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Falta de lixo para geração de energia na Suécia

Por esta, os suecos certamente não esperavam. País modelo no que diz respeito à economia sustentável, a Suécia foi tão longe no esforço de reciclar a maior quantidade possível de resíduos sólidos urbanos, que está faltando lixo para outra área estratégica da economia circular: a produção de eletricidade a partir da queima dos detritos.

O problema vem desde o começo da década de 2010, quando a balança pendeu definitivamente para o prato da reciclagem, deixando o prato da geração de energia a partir do lixo quase vazio. A Suécia recicla mais de 1,5 bilhão de garrafas e latas anualmente, uma quantidade extraordinária para um país cuja população não chega a 10 milhões de habitantes. Por causa do hábito arraigado de juntar os resíduos para o serviço de reciclagem, os suecos produzem apenas 460 kg de lixo por ano, quando a média europeia é de 525 kg.

Menos de 5% dessa quantidade acaba em aterros sanitários. Especialmente em pequenas cidades, não é incomum que 99% do lixo produzido seja reutilizado. O resultado é um pronunciado déficit de insumos para as mais de três dezenas de instalações de incineração de resíduos que produzem energia elétrica e aquecem casas no país. É claro: se o lixo produzido pelos suecos é insuficiente para o pleno funcionamento das instalações, o país tem menos energia disponível.

A saída tem sido, já faz também alguns anos, importar lixo de países que se dispõem a vendê-lo, como a vizinha Noruega, a Grã-Bretanha, a Irlanda e a Itália, entre outros, para garantir que a energia elétrica continue sendo gerada.

INDUÇÃO FORÇADA – A origem remota desta distorção está no crescente endurecimento do governo sueco no que diz respeito à coleta de lixo, que transformou a política do país para o segmento numa das mais rígidas da Europa.

Os cidadãos da Suécia pagam, por exemplo, uma taxa de recolhimento de lixo que é proporcional à quantidade que eles produzem, ou seja, para não sofrer com altas taxas, os suecos são como que obrigados a controlar a sua produção de lixo. Além do mais, se o lixo orgânico não estiver de acordo com as especificações indicadas pelo governo, ele não é recolhido.

Assim, para economizar, é preciso não só diminuir a produção de lixo, como também fazer a separação correta dos resíduos praticamente o tempo todo. O sistema funciona de maneira impecável. Todos os resíduos separados são religiosamente levados aos centros de coleta. Depois, todo o lixo que pode ser reciclado é redirecionado para os centros de reciclagem disponibilizados pelo governo. O que não pode, é encaminhado às termelétricas na forma de biogás ou lixo inflamável, para posterior geração deste tipo de energia.

Um benefício adicional dessa forma de produção de energia elétrica é que, além dela ser mais barata por ser obtida do lixo incinerado, ela consegue reduzir as possíveis toxinas que poderiam prejudicar o solo em aterros sanitários.

O MUNDO E O BRASIL – Mas há outros países que também estão tratando o lixo de uma maneira cada vez mais sustentável, com destaque para a China, o Japão e o Canadá. A China, por exemplo, anunciou em 2017, numa reunião na Organização Mundial do Comércio (OMC) que reduziria as importações de lixo plástico e papel.

Mas agora o país parou definitivamente de importar esses resíduos – inclusive o plástico. Antes, a China importava mais da metade do lixo reciclável do mundo, política promovida na década de 1980 para obter as matérias-primas que estavam escassas no país.

O Japão é outro país que leva a sério a reciclagem. Além do compromisso ambiental, o país precisa gerenciar de forma eficiente os milhões de resíduos gerados pela população, por conta da falta de espaço para o armazenamento.

Os cidadãos japoneses gerenciam rigorosamente os seus próprios resíduos através de um sistema de classificação e horários de coleta que eles cumprem à risca. De modo geral, as famílias separam o lixo em cerca de 35 categorias, que posteriormente são transferidas para os centros de reciclagem. Atualmente 90% do lixo urbano sólido produzido no Japão são reciclados.

Já o Canadá não possui, na verdade, uma alta taxa de reciclagem, mas conta com uma cultura de economia circular profundamente enraizada, que leva os canadenses a vender ou doar produtos em desuso, ao invés de descartá-los. Eles também são especialistas em reciclagem de pneus, pois usam o material para misturar com o asfalto para a construção de estradas ou de pisos para playgrounds.

Além disso, o Canadá também dispõe de muitos locais para o descarte de bitucas de cigarro, por este ser um dos resíduos mais poluentes do planeta. O curioso é que, das bitucas coletadas, tudo é reaproveitado, desde o tabaco que resta no cigarro (para compostagem) até o invólucro, que é incorporado na produção de plásticos para bancos de parque e palets, por exemplo.

Quanto ao Brasil, se é um dos campões mundiais na reciclagem de latas de alumínio, recicla ainda só 3% dos resíduos sólidos em geral, tendo de conviver, ademais, com o esgotamento ou mesmo falta de aterros sanitários nas metrópoles. (Alberto Mawakdiye)

 

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Brasil desenvolve sua primeira telha de concreto que capta energia solar

A primeira telha de concreto capaz de transformar a luz solar em energia elétrica do Brasil começou a ser comercializada pela empresa do setor de construção civil Eternit. Inéditas no país até então, as telhas fotovoltaicas de concreto BIG-F10 são resultado de três anos de testes e adaptações para que as células fotovoltaicas pudessem ser integradas no material. “No caso da Tégula Solar, elas são aplicadas diretamente no concreto respeitando o formato em curvas das telhas”, diz a marca. Quem instalar as telhas em sua residência poderá captar a luz solar para a produção de energia elétrica sem a necessidade de painéis adicionais. “O que existe hoje em larga escala são placas fotovoltaicas cujos modelos precisam ser instalados em cima dos telhados”, explica Luiz Antonio Lopes, responsável pela área de desenvolvimento de novos negócios da Eternit.

As primeiras unidades foram vendidas para clientes selecionados no Estado de São Paulo e na região de sua unidade fabril, em Atibaia, e nos próximos meses devem ser disponibilizadas para o público em geral, segundo a companhia. A seleção foi feita pela equipe técnica e comercial da empresa com base na capacidade inicial de produção e na formação de um portfólio de projetos de referência para diversas condições climáticas, padrões construtivos e possibilidades de aplicação.

“Queremos democratizar o acesso à energia elétrica originada a partir de fontes renováveis no Brasil, através de uma tecnologia revolucionária que pode gerar retornos sobre o investimento em um período de três a cinco anos”, destaca o presidente do Grupo Eternit, Luís Augusto Barbosa.

A telha Tégula Solar mede 36,5 cm por 47,5 cm e é composta de concreto, com a incorporação de células fotovoltaicas em sua superfície. Sua potência é de 9,16 watts, o que representa uma capacidade média mensal de produção de 1,15 Kwh, com vida útil estimada em 20 anos.

“É um produto de fácil instalação e que não interfere na arquitetura das construções, com peso e estrutura semelhantes ao das telhas convencionais, mas que agrega valor ao telhado, além de oferecer proteção, conforto térmico e acústico”, acrescenta Lopes.

 

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Honda vai investir R$ 30 milhões para expandir o parque eólico


Investimento para expandir parque eólico e recuperação do mercado automotivo são ótimas notícias para a indústria automobilística e o meio ambiente. Confira a matéria:


Foto: Gabrielle Chagas G1

Unidade paulista ficou quase 3 anos fechada depois de pronta. Ela abre com a produção do Fit e, em dezembro, recebe o WR-V. Até 2021, todos os modelos nacionais da marca sairão de lá.

A Honda vai utilizar energia do vento para compensar a energia elétrica gasta em nova fábrica em SP. A montadora vai investir R$ 30 milhões para expandir o parque eólico que possui em Xangrila-Lá (RS) para que ele produza a mesma quantidade de energia que a fábrica de Itirapina (SP) demanda.

O anúncio foi feito nesta quarta-feira (27), durante na cerimônia de inauguração da fábrica paulista.

“Afirmo com orgulho que todos os carros fabricados em Itirapina irão utilizar energia limpa”, disse o presidente da Honda na América do Sul, Issao Mizoguchi.

A unidade recém-inaugurada ficou quase 3 anos fechada depois de pronta, por conta da crise que atingiu também o setor automotivo.

O primeiro carro feito lá é Fit, e a unidade será responsável pela produção de todos os veículos nacionais da marca até 2021. Até agora, os demais modelos saem da fábrica de Sumaré (SP), que será mantida com a produção de componentes.

O próximo modelo a ser feito em Itirapina será o WR-V, em dezembro.

Além disso, a montadora anunciou que vai trazer 3 modelos híbridos (com motor elétrico e outro a combustão) para o Brasil até 2023, mas eles serão importados.

Trancada pela crise

A Honda começou a construir a fábrica de Itirapina em 2013. Fruto de um investimento de R$ 1 bilhão e com uma área de 5,8 milhões de metros quadrados, ela deveria ter sido aberta em 2016.

Em entrevista ao G1, no início do ano passado, Mizoguchi disse que a unidade só seria aberta quando houvesse reais condições – na época, segundo o executivo, não existia demanda suficiente para duas fábricas operando, portanto, ela não produziria nem o equivalente a 1 turno.

Nesta quarta, o executivo explicou que a decisão de por a fábrica para funcionar não se deveu a uma melhora no mercado.

“Não é o aumento (nas vendas de carros no Brasil), a recuperação do mercado que foi o fator decisivo para iniciarmos a produção aqui”, explicou o presidente da montadora.

“(É) Simplesmente porque essa fábrica tem equipamento melhor, layout melhor, ecologicamente melhor também. Tem uma condição para melhorar um pouquinho a competitividade”, completou.

“Você tá com dois carros: um carro antigo e um carro novo. Chega uma hora que você fica com vontade de usar o carro novo”, comparou.

Para Mizoguchi, o Brasil ainda está muito abaixo do nível do começo da década, antes da crise. “(Só vai chegar) Ao nível de 2013, que foi um ano bom de vendas no Brasil, ser em torno de 2025. Está melhorando, mas estamos muito longe do nível de 2013”, afirmou.

Instalações

De acordo com a fabricante, a nova unidade tem capacidade nominal de produção de até 120 mil carros ao ano, dividida em dois turnos, e contará com a experiência dos funcionários transferidos da planta de Sumaré.

Por enquanto, 400 colaboradores já trabalham em Itirapina – até 2021 serão 2 mil. Com a transferência, não haverá novas contratações.

Na fábrica de Sumaré, permanecerão atividades como produção do conjunto motor, bem como como fundição, usinagem, injeção plástica, engenharia da qualidade, planejamento industrial e logística.

A montadora diz ainda que a fábrica segue as melhores práticas de produção da Honda no mundo, com tecnologias otimizadas de estamparia e solda, além do novo processo de pintura da carroceria, com base d’água.

Foto: Gabrielle Chagas G1

Otimismo

Segundo o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Antônio Megale, a inauguração da fábrica consolida a expectativa de expansão do mercado, que cresceu 10,6% de janeiro deste ano até agora.

“Sabendo que estamos passando por uma transformação extraordinária nos termos de indústria automobilística mundial, é importante que a gente invista em pesquisa de desenvolvimento e inovação e esse programa nos traz isso”, disse Megale.

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), disse que com a recuperação do mercado as condições físicas da fábrica permitem a expansão de produção e, consequentemente, a geração de mais empregos.

“Quero dizer que R$ 1 bilhão de investimento é algo substantivo, não é apenas para Itirapina, mas é para São Paulo e para o Brasil. Estamos falando de investimento parte já consolidado e parte a consolidar nesses próximos quatro anos, é especialmente importante”, declarou.F

Créditos da matéria:  G1

Créditos da imagem: Gabrielle Chagas/G1

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