade, mas também pelo benefício gerado: elas não poluem, ou emitem quantidades muito pequenas de resíduos.

Pedaladas carregam 100 celulares

Produzida para funcionar fixada a um ponto, a Ecobike gera eletricidade com as pedaladas. O equipamento da empresa Ecogreens é acompanhado de uma bateria que acumula a energia cinética excedente gerada pelo movimento do usuário, evitando desperdícios.

“Pedalando por uma hora, é possível gerar cerca de 500 watts, o que seria suficiente para alimentar 100 lâmpadas nesse período ou completar a carga de 100 celulares”, estima André Amaral, porta-voz da empresa de Niterói (RJ). Essa mesma geração de energia também é suficiente para carregar a bateria de 10 notebooks ou manter ligados cinco televisores de LED 32 polegadas ao longo de uma hora.

Segundo Amaral, a tecnologia com uso da energia cinética já existe há pelo menos 10 anos no Brasil e pode ser estendida para outras situações, como o uso de brinquedos em parques infantis que dependem de movimento para funcionar, como o “gira-gira”.

Por enquanto, as Ecobikes estão disponíveis apenas para locação, geralmente para eventos. O custo depende do número de unidades a serem alugadas.

Público alimenta energia dos shows

A Ecopista é uma pista de dança que gera energia por meio do movimento em sua superfície. Ao serem pisados, os seus módulos sofrem uma pressão que comprime a superfície em cerca de 10 mm. Esse efeito ativa um motor que transforma a energia cinética em energia elétrica.

Com uma dimensão de 75 cm x 75 cm, cada módulo da Ecopista pode gerar até 25 watts por hora. O uso de 20 módulos pressionados por cerca de 20 a 30 pessoas ao longo de uma hora pode gerar 500 watts. “A ideia é capturar a energia regenerativa, aquela que as pessoas já estariam gerando e seria desperdiçada”, observa Amaral.

O projeto é acompanhado de mostradores que apresentam em tempo real a energia obtida. É possível utilizar a tecnologia em diferentes tipos de eventos. Em outubro do ano passado, o Coldplay virou notícia ao anunciar sua nova turnê “eco-friendly”, que seria alimentada pela animação do público sobre o piso cinético. A pista já vem sendo usada faz tempo. Em 2011, por exemplo, foi levada para o Rock in Rio e usada durante os intervalos de shows do Palco Mundo. Em 2013, um palco sustentável foi criado com os módulos no Carnaval de Salvador. Na ocasião, a energia gerada ajudou a alimentar as luzes dos shows.

A fabricação da Ecopista é feita na Holanda com um custo médio de importação e transporte de cada módulo em torno de 5 mil euros (R$ 28,4 mil). A tecnologia também faz parte dos produtos da Ecogreens no Brasil.

 

Gramado acende refletores

Conceito semelhante ao da Ecopista foi utilizado no campo de futebol do Morro da Mineira, no Catumbi, zona central do Rio de Janeiro. Em 2014, a área foi reinaugurada com uma camada de 200 placas capazes de absorver energia cinética gerada pela atividade dos jogadores. A inovação veio de uma parceria entre a Prefeitura do Rio de Janeiro, por meio do Programa Rio + Social, e a Shell, com tecnologia da startup britânica Pavegen.

Na época, a carga acumulada nos jogos era combinada à energia solar capturada por painéis instalados no teto de uma escola de samba da região. A união das tecnologias resultava na geração de 2 quilowatts por hora, o suficiente para manter seis refletores de LED do campo acesos por até 10 horas.

Mas o sistema ainda requer alguns ajustes. No Morro da Mineira, ele funcionou por cerca de seis meses. “A iluminação ficou precária e tivemos que colocar energia normal de novo”, relata o morador Aldir Silva, presidente da Associação de Moradores da Mineira. Com a descontinuidade do projeto pelas instituições parceiras, as placas foram retiradas na última reforma do campo, há mais de um ano.

 

Microalgas produzem biocombustíveis

Em Curitiba, pesquisadores da Universidade Federal do Paraná (UFPR) estão usando microalgas, organismos unicelulares de crescimento rápido e presentes em rios, mares, mangues e no solo, para transformar resíduos sólidos não recicláveis em energia elétrica. O professor André Bellin Mariano, do Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento em Energia Autossustentável (NPDEAS) da universidade, explica que esses organismos são usados para tratar efluentes e emissões devido à sua capacidade de produzir oxigênio.

No projeto, o lixo é incinerado, sendo transformado em calor, cinza, água e gases, principalmente gás carbônico. O calor é transferido para a água, gerando o vapor que é usado em uma usina termoelétrica da UFPR. A energia obtida no processo é convertida em eletricidade.

Já os gases emitidos na queima do lixo são capturados e absorvidos pelas microalgas por meio de um fotobiorreator compacto, desenvolvido pelos pesquisadores. O fotobiorreator é um equipamento que usa uma fonte de luz na transformação da matéria-prima em determinados produtos. Isso é feito a partir de agentes biológicos como células, micro-organismos e enzimas. No caso do equipamento da UFPR, são usadas microalgas para absorver gás carbônico e converter em açúcares.

 

É após a absorção das emissões e nutrientes presentes no fotobiorreator que ocorre a produção de uma biomassa em um biodigestor acoplado. Esse tipo de equipamento é conhecido por tratar os resíduos orgânicos da agroindústria, produzindo gás e fertilizantes a partir deles. Ao final do processo no biodigestor, é possível separar a biomassa de aplicação industrial e recuperar uma água em qualidade que pode ser reutilizada na agricultura.

A biomassa produzida pelas microalgas, por sua vez, pode ser usada na produção de biocombustíveis, rações e indutores de crescimento vegetal, enquanto as cinzas resultantes da incineração dos resíduos podem ser encaminhadas para mistura de asfalto ou concreto. Cerca de 100 kg de resíduos incinerados podem ser convertidos em 5 kg de cinzas.

O equipamento desenvolvido pela UFPR é capaz de incinerar 50 kg de lixo por hora, o suficiente para fornecer energia elétrica para até oito residências. Hoje, a energia obtida é usada no Centro Politécnico da universidade.

Plantas geram luz

Batizado de Living Light Lamp, o projeto da designer holandesa Ermi van Oers, em parceria com a startup Plant-e, utiliza plantas para gerar energia limpa desde 2016. Nesse caso, a eletricidade obtida é extraída no processo de fotossíntese dos vegetais. Isso é possível porque, ao passar p

or esse processo, eles liberam compostos orgânicos no solo, o que leva bactérias a uma reação que gera prótons e elétrons. Uma “célula combustível”, desenvolvida pela Plant-e, captura essa energia e a transforma em eletricidade.

 

Quanto mais saudável o vegetal, mais energia poderá ser aproveitada. A estimativa é que uma planta bem cuidada possa produzir cerca de 0,1 megawatt. Isso é o suficiente para o funcionamento da lâmpada que vai junto com o produto. Ela funciona bem como um abajur, sem iluminar completamente o ambiente.

As dez primeiras lâmpadas do projeto foram lançadas em 2020, com um custo para os interessados de 1,5 mil euros (R$ 8,5 mil). A startup continua recebendo feedbacks dos clientes, que podem acender a lâmpada ao tocar a planta.

 

 

 

Créditos da matéria: https://www.uol.com.br/ecoa

Créditos da imagem: Divulgação

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Projeto Aguaduna inaugura nova geração de cidades inteligentes e sustentáveis

Inteligência artificial, tecnologias e sustentabilidade. Confira na matéria como o projeto Aguadura, cidade inteligente, colabora para o meio ambiente e o futuro.

O projeto Aguaduna implementa um modelo inovador de cidade, dedicado a recuperar o equilíbrio entre a sociedade e a natureza a fim de melhorar a qualidade de vida de seus habitantes e preservar o entorno. Localizado no município de Entre Rios, no litoral norte Bahia, o projeto binacional, concebido na Espanha e no Brasil, tem obras previstas para serem iniciadas no segundo trimestre de 2021. Entre os principais pilares está a economia circular, voltada para reduzir resíduos e a poluição do sistema, prolongar a vida útil de produtos e materiais e regenerar os sistemas naturais – por meio do uso de energia renovável, do tratamento correto de efluentes, reúso e captação de águas pluviais.

A iniciativa é de propriedade da empresa de capital espanhol Naurigas Emprendimientos, com participação das famílias Matutes Mestre y Espallargas, e desenvolvida pela empresa espanhola Seed Global Advisoring (SGA). O projeto também conta com parceria estratégica e investimentos da Siemens, além de outras empresas de inovação.

Para melhorar a qualidade de vida nas cidades e preservar o equilíbrio com a natureza e a cultura local, o projeto Aguaduna utiliza a tecnologia e a conectividade em benefício da população. Cerca de 380 mil pessoas, abrangendo a população de Entre Rios e redondezas, serão beneficiadas com o empreendimento.

Apenas 14% do terreno será ocupado por estradas e edificações, de modo que os 86% restantes serão superfícies permeáveis, sendo 37% composto por áreas protegidas (Mata Atlântica, lagoas naturais e dunas) e 49% formado por áreas verdes, parques e espaços verdes urbanizados.

Aguaduna reunirá em um mesmo complexo unidades residenciais, um pólo de geração de inovação, espaços destinados à educação e capacitação profissional e instalações turísticas. Devido aos investimentos no âmbito social para a região, o projeto atraiu o apoio do poder público local, por meio de um protocolo de intenções assinado com o governo do Estado da Bahia em 10 de dezembro de 2019.

Outros pilares incluem a criação de empregos ligados à inovação, em setores como IoT – Internet das Coisas e a gestão de dados em larga escala, e a priorização de modais alternativos de transporte, com meios de locomoção autônomos, compartilhados e não poluentes.

A Siemens será responsável pela implementação de soluções e tecnologias com o desenvolvimento de serviços digitais e o uso de big data. Esses avanços também serão implementados em áreas como eletrificação, gerenciamento de resíduos, segurança e mobilidade. O CEO da Smart Infrastructure da Siemens no Brasil, Sérgio Jacobsen, explica que dentre o portfólio da Siemens para Smart Cities, as soluções de destaque no projeto são os produtos e soluções para tecnologia predial, infraestrutura de carregamento elétrico para veículos e geração distribuída por meio de microrredes de energia. “Todo esse fornecimento de soluções será monitorado via plataforma de gestão de dados MindSphere. Por meio de big data, vamos garantir uma melhor performance tecnológica para a cidade, garantindo além de eficiência energética, confiabilidade no fornecimento de energia.”

O acordo que selou a participação da Siemens no projeto de Aguaduna teve a colaboração da EAN Energia, consultoria especializada em energias renováveis e que promove o relacionamento, a identificação e a conexão dos parceiros tecnológicos que serão os ativadores do projeto de Aguaduna.

Aguaduna cobrirá uma área total de aproximadamente 1000 hectares. Estima-se que, em um período de 15 anos, acolherá 36.000 residentes – o que, considerando a população atual de Entre Rios, representa um crescimento sustentável de 10% ao ano. Além disso, haverá uma geração estimada de mais de 30.000 empregos para trabalhadores não residentes nas áreas de serviços, comercial, científica, de profissionais de tecnologia, saúde, educação e agronegócio, assim como uma capacidade diária para receber 5500 turistas.

Em relação ao gerenciamento de recursos hídricos, Aguaduna contará com a utilização de águas residuais, captação de águas pluviais para atividades agrícolas, entre outros sistemas. O projeto também contempla uma unidade de biomassa e uma estação de tratamento de efluentes. Site: aguaduna.com.

Créditos da matéria:  https://www.arandanet.com.br

Créditos da imagem: Divulgação

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Caminhão elétrico da JAC já pode ser encomendado

Veículos elétricos conquistam espaço no Brasil. Aos poucos, cada marca anuncia seu produto. Desta vez a JAC anuncia o primeiro caminhão elétrico que será vendido no país. Confira:

O primeiro caminhão elétrico que será vendido em série no Brasil é chinês. É o JAC IET 1200, que tem peso bruto total de 5,8 toneladas, motor de 177 cavalos e autonomia de 200 km.

Ele já pode ser encomendado, mas o lançamento oficial será só no fim do ano.

A importadora quer conquistar uma parte do segmento dos leves apostando no benefício da tecnologia para a redução de emissões nas cidades, uma vez que os veículos comerciais dessa categoria operam prioritariamente em áreas urbanas.

Segundo o importador, o caminhão vai proporcionar uma economia de R$ 2,5 mil por mês em relação Mao caminhão a diesel.

O veículo pode ser carregado em tomada de 220 volts, levando 17 horas para completar a bateria. Se a tensão for trifásica e 380 V, ele será abastecido em duas horas.

Vai custar R$ 260 mil.

Créditos da matéria:  EcoInforme

Créditos da imagem: Internet

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Alemanha inaugura sua primeira autobahn elétrica

Na busca por soluções para minimizar os danos ao meio ambiente causados pelo transporte de cargas, o Governo alemão testa novas tecnologias que diminuem o impacto ambiental. Confira a matéria completa:

Trecho da A5 perto de Frankfurt é adaptado para a recarga em movimento de caminhões com motores elétricos. Governo busca soluções para diminuir emissões de poluentes pelo transporte de cargas.

A primeira autobahn elétrica da Alemanha, voltada para o transporte de cargas, foi inaugurada nesta terça-feira (07/05) perto de Frankfurt.

Na verdade trata-se de um trecho de 5 km na autobahn A5, no estado de Hessen. Em ambos os lados da pista foram colocados cabos aéreos, semelhantes aos usados pelos bondes elétricos.

Caminhões com motores elétricos poderão se acoplar aos cabos aéreos e recarregar suas baterias ao passarem pelo trecho. Cinco transportadoras participarão de uma fase de testes, executada pelo Ministério do Meio Ambiente da Alemanha.

Os caminhões do teste têm tecnologia híbrida (motores elétricos e a combustão), e o trecho com os cabos serve para o recarregamento das baterias, que podem então ser utilizadas. Quando elas ficarem vazias é acionado o motor a combustão.

O ministério quer testar modelos para o transporte de cargas nas estradas e investiu 50 milhões de euros em três trechos de testes. Um deles é o que fica perto de Frankfurt, e os outros dois serão construídos nos estados de Schleswig-Holstein e Baden-Württemberg.

O objetivo final é encontrar soluções para o transporte de cargas que sejam ao mesmo tempo pouco poluidoras e que emitam poucos ruídos. Os testes também vão avaliar se a mudança atrapalha o trânsito e qual o custo adicional de manutenção das rodovias.

Segundo o ministério, o transporte de cargas têm aumentado nos últimos anos é um grande emissor de gases do efeito estufa.

O ministério justificou a opção pela A5 com o forte tráfego, de mais de 130 mil veículos por dia, dos quais 13 mil caminhões, pelo trecho. “Se funcionar aqui, funciona em qualquer lugar”, disse um responsável.

Se funcionar, isso não significa que todas as autobahns do país teriam que ser adaptadas. Pelos cálculos do ministério bastariam mil quilômetros para o transporte de cargas. O custo final seria de um 1 milhão de euros por quilômetro, ou 1 bilhão de euros no total.

Ainda não está claro como a energia que os caminhões utilizarão para recarregar as baterias seria cobrada. Na fase de testes, a conta será paga pelo Ministério do Meio Ambiente.

Também não está claro quem arcará com os custos da adaptação dos caminhões ao novo sistema. Pelos cálculos da montadora Scania, que fabricou os protótipos para o teste, um caminhão que pode se recarregar enquanto anda custa de 50% a 75% mais do que um caminhão normal.

Os atuais caminhões que andam apenas com motores elétricos podem rodar no máximo 10 quilômetros até ficarem sem carga. O objetivo é chegar a 60 quilômetros.

Além da Alemanha, a Suécia e os Estados Unidos também têm trechos de “rodovias elétricas”.

Créditos da matéria:  DW

Créditos da imagem: Internet

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