Posts

Startup chinesa anuncia bateria nuclear com duração de 50 anos

A startup chinesa Betavolt Technology anunciou na segunda-feira (8) que está desenvolvendo uma bateria nuclear que pode ser usada por 50 anos com apenas uma carga. A empresa pretende fornecer o componente inovador como solução de energia para diferentes tipos de dispositivos, incluindo celulares e drones, em breve.

O modelo é o primeiro do mundo a realizar a miniaturização da energia atômica, de acordo com a Betavolt. Ele conta com isótopos de níquel-63 reunidos em um módulo de tamanho inferior a uma moeda, como fonte de energia, e utiliza uma camada de diamante para realizar a conversão dos isótopos em decomposição para eletricidade.

Trata-se do mesmo tipo de processo criado no século passado por cientistas da então União Soviética e dos Estados Unidos. Porém, os tanques de energia termonuclear da época eram enormes e caros, sendo utilizados principalmente em estações científicas remotas, sistemas subaquáticos e espaçonaves.

Segundo a companhia chinesa, a bateria nuclear atualmente em desenvolvimento mede 15 mm x 15 mm x 15 mm, tem 3 volts e é capaz de fornecer 100 microwatts de eletricidade. Nos próximos dois anos, a startup quer criar modelos de maior capacidade, de 1 watt, que possam ser combinados modularmente para uso em equipamentos que necessitem de mais carga.

Celulares que nunca precisam ser carregados

O tamanho reduzido e a produção em série que a Betavolt pretende iniciar nos próximos anos representaria uma grande evolução, com a bateria nuclear possibilitando o lançamento de celulares que nunca precisam ser carregados.

Além disso, o componente pode ser utilizado em diversas outras soluções, como drones com autonomia “infinita”, por exemplo.

A empresa disse que o componente é bastante seguro, não possui radiação externa nem explode como resposta à aplicação de força repentina, sendo capaz de funcionar normalmente em temperaturas variando de -60ºC a 120ºC. A novidade pode ser adicionada até mesmo em aplicações médicas como marca-passos e corações artificiais.

Segundo a fabricante, a bateria de energia atômica desenvolvida por ela também é “ecologicamente correta”, não representando ameaça para o meio ambiente.

 

Créditos da matéria: https://www.tecmundo.com.br/

Créditos de imagem:  Betavolt Technology/Divulgação

Confira a matéria na íntegra

O que é reciclagem têxtil?

A indústria da moda é uma das mais nocivas ao meio ambiente. Além de reciclar os resíduos têxteis, é preciso repensar a sua produção.

Uma pesquisa feita pelo governo de Nova Iorque aponta que 95% de todas as roupas, sapatos e outros tecidos podem ser reciclados, ou seja, se transformar em matéria-prima para outros processos de produção. Infelizmente, as roupas usadas poucas vezes têm este destino e um grande exemplo deste cenário são as montanhas de peças que se acumulam no deserto do Atacama, no Chile, que já podem inclusive ser avistadas do espaço.

A indústria têxtil é uma das grandes poluidoras do planeta. Além de consumir uma quantidade enorme de água e recursos naturais na produção, usa produtos nocivos como corantes e tecidos com grande quantidade de plástico em sua composição – que acabam se tornando micro plásticos. Na outra ponta deste processo está o descarte dos produtos: globalmente são produzidos anualmente 92 milhões de toneladas de resíduos têxteis. Para se ter ideia da dimensão deste número, podemos imaginar que ele equivale a um caminhão de lixo com tecidos sendo jogados fora a cada segundo.

Nos Estados Unidos, cada pessoa joga “fora” (fora de casa, mas não do planeta) cerca de 70 quilos de têxteis por ano, o que equivale a 17 milhões de toneladas de lixo anual, das quais apenas 2,5 toneladas são recicladas. Sim, a reciclagem é uma possibilidade também para a produtos têxteis e precisa ser ampliada.

Resíduos têxteis

Os resíduos têxteis não são apenas um problema ambiental, mas também social. Com a ascensão do fast fashion nas últimas décadas, as roupas entram e saem de moda mais rápido do que nunca. As peças de vestuário são fabricadas de forma barata e rápida – muitas vezes por trabalhadores explorados – e a sua má qualidade significa que também vão durar pouco e ser descartadas rapidamente.

Estudos mostram que atualmente, compramos cerca de 60% mais roupas do que há 15 anos e ficamos com as peças durante metade do tempo. Mesmo quando as roupas são devolvidas aos varejistas, na maioria das vezes elas acabam em aterros sanitários, pois é mais barato do que colocá-las novamente em circulação – é o que acontece no Chile com a justificativa de que as peças que terminam no deserto seriam comercializadas.

A indústria da fast fashion é responsável por cerca de 10% de todas as emissões globais de carbono, que é mais do que as emissões de todos os voos e transportes internacionais combinados. Além disso, os tecidos tingidos são responsáveis ​​por 20% de toda a poluição da água. Com tanto tecido sendo produzido, a reciclagem de têxteis pode ajudar a dar outra vida a um pedaço de tecido – roupa ou não – e limitar a produção de novos tecidos.

Antes de reciclar, repensar, recusar e reusar

Assim como acontece com diversos outros materiais, reciclar resíduos têxteis é uma opção muito importante para a economia circular desta indústria. É urgente estimular a reciclagem e inserir novamente na cadeia produtiva aquilo que seria descartado e transformado em poluição. Mas, antes da reciclagem, existem outras opções ainda mais sustentáveis, os famosos Rs da Sustentabilidade.

A primeira alternativa é simplesmente repensar e recusar novas peças. Antes de comprar, ou até mesmo de produzir, é preciso avaliar a real necessidade deste item – “o produto mais sustentável é aquele que você não compra”.

Caso a compra e a produção sejam realmente necessárias, a qualidade e durabilidade dos produtos devem ser prioridades. Além disso, como consumidores, podemos optar por marcas que tenham um compromisso com a fabricação sustentável de suas roupas, diminuindo ao máximo o seu impacto ambiental e respeitando os direitos de todas as pessoas envolvidas no processo de produção.

Por fim, uma vez que as peças não vão ser mais usadas, elas podem ser doadas ou comercializadas em brechós e bazares – que também são ótimos lugares para quem quer fazer compras. Aí sim, depois de todas estas etapas, entra a reciclagem.

Como funciona a reciclagem de resíduos têxteis?

Quando levados a uma recicladora de tecidos, os itens têxteis individuais serão avaliados quanto à sua utilidade. De acordo com a Associação de Materiais Secundários e Têxteis Reciclados (SMART), dos Estados Unidos, os tecidos reciclados são frequentemente usados ​​para fazer trapos/panos de limpeza necessários em muitos setores, como construção, manufatura e trabalho de custódia.

Diferentes processos mecânicos são usados ​​para reciclar diferentes tipos de tecido. A principal diferença está entre os tecidos naturais e os tecidos sintéticos. Os resíduos têxteis são classificados por tipo (roupas, toalhas, etc.), tipo de tecido e cor. Depois de separados, os tecidos estão prontos para serem desmontados de duas maneiras: mecanicamente ou quimicamente. Como o processamento químico ainda é um método emergente e caro, o processamento mecânico é o principal modo de reciclagem.

Durante o processamento mecânico, o tecido é triturado ou separado em suas fibras individuais, processo especialmente importante para algodão e fios. As máquinas rasgam o tecido para quebrá-lo em suas fibras componentes, que são então alinhadas em um processo chamado “cardagem” que as deixa prontas para serem retecidas. As fibras são transformadas em fios que podem ser tricotados ou tecidos em novos itens.

Quando um pedaço de tecido não pode ser fiado novamente, ele geralmente se torna um enchimento para almofadas, sofás, colchões ou outros produtos. Outra opção é incorporar este material na produção de camadas isolantes para os mais diversos fins. Este processo não requer produtos químicos, o que o torna vantajoso, mas a trituração afeta a qualidade do fio à medida que as fibras ficam mais curtas, o que dificulta a confecção de roupas de alta qualidade.

Tecidos sintéticos

Nas etiquetas de muitas roupas é possível checar se a peça foi feita com poliéster reciclado o que, muitas vezes, significa que a fabricação inclui garrafas PET (tereftalato de polietileno) recicladas PET recicladas. Os tecidos sintéticos que utilizam poliéster geralmente utilizam misturas de vários materiais, o que os torna mais difíceis de reciclar – portanto, 95% do poliéster reciclado vem, na verdade, de garrafas PET. Essas garrafas são classificadas, trituradas em flocos, limpas e depois derretidas para formar novas fibras de poliéster.

Apesar de dar um novo destino aos resíduos plásticos, as roupas de tecidos sintéticos acabam librando uma quantidade grande microplásticos durante a sua lavagem e este poluente acaba chegando aos rios e oceanos pela água usada na máquina de lavar. Por isso, sempre que for possível escolher, a opção mais ecológica são tecidos de fibras naturais, comprados de marcas responsáveis ou em brechós.

Desafios da reciclagem têxtil

A reciclagem têxtil não é perfeita. As tecnologias de reciclagem exigem materiais consistentes para funcionar e os produtos de vestuário são variáveis. Corantes, acabamentos e outros produtos químicos exigem mais etapas e processos especializados, e impurezas como botões, zíperes e lantejoulas precisam ser removidas. Algumas peças de vestuário também contêm vários tecidos diferentes que precisam ser processados ​​de maneira diferente.

Muitas vezes, a qualidade do tecido é prejudicada com a reciclagem e o material virgem geralmente precisa ser incorporado em produtos reciclados para fazer uma peça de roupa de alta qualidade. Para o uso em enchimentos e fabricação de componentes isolantes, esta questão não é um problema.

 

Créditos da matéria: https://ciclovivo.com.br/

Créditos de imagem: Imagem reprodução Cliclo Vivo

Confira a matéria na íntegra

Edifício mais sustentável do mundo é inaugurado em Curitiba

Além do mínimo impacto causado pela obra, o prédio tem energia solar, gestão de resíduos, captação de água da chuva e outras soluções verdes

Edifício mais sustentável do mundo - ecoconsciente

O edifício mais sustentável do mundo é brasileiro e acaba de ser inaugurado. A Galeria Laguna, em Curitiba, recebeu a certificação conforme a US Green Building Council (USGBC), organização não-governamental voltada para fomentar a indústria de construção sustentável.

Com mais de 1.000 m² de área construída, o prédio é a nova sede do Grupo Laguna e foi assinado pelo Estúdio 41 (@estudio41), escritório responsável por obras renomadas, entre elas a estação Comandante Ferraz, na Antártica.

A arquitetura contemporânea e elegante da construção chama a atenção na Avenida Batel. Como uma grande caixa de luz minimalista no meio da cidade, o resultado foi alcançado pelo uso de policarbonato alveolar, que garantiu uma fachada translúcida com um material durável.

Do lado interno, o pé-direito duplo traz amplitude e o vidro acidato dá privacidade para os colaboradores, enquanto permite a entrada de luz natural. Na decoração, o piso foi revestido com granilite e a parede foi deixada com o concreto aparente, fazendo um contraponto com a madeira do mobiliário e dos painéis de marcenaria.

No térreo, uma passarela leva a uma exposição de telas que contam a história do Grupo Laguna. Ainda no piso de acesso, há um café, que servirá como espaço para reuniões e encontros.

O andar inferior foi escavado para ser possível observar de cima as salas de reunião, escritórios e áreas de convivência. Ali também há um espaço de imersão, com telas no piso e na parede para apresentar os empreendimentos do grupo de maneira interativa.

Já no piso superior estão expostos os apartamentos decorados dos empreendimentos da empresa, além de uma pequena sala de exposições, com maquetes e imagens dos prédios.

Sustentabilidade

Desde o início do projeto, houve uma preocupação em minimizar o impacto ao meio ambiente. Durante a execução da obra, todos os fornecedores e materiais de construção foram criteriosamente selecionados para proteger os usuários do prédio e o planeta: de tintas que não emitem poluentes a dutos de ar-condicionado que evitam o acúmulo de sujeira.

Foram instaladas 68 placas fotovoltaicas na cobertura, que produzirão 100% da energia necessária para o funcionamento da sede. O consumo também será reduzido devido às grandes aberturas que favorecem o conforto térmico e a entrada de luz.

O edifício ainda possui fotossensores que, em dias com boa luminosidade, apagam as lâmpadas mesmo nos ambientes internos. À medida que vai escurecendo, as luzes vão se acendendo gradualmente, mantendo a iluminação ideal para enxergar bem.

Em relação à economia de água, o empreendimento será abastecido com 100% de água proveniente da chuva. O edifício possui uma estação de tratamento, que possibilita o reuso. O recurso será testado com frequência para garantir que seja potável e próprio para o consumo em todos os espaços e nas torneiras.

Redução na produção de lixo e destinação correta também é uma meta do projeto. A ação será gerenciada em uma central de resíduos com compostagem para material orgânico e parceria com cooperativas para os recicláveis.

O bem-estar e o comportamento dos colaboradores e visitantes também é um ponto essencial para a sustentabilidade do empreendimento. Portanto, há estrutura que incentiva a adoção de boas práticas: bicicletários para visitantes e funcionários, estação para manutenção e reparos, além de vestiários, pontos de recarga para carro e bicicletas elétricas e uma horta comunitária. Escadas foram dispostas em pontos estratégicos do prédio, para serem priorizadas, ao invés do elevador.

 

 

Créditos da matéria: https://revistacasaejardim.globo.com/

Créditos da imagem: Divulgação

Confira a matéria na íntegra

Programa Recicla Digital recolhe 3 toneladas de resíduos eletrônicos

A Prefeitura de Telêmaco Borba, por meio da Secretaria Municipal de Planejamento Urbano, Habitação e Meio Ambiente (SMPUHMA), realizou no dia 30 de abril (sábado), na Praça Dr. Horácio Klabin, em frente à Prefeitura, a primeira edição deste ano do programa Recicla Digital. Foram recolhidos o total de 3 toneladas de resíduos eletrônicos.

A coleta é feita em parceria com a empresa Eletro Recuperação de Eletrônicos.

O objetivo é contribuir para a conscientização dos munícipes sobre a importância de destinar os resíduos eletrônicos de forma ambientalmente correta, explica o engenheiro ambiental da prefeitura, José Eduardo Munhoz Martins.

Foram descartados computadores, monitores, televisores, celulares, aparelhos de dvd, de som, fax, cabos, caixa de som, câmera fotográfica, carregadores, CD-ROM, fios, fontes, mouses, nobreaks, centrais telefônicas, chapinhas, copiadoras, ventiladores, pen-drive, placa mãe, rádio, videogames, refrigerador, eletrodomésticos, fogão, entre outros.

A empresa parceira é responsável pela reciclagem ou reutilização dos aparelhos.

Créditos da matéria: https://saneamentobasico.com.br/

Créditos da imagem: Divulgação

Confira a matéria na íntegra

Inovação tecnológica pode ajudar na preservação da floresta amazônica

Projetos inovadores buscam contribuir na proteção e preservação de um dos biomas mais importantes do mundo.

Pesquisadores e cientistas têm alertado sobre a necessidade de conscientizar a sociedade quanto à preservação do meio ambiente. Em meio à ameaça real das mudanças climáticas, o Brasil pode ter um papel fundamental para todo o planeta, evitando o desmatamento e protegendo a fauna e a floresta amazônica.

EcoConsciente

Aerial View of Rainforest in Brazil

O assunto foi abordado durante a 26ª edição da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP-26), realizada em novembro, em Glasgow, na Escócia. Na ocasião, pesquisadores e cientistas enfatizaram a importância da Amazônia para o mundo.

O fato de a bacia amazônica conter 20% da água doce não congelada da Terra, com a presença de mais de duas mil espécies de peixes, e a capacidade da floresta de absorver até 20% do total de carbono capturado pelas florestas do mundo foram alguns dos pontos destacados.

No entanto, os cientistas alertaram sobre os riscos que afligem o bioma Amazônia, que compreende, além do Brasil, outros oito países da América do Sul. De acordo com o Relatório de Avaliação da Amazônia, apresentado durante a COP-26, quase 70% dos territórios indígenas e das áreas protegidas estão ameaçados.

Dentre os fatores que colocam em risco a preservação da Amazônia estão o desmatamento, a extração ilegal de madeira, a mineração, a construção de hidrelétricas e estradas, dentre outros.

A situação torna-se ainda mais alarmante quando observados os dados do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) que apontam o ano de 2021 como o mais mortífero para o bioma na última década, registrando a destruição de 7.715 quilômetros quadrados de floresta.

Quatro iniciativas inovadoras que contribuem para a preservação

Preservar e recuperar a área devastada da Amazônia requer o compromisso de governantes e da sociedade com a causa. Nesse processo, as inovações tecnológicas aliadas à pesquisa científica podem contribuir para encontrar soluções.

Amazônia 4.0

Algumas iniciativas têm sido criadas com esse foco. O projeto Amazônia 4.0, liderado pelos cientistas Carlos Nobre e Ismael Nobre, pretende criar os chamados Laboratórios Criativos da Amazônia para uma transformação socioeconômica na região. A ideia é estabelecer modelos de negócio inclusivos que preservem o bioma e distribuam os lucros entre os moradores.

Amazon Bank of Codes

Já o Amazon Bank of Codes é uma plataforma pela qual é possível fazer o mapeamento de sequenciamentos genéticos da biodiversidade da Amazônia. O trabalho é desenvolvido por pesquisadores de diferentes países. Os dados são abertos, o que garante transparência sobre as informações de uma das regiões mais importantes do mundo.

PrevisIA

Outra iniciativa que também mantém os dados abertos ao público é a plataforma PrevisIA, que contribui para a prevenção do desmatamento. Com o uso de Inteligência Artificial (IA), a ferramenta mapeia as áreas de risco, a partir da análise da topografia, da cobertura do solo, da existência de estradas legais e ilegais, da infraestrutura urbana e dos dados socioeconômicos. A plataforma foi desenvolvida por Microsoft, Imazon e Fundo Vale.

Amazônia 1

Outra inovação tecnológica é o projeto Amazônia 1, realizado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) em parceria com a Agência Espacial Brasileira. Trata-se do primeiro satélite 100% brasileiro, que permitirá monitorar a região Amazônica, identificando ações de desmatamento e riscos ao bioma.

 

Créditos da matéria: https://envolverde.com.br/

Créditos da imagem: Divulgação

Confira a matéria na íntegra

Falta de lixo para geração de energia na Suécia

Por esta, os suecos certamente não esperavam. País modelo no que diz respeito à economia sustentável, a Suécia foi tão longe no esforço de reciclar a maior quantidade possível de resíduos sólidos urbanos, que está faltando lixo para outra área estratégica da economia circular: a produção de eletricidade a partir da queima dos detritos.

O problema vem desde o começo da década de 2010, quando a balança pendeu definitivamente para o prato da reciclagem, deixando o prato da geração de energia a partir do lixo quase vazio. A Suécia recicla mais de 1,5 bilhão de garrafas e latas anualmente, uma quantidade extraordinária para um país cuja população não chega a 10 milhões de habitantes. Por causa do hábito arraigado de juntar os resíduos para o serviço de reciclagem, os suecos produzem apenas 460 kg de lixo por ano, quando a média europeia é de 525 kg.

Menos de 5% dessa quantidade acaba em aterros sanitários. Especialmente em pequenas cidades, não é incomum que 99% do lixo produzido seja reutilizado. O resultado é um pronunciado déficit de insumos para as mais de três dezenas de instalações de incineração de resíduos que produzem energia elétrica e aquecem casas no país. É claro: se o lixo produzido pelos suecos é insuficiente para o pleno funcionamento das instalações, o país tem menos energia disponível.

A saída tem sido, já faz também alguns anos, importar lixo de países que se dispõem a vendê-lo, como a vizinha Noruega, a Grã-Bretanha, a Irlanda e a Itália, entre outros, para garantir que a energia elétrica continue sendo gerada.

INDUÇÃO FORÇADA – A origem remota desta distorção está no crescente endurecimento do governo sueco no que diz respeito à coleta de lixo, que transformou a política do país para o segmento numa das mais rígidas da Europa.

Os cidadãos da Suécia pagam, por exemplo, uma taxa de recolhimento de lixo que é proporcional à quantidade que eles produzem, ou seja, para não sofrer com altas taxas, os suecos são como que obrigados a controlar a sua produção de lixo. Além do mais, se o lixo orgânico não estiver de acordo com as especificações indicadas pelo governo, ele não é recolhido.

Assim, para economizar, é preciso não só diminuir a produção de lixo, como também fazer a separação correta dos resíduos praticamente o tempo todo. O sistema funciona de maneira impecável. Todos os resíduos separados são religiosamente levados aos centros de coleta. Depois, todo o lixo que pode ser reciclado é redirecionado para os centros de reciclagem disponibilizados pelo governo. O que não pode, é encaminhado às termelétricas na forma de biogás ou lixo inflamável, para posterior geração deste tipo de energia.

Um benefício adicional dessa forma de produção de energia elétrica é que, além dela ser mais barata por ser obtida do lixo incinerado, ela consegue reduzir as possíveis toxinas que poderiam prejudicar o solo em aterros sanitários.

O MUNDO E O BRASIL – Mas há outros países que também estão tratando o lixo de uma maneira cada vez mais sustentável, com destaque para a China, o Japão e o Canadá. A China, por exemplo, anunciou em 2017, numa reunião na Organização Mundial do Comércio (OMC) que reduziria as importações de lixo plástico e papel.

Mas agora o país parou definitivamente de importar esses resíduos – inclusive o plástico. Antes, a China importava mais da metade do lixo reciclável do mundo, política promovida na década de 1980 para obter as matérias-primas que estavam escassas no país.

O Japão é outro país que leva a sério a reciclagem. Além do compromisso ambiental, o país precisa gerenciar de forma eficiente os milhões de resíduos gerados pela população, por conta da falta de espaço para o armazenamento.

Os cidadãos japoneses gerenciam rigorosamente os seus próprios resíduos através de um sistema de classificação e horários de coleta que eles cumprem à risca. De modo geral, as famílias separam o lixo em cerca de 35 categorias, que posteriormente são transferidas para os centros de reciclagem. Atualmente 90% do lixo urbano sólido produzido no Japão são reciclados.

Já o Canadá não possui, na verdade, uma alta taxa de reciclagem, mas conta com uma cultura de economia circular profundamente enraizada, que leva os canadenses a vender ou doar produtos em desuso, ao invés de descartá-los. Eles também são especialistas em reciclagem de pneus, pois usam o material para misturar com o asfalto para a construção de estradas ou de pisos para playgrounds.

Além disso, o Canadá também dispõe de muitos locais para o descarte de bitucas de cigarro, por este ser um dos resíduos mais poluentes do planeta. O curioso é que, das bitucas coletadas, tudo é reaproveitado, desde o tabaco que resta no cigarro (para compostagem) até o invólucro, que é incorporado na produção de plásticos para bancos de parque e palets, por exemplo.

Quanto ao Brasil, se é um dos campões mundiais na reciclagem de latas de alumínio, recicla ainda só 3% dos resíduos sólidos em geral, tendo de conviver, ademais, com o esgotamento ou mesmo falta de aterros sanitários nas metrópoles. (Alberto Mawakdiye)

 

Créditos da matéria: https://ipesi.com.br/

Créditos da imagem: Divulgação

Confira a matéria na íntegra

USP ergue 1º edifício climatizado com energia do solo

Tubos colocados dentro das fundações de sustentação da construção permitem a troca de calor, que no subsolo é constante em 24 graus; sistema permite aquecer ou resfriar ambientes.

Um edifício com ambientes climatizados pelo aproveitamento de energia geotérmica disponível no subsolo que chega à superfície por meio das fundações da construção. Esse uso da geotermia, que há décadas ajuda a aquecer edificações na Europa e dos EUA, começa a sair do papel em São Paulo.

Projeto desenvolvido pela equipe da professora Cristina de Hollanda Cavalcanti Tsuha, da Escola de Engenharia de São Carlos, da USP, em conjunto colegas da Escola Politécnica da USP, vai testar a aplicação da energia na troca de temperatura de áreas do prédio com o subsolo a partir de tubulações colocadas dentro de elementos das fundações que sustentam as construções.

“A ideia é usar tubos de polietileno por dentro das fundações enterradas no terreno e, por eles, circular um fluido (normalmente água) para trocar calor com o subsolo, que tem temperatura constante, usada para aquecer ou resfriar ambientes com auxílio de uma bomba de calor”, explica a engenheira civil que coordena uma pesquisa focada no comportamento destas fundações com função adicional de reduzir o consumo de energia na climatização.

“Será o primeiro prédio a ter este sistema de geotermia superficial pelas fundações em SP, e acredito que no Brasil”, diz a engenheira.”Desconheço se existe outro. Se existe, não foi divulgado”, conclui.

As fundações por estacas permitem o aproveitamento da temperatura natural do solo, constante ao longo do ano, para regular o clima de ambientes na superfície. Experimentos feitos a 20 metros superficiais de terreno em São Paulo apontam temperatura de 24 graus. De acordo com a professora, a temperatura da camada superficial do solo, a partir de pequena profundidade, é próxima da temperatura média anual do local.

A engenheira explica que o bombeamento da água que circula dentro das fundações é feito por uma bomba de calor geotérmica, usada para absorver e liberar calor. “Essa bomba remove o calor de ambientes no verão e dispersa no solo, e no inverno transfere o calor do solo para os ambientes para aquecimento”, explica a engenheira.

A professora argumenta que a técnica já funciona há algum tempo, principalmente na Europa, onde a geotermia superficial é usada para aquecer ou resfriar edifícios.

Ela conta que esse tipo de energia tem sido explorada em vários países, normalmente em profundidades de até 200 metros. As primeiras experiências datam dos anos 1950, mas o aproveitamento da geotermia pelas fundações de edifícios começou nos anos 80 na Europa.

Cristina exemplifica o aproveitamento da temperatura constante do subsolo ao longo do ano citando também as caves subterrâneas para armazenar vinhos na França, ou até em casos mais antigos, como os ancestrais humanos que habitavam cavernas para se proteger de baixas ou elevadas temperaturas acima da superfície.

“Na Europa, países como França, Suíça, Áustria, Alemanha e Inglaterra já usam esses sistemas para aquecimentos das edificações”, argumenta a engenheira. “Isso, portanto, não é novo. O que estamos fazendo agora aqui na USP com esse projeto, com as fundações trocadoras de calor prontas desde 2019, mas com a obra paralisada pela pandemia, é testar o uso da energia geotérmica superficial pelas fundações nas condições de clima subtropical do terreno em São Paulo”, afirma a professora da USP.

A equipe de cientistas da USP quer avaliar o uso desta tecnologia no resfriamento de prédios residenciais e comerciais, hospitais e até shoppings, reduzindo o consumo de energia elétrica necessária para os sistemas de ar-condicionado.

A professora cita ainda experiências em Melbourne, na Austrália, onde as tubulações para troca de calor com o subsolo são usadas em túneis do metrô para reduzir o custo de energia e manter a climatização das estações. “Esta tecnologia de aproveitamento de energia geotérmica superficial por meio de túneis já é utilizada na Europa”, reforça a especialista.

A pesquisa sobre o uso de energia geotérmica superficial por meio das fundações, coordenada pela Cristina Tsuha, foi iniciada em 2014 e contou com o estudo de doutorado da engenheira civil Thaise Morais, desenvolvida na EESC-USP, em São Carlos.

O trabalho teve apoio da Fapesp e do CNPq. “O trabalho de doutorado de Thaise recebeu o Prêmio Costa Nunes da Associação Brasileira de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica (ABMS), referente ao biênio 2018-2019”, destacou a orientadora.

Em São Paulo, a experiência está sendo feita em uma construção existente no Centro de Inovação em Construção Sustentável (CICs), um laboratório, que funcionará ao lado do prédio da Escola Politécnica, na Cidade Universitária. As fundações do prédio foram equipadas com tubos de PEAD, por onde vai circular água para a troca de calor com o subsolo para resfriar ambientes.

“A nossa ideia aqui é avaliar por meio de testes e monitoramentos o quanto poderemos reduzir o consumo de energia elétrica para ar-condicionado, que tem crescido nos últimos anos”, comenta a especialista. Além disso, destaca a professora, trata-se de uma energia limpa, que pode ajudar na redução da emissão de carbono na atmosfera.

Segundo a professora, há uma variedade de opções no uso dessa energia. Construções já existentes também podem ganhar adaptações a partir de escavação de poços ou valas para montagem do sistema. Para o uso desta energia, prédios podem receber redes de tubos nos pisos, tetos e paredes para circulação de água que vai aquecer ou resfriar os ambientes.

A engenheira acrescenta que como a demanda para climatização do edifício do CICs em construção é apenas para resfriamento de ambientes, diferente dos casos de uso de geotermia superficial em outros países, onde a demanda para resfriamento e aquecimento de ambientes é equilibrada ao longo do ano, um dos desafios do estudo está em observar se a contínua rejeição de calor no subsolo ao longo do tempo aumentará a sua temperatura, influenciando na eficiência do sistema. E se o comportamento das fundações é afetado.

Ela pondera que o monitoramento contínuo neste estudo poderá apontar a ocorrência de acúmulo de calor no solo e, portanto, mostrar se será necessário o uso de estratégias como ativar e desativar a troca de calor em parte das fundações ou extrair calor do subsolo para aquecimento de água ou ambientes.

Projeto abordará agenda preocupada com o meio ambiente

No site do CICS, da USP, o projeto do Living Lab mostra a construção de um prédio que servirá de suporte para diversas aplicações de engenharia e arquitetura voltadas para uma agenda preocupada com o meio ambiente. “O projeto inclui soluções água, energia – incluindo geração decentralizada de energia na direção de edifício com zero-net energy balanço – condicionamento ambiental, iluminação, sistema construtivos, uso de novos materiais”.

De acordo com a proposta, “as características de Living Lab fazem um edifício para demonstrar soluções avançadas de instrumentação de edifícios. A vocação de demonstrar empurrar as fronteiras da tecnologia valoriza a busca de soluções que permitam maximizar os benefícios do processo produtivo, com soluções multifuncionais, sistemas reusáveis, sistemas adaptáveis ou ativos e geração decentralizada de energia. A integração dos edifícios ao mundo digital inclui soluções da área de internet-of-things (IoT), planejamento da vida útil, são também interesses.”, informa o site do projeto, que foi lançado em 2016 e agora está sendo retomado.

Créditos da matéria: https://www.terra.com.br/

Confira a matéria na íntegra

Nova Zelândia vai proibir a maioria dos plásticos até 2025

Os neozelandeses estarão se despedindo de seus plásticos – bolsas, fones de ouvido, colheres e canudos – enquanto o governo tenta combinar a realidade do país com sua reputação de “clean green”.

A Nova Zelândia anunciou que banirá uma faixa de plásticos descartáveis, incluindo cotonetes, sacolas, talheres, pratos e tigelas, canudos e rótulos de frutas.

“Todos os dias, os neozelandeses jogam fora cerca de 159g de lixo plástico por pessoa, tornando-nos alguns dos maiores geradores de lixo do mundo”, disse o ministro do meio ambiente, David Parker.

As proibições, que serão implementadas gradualmente entre 2022 e 2025, “Garantiriam que viveríamos de acordo com nossa reputação limpa e verde”, disse ele. Autoridades estimam que a nova política removerá mais de 2 bilhões de itens de plástico descartáveis ​​dos aterros sanitários e do meio ambiente do país a cada ano.

A Nova Zelândia já proibiu a maioria das sacolas plásticas descartáveis ​​em 2019, mas as mudanças incluirão embalagens para produtos hortifrutigranjeiros, bem como uma série de outros itens. Essas etapas seguem proibições semelhantes no exterior: proibir sacolas plásticas agora é comum em todo o mundo, e o Reino Unido introduziu uma proibição de canudos de plástico, agitadores e cotonetes em 2020. A UE votou por uma proibição semelhante a ser introduzida este ano. Em alguns países, a Covid-19 paralisou o progresso com os plásticos – vários estados dos EUA revogaram suas proibições às sacolas plásticas e suspenderam a nova legislação para limitar os produtos de plástico quando a pandemia atingiu seu auge. Grupos ambientalistas também relataram enormes quantidades de “resíduos Covid” – incluindo luvas de plástico, frascos de desinfetante para as mãos e máscaras cirúrgicas – estão entupindo os oceanos.

Meio Ambiente

As novas proibições foram passos importantes, mas ainda perderam muitos dos maiores produtores de resíduos plásticos na Nova Zelândia, disse Assoc Prof Terri-Ann Berry, diretor do Centro de Pesquisa de Soluções Ambientais da Unitec. Ela disse que, embora chamar a atenção do público para o lixo doméstico seja vital, “é muito fácil esquecer que alguns de nossos setores mais comerciais também são grandes usuários de plástico”. A construção e a demolição, por exemplo, foram responsáveis ​​por até 50% dos resíduos de aterro sanitário na Nova Zelândia.

O governo da Nova Zelândia também tem xícaras de café e lenços umedecidos em vista, mas Parker disse que é preciso trabalhar para criar alternativas e que o governo anunciará os próximos passos para esses itens no próximo ano. O governo também anunciou um fundo para que as empresas pesquisem alternativas aos plásticos descartáveis.

Créditos da matéria: https://saneamentobasico.com.br/

Créditos da imagem: Divulgação

Confira a matéria na íntegra

Novo Rio Pinheiros: conscientização sobre acúmulo de lixo

O descarte irregular de lixo é uma das principais fontes de poluição de rios e córregos em São Paulo e, para contribuir com a conscientização da população, a Sabesp realiza ações socioambientais para combater o acúmulo de resíduos nos bairros onde executa obras do Programa Novo Rio Pinheiros.

Uma dessas iniciativas, iniciada em fevereiro, acontece na comunidade do Jardim Jaqueline, região sudoeste da cidade. Equipes percorrem o bairro em esquema de porta-a-porta, tomando as precauções contra aglomeração em razão da pandemia de Covid-19, para orientar sobre o correto descarte dos resíduos.

O trabalho de conscientização é realizado pela Ação Baixo Pirajuçara, uma das frentes de trabalho da Sabesp no Novo Rio Pinheiros, em parceria com a Subprefeitura do Butantã. Representantes da Amlurb (Autoridade Municipal de Limpeza Urbana) e profissionais de saúde que atuam na região estão juntos na atividade de difusão dos bons hábitos ambientais. Em fevereiro, todos os envolvidos no projeto realizaram uma reunião com membros da Associação Amigos do Jardim Jaqueline. As lideranças locais participam da ação e acompanham as equipes durante as visitas.

Os moradores recebem informações sobre dias e horários da coleta seletiva, além das maneiras corretas para efetuar o depósito dos resíduos nas caçambas. Os profissionais de saúde aproveitam também para elucidar a respeito de animais vetores de doenças atraídos por ambientes com muito lixo e água parada, como ratos (transmissores da leptospirose) e o mosquito Aedes aegypti (Dengue, Chikungunya e Zika).

Os profissionais responsáveis pelas obras da Sabesp no Novo Rio Pinheiros, por sua vez, explicam aos moradores sobre o trabalho de implantação de infraestrutura para tratamento do esgoto e alertam sobre a fundamental manutenção da limpeza dos córregos, o que possibilitará mais saúde e qualidade de vida para todos.

O trabalho já aconteceu no bairro na Rua Alessandro Bibiena e nas semanas seguintes segue nas Ruas Denis Chaudette, Francisco Leite Esquerdo e Sebastião Gonçalves.

 

Novo Rio Pinheiros

A Sabesp está investindo R$ 1,7 bilhão no Novo Rio Pinheiros para conectar ao todo aproximadamente 533 mil imóveis à rede de esgoto, beneficiando com mais saúde e qualidade de vida uma população de 3,3 milhões de pessoas que moram em locais abrangidos pela bacia do rio Pinheiros em São Paulo, Embu das Artes e Taboão da Serra. Além proporcionar melhores condições de saúde, qualidade de vida e contribuir para a recuperação do meio ambiente, as obras da Sabesp no programa devem gerar 4,1 mil empregos. Até o momento, mais de 169 mil imóveis já foram conectados à rede coletora, além da implantação de 111 km de tubulações.

O Novo Rio Pinheiros é um programa do Governo do Estado de São Paulo sob a coordenação da Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente que visa a despoluição do rio até dezembro de 2022. A atuação ocorre em diversas frentes: expansão da coleta e tratamento de esgotos; desassoreamento e aprofundamento do rio; coleta e destinação dos resíduos sólidos; revitalização das margens, além de iniciativas voltadas à educação ambiental.

Créditos da matéria: https://saneamentobasico.com.br/

Créditos da imagem: Divulgação

Confira a matéria na íntegra

Gigante de motores a diesel planeja futuro com tecnologia de emissão zero

A Cummins é uma das principais fabricantes de motores a diesel para serviços pesados, mas a empresa está se preparando para um futuro de zero emissões com grandes planos para fornecer sistemas de energia elétrica a hidrogênio e eletrolisadores que produzem combustível limpo. Embora seu principal mercado seja o de caminhões, trens e ônibus parecem uma maior oportunidade comercial no curto prazo.

A fabricante de Columbus, no estado de Indiana, que fornece motores a diesel para barcos, picapes pesadas, caminhonetes e ônibus, traçou uma estratégia abrangente em sua apresentação denominada “Dia do Hidrogênio”. O objetivo é ter uma produção inteira a partir de células de combustível, sistemas de energia estacionários, tanques de combustível e eletrolisadores para ajudar as empresas a gerar seu próprio hidrogênio. O presidente e CEO, Tom Linebarger, disse à Forbes que a Cummins está testando grandes plataformas movidas a gás, mas espera que as operadoras de trânsito e as siderúrgicas que precisam reduzir suas emissões de carbono sejam os melhores mercados iniciais.

“Todo mundo sabe que precisamos sair dos combustíveis fósseis. A questão é quando a economia dará certo por causa de regulamentações? Ela dá certo atualmente apenas para áreas subsidiadas”, afirma o presidente. “Trens e ônibus são o foco, pois há um percurso definido. Ou seja, uma estação de abastecimento é instalada a cada extremidade do trajeto e isso é suficiente. Ao invés de várias estações, queremos o uso constante de algumas.”

O foco da Cummins no hidrogênio surge à medida que o investimento em combustível elementar aumenta em toda a indústria de transporte. Carros com células de combustível de hidrogênio com emissão zero de Toyota, Honda, Daimler e Hyundai estão em uso há mais de uma década. No entanto, o aumento dos carros elétricos a bateria patrocinados pela Tesla, de Elon Musk, e um número limitado de postos de combustível de hidrogênio tornaram a tecnologia menos atraente para veículos de passageiros. Mas ainda assim, o peso mais baixo e o tempo de reabastecimento rápido que os sistemas de energia de célula de combustível de hidrogênio oferecem em relação às baterias os tornaram cada vez mais atraentes para veículos pesados. Planos multibilionários estão tomando forma nesse setor, liderados por Toyota, Hyundai, Daimler e a startup Nikola, e a Cummins vê uma grande oportunidade de ser um fornecedor importante.

Eco-consciente-Cummins-Forbes

Semi-caminhão movido pelo sistema de célula de combustível da Cummins

As células de combustível geram eletricidade sob demanda, tendo apenas água como subproduto e apontadas como uma opção de veículo limpo por décadas, embora altos custos, durabilidade e falta de postos de combustível de hidrogênio tenham limitado seu apelo. Embora Musk tenha criticado duramente o hidrogênio por anos, reclamando de sua ineficiência em relação às baterias, um número crescente de fabricantes vê um potencial significativo para a tecnologia, especialmente à medida que a produção de hidrogênio de fontes renováveis, em vez de gás natural, se torna viável.

Sobre a visão de Musk, “eu diria apenas que aqueles que têm apenas uma resposta, irão defendê-la até o fim”, disse Linebarger. Além disso, tanto para armazenamento de energia em grande escala como para aplicações industriais, haverá um grande aumento no uso nos próximos anos. “O hidrogênio será usado tanto em siderurgia e no refino de petróleo como no transporte. E esse problema não será resolvido com baterias.”

As vendas de equipamento eletrolisador para produzir hidrogênio devem chegar a US$ 400 milhões anuais até 2025, segundo a Cummins.

O cenário político também interfere no desempenho da companhia e ela pode se beneficiar com a eleição de Joe Biden como novo presidente dos Estados Unidos. O democrata prioriza políticas que cortam as emissões de carbono e promove o maior uso de veículos elétricos para ajudar a enfrentar as mudanças climáticas, enquanto Donald Trump focou priorizou energia fóssil e eliminou regras rígidas de economia de combustível. No entanto, a Cummins ainda não teve uma discussão formal com a nova administração sobre a tecnologia do hidrogênio.

Como a empresa detém de sistemas elétricos a diesel e a bateria, bem como o hidrogênio, “nossa ideia é tentar ser o mais honestos possível sobre o que cada uma das tecnologias oferece”, diz Linebarger. “Já fiz contato com o governo Biden e continuamos a defender a ideia.”

Por fim, a Cummins fornecerá motores a hidrogênio para caminhões pesados. O mercado, no entanto, levará mais tempo para se desenvolver, pois é necessária uma redução de custos adicionais para atingir a paridade com os sistemas de energia a diesel, diz Amy Davis, que lidera a nova divisão de energia da empresa.

célula de combustível Cummins

Teste de veículos movidos a hidrogênio usando sistema de célula de combustível Cummins

“É por isso que nos concentramos no mercado de trens onde a força e os custos de combustível representam 50% dos gastos operacionais totais e são muito mais baixos do que o mercado de caminhões pesados, que está acima de 80%”, disse Amy. A empresa fez parceria com o conglomerado industrial europeu Alstom para fornecer um sistema de energia de célula de combustível para o trem de passageiros Coradia iLint que já está operando na Alemanha.

Em relação aos caminhões, Amy aponta que “os trens operam em rotas fixas e exigem menor infraestrutura em termos de reabastecimento de hidrogênio, um fator importante”. Além disso, segundo ela, “há um apoio oferecido aos subsídios públicos e o custo incremental para comprar um trem a hidrogênio é menor do que o custo de transformar as ferrovias. Todas essas questões geram taxas de adoção variadas, com maior adesão de trens e ônibus nos primeiros anos e, a longo prazo, a produção de caminhões pesados.”

Créditos da matéria: https://forbes.com.br/

Créditos da imagem: Divulgação / Cummins

Confira a matéria na íntegra