Saiba como se tornar um consumidor consciente em passos simples
Hoje é necessário adotar um consumo consciente, criar bons hábitos para conquistar qualidade de vida e para proteger o meio ambiente. Na matéria a seguir algumas dicas para serem utilizadas no dia a dia. Confira:
Guia do Idec trata de finanças, alimentação, saúde, energia, internet, telefonia e resíduos
Preciso do produto que vou comprar? É durável? É possível consertá-lo, reutilizá-lo ou reciclá-lo? Escolhi o produto que faz menos mal ao meio ambiente?
As perguntas acima fazem parte da apresentação do guia eletrônico “Proteção e Sustentabilidade”, que trata de temas como alimentação, resíduos, energia, gestão de finanças, saúde, mobilidade, telefonia, internet e direitos digitais.
Preparado pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor, Idec, o material ensina a fazer escolhas mais “confiáveis, saudáveis e ecológicas” nas compras do dia a dia, traz dicas sobre como se prevenir de abusos e esclarece sobre direitos do consumidor em várias situações.
Em todos os temas, existe uma parte com links para outros manuais e tabelas, sob a rubrica “Consuma Informação”. O e-book está disponível para download no site do Idec, mediante o preenchimento de um cadastro.
CONSUMO CONSCIENTE
“Devido ao crescimento rápido da população mundial e à limitação de seus recursos naturais, iniciou-se um movimento para considerar o impacto dos indivíduos, em suas tarefas cotidianas, para o agravamento da crise ambiental”, relata o texto, para apresentar o conceito de Consumo Consciente. “A partir daí, atividades simples como ir às compras, seja para necessidades básicas ou itens considerados luxuosos, começaram a ser percebidas como comportamentos e escolhas que afetam a qualidade do meio ambiente e a coletividade.”
“Os esforços para garantir a sustentabilidade no consumo não devem se limitar a comportamentos individuais ou a mudanças tecnológicas adotadas por fornecedores para atender este novo nicho de mercado. Para além disso, devem valorizar nossos papéis como consumidores, compreendendo a ação de compra enquanto prática política”, prossegue.
FINANÇAS
Cerca de 61 milhões de brasileiros estão endividados, segundo o Idec. Para ilustrar a situação, o Idec fez um documentário partindo de um caso específico de superendividamento e ouvindo especialistas sobre o tema.
O guia também lista os bancos responsáveis, de acordo com suas políticas socioambientais – que vão desde a relação comercial com produtores de armas e munições até ocorrências de violações de direitos trabalhistas.
Para auxiliar a fazer um plano orçamentário, fornece também uma planilha de orçamento.
SAÚDE
Você sabe como funciona o SUS e como fazer para obter uma carteirinha? Informações como estas fazem parte do guia, ao lado de explicações sobre reajustes, planos coletivos e orientações sobre reajustes abusivos de planos. Planos com coparticipação merecem verbete especial.
ALIMENTAÇÃO
Priorizar alimentos in natura, comprar alimentos em feiras livres, utilizar pouco óleo, sal e açúcar fazem parte das dicas relativas à alimentação.
Planejar as compras, principalmente de perecíveis, para evitar desperdício, usar sacolas e organizar-se em grupos de consumo que estimulem a produção sustentável local e regional.
Além das orientações práticas, o guia também alerta sobre a importância de manter-se informado e atualizado sobre a produção de alimentos e sugere apoiar a produção regional, com o objetivo de fortalecer a segurança alimentar local e reduzir o consumo de energia com o transporte. E indica: “Exija que os produtores respeitem as leis ambientais e legislação trabalhista, utilizando métodos menos impactantes ao meio ambiente e à saúde de seus colaboradores”.
Um verbete especial é dedicado aos “rótulos confusos”, com informações para decifrar os enigmas mais comuns que o consumidor enfrenta na leitura dessas minúsculas peças.
Uma delas é ter atenção à ordem da lista de ingredientes, pois a forma de apresentação indica que o primeiro item é o que está presente em maior quantidade e o último, em menor.
Sugere evitar produtos que contenham açúcar ou sódio entre os primeiros itens da lista e também os que têm ingredientes de nomes complicados: “há grandes chances de serem ultraprocessados”.
Transgênicos e agrotóxicos também merecem verbetes no guia. “As alterações no patrimônio genético das nossas plantas e sementes estão diretamente ligadas ao aumento do uso de agrotóxicos, pois muitas sementes são modificadas para que sejam resistentes a estes produtos químicos. Desde 2003, conquistamos a obrigatoriedade de ter a informação no rótulo de produtos com qualquer quantidade de transgênicos, garantindo que possamos escolher o que queremos”.
O e-book divulga o Movimento Comer Livre, que prega uma alimentação livre de conservantes, aromatizantes e outras substâncias nocivas à saúde, “além de ser livre da influência da publicidade e da desinformação promovida por empresas de alimentos ultraprocessados”. Dá também acesso ao mapa das feiras de orgânicos.
RESÍDUOS
Guia do Idec com tempos de decomposição
Infográfico mostra os tempos de decomposição dos materiais – Idec
Entre as indicações para reduzir a produção de resíduos estão comprar duráveis e resistentes, consertar produtos em vez de descartar e evitar descartáveis.
Sobre embalagens, orienta a procurar pelas reutilizáveis ou recicláveis e escolher produtos de empresas que desenvolvem programas socioambientais ou que sejam responsáveis pelo tratamento pós-consumo, em geral assinaladas com algum selo ambiental.
O guia do Idec defende que a divulgação destes direitos é essencial para que produção e consumo sejam vistas como áreas de interesse coletivo.
Créditos da matéria: Folha
Créditos da imagens: Idec