Turbinas eólicas trazem energia limpa e beleza para áreas urbanas
Projeto une design e sustentabilidade com o objetivo de produzir energia renovável no mesmo local onde a eletricidade será usada.
Quando design e tecnologia se encontram, os equipamentos deixam de ter apenas uma funcionalidade prática e podem ser usados também como parte da decoração. É este o caso das turbinas eólicas desenvolvidas pelo designer Joe Doucet, um sistema modular de energia eólica projetado para trazer energia limpa e uma estética diferenciada para ambientes urbanos.
As turbinas receberam o nome de Airiva e estão em fase de testes. Os protótipos têm pás verticais de dois metros de altura o formato lembra uma escultura fluída e não um “ventilador”, como é o caso das pás de turbinas eólicas convencionais.
Essas lâminas criam um movimento hipnotizante à medida que giram. Para Doucet esta é uma qualidade essencial já que tornam as turbinas uma peça de decoração viva em edifícios, universidades ou estradas.
Os segmentos Airiva são feitos de alumínio com plástico moldado por injeção nas lâminas. A empresa tem como meta usar 80% de materiais reciclados assim que começar a fabricar.
“O design desempenha um papel significativo na escolha por estas turbinas e integra-se na arquitetura e infraestrutura das nossas paisagens urbanas e suburbanas, trazendo energia limpa para mais perto de onde vivemos e trabalhamos”, explica o designer.
O fato de as turbinas estarem próximas aos locais onde a eletricidade será usada é importante. Segundo especialistas, a infraestrutura traz menos perdas de energia e esses sistemas garantem maior resiliência contra interrupções da rede.
Para tornar o Airiva adaptável a muitos cenários urbanos, o sistema é modular e escalável com quatro lâminas encerradas em “segmentos de parede” quadrados que podem ser unidos para formar uma unidade de comprimento basicamente “infinito”, de acordo com a necessidade e espaço disponíveis.
“O sistema de energia eólica Airiva complementa e coexiste com outros sistemas de energia renovável, ao mesmo tempo que expande as aplicações para energia eólica distribuída”, disse Doucet.
Sustentabilidade e design
A ideia por trás da criação do conceito das turbinas Airiva surgiu quando Doucet percebeu que não existiam muitos projetos de geração de energia renovável que valorizassem a estética dos equipamentos. O primeiro desenho das turbinas foi feito em 2021.
Na época o projeto foi chamado de Wind Turbine Wall e o sucesso da ideia gerou uma parceria com o veterano da indústria de tecnologia Jeff Stone – e então o sistema Airiva foi lançado.
A versão atual do projeto é o resultado de dois anos de engenharia, desenvolvimento e testes, sendo a principal mudança no formato e tamanho das lâminas.
Seu formato helicoidal mostrou ter o melhor desempenho depois que 16 conceitos de pá foram avaliados e três versões testadas em instalações de túnel de vento.
Capacidade
As turbinas Airiva não foram projetadas para serem tão potentes quanto os grandes equipamentos industriais. A estimativa é que cada segmento de parede de quatro turbinas possa fornecer 1.100 quilowatts-hora em produção anual de energia (AEP) com base em testes iniciais.
Para satisfazer a procura total de energia de uma residência média nos EUA, seria necessário um sistema com dez segmentos ou 40 turbinas.
O idealizador do projeto ressalta, no entanto que a ideia é que as turbinas sejam um complemento na geração de energia e que os sistemas contribuam para garantir as necessidades energéticas de edifícios urbanos.
Lançamento próximo
O foco dos criadores é o mercado de construções comerciais, universidades, aeroportos, rodovias, ferrovias, portos e zonas costeiras com boa incidência de ventos.
A Airiva testará um protótipo em escala real de sua unidade ainda este ano, que consistirá em dois segmentos de parede com quatro turbinas cada, além de um “hub final” para abrigar os controles, comunicações e gerenciamento de energia.
A empresa planeja realizar pilotos de clientes no segundo semestre de 2024, com o objetivo de receber os primeiros pedidos em 2025.
Créditos da matéria: Ciclo Vivo
Créditos de imagem: Divulgação