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Cummins promove o uso de hidrogênio verde

Combustível é usado em aplicações industriais

A Cummins impulsiona a economia de combustíveis alternativos por meio do uso de eletrolisadores, que podem ser adaptados a projetos de geração de hidrogênio verde necessários para os diferentes tipos de indústria.

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A empresa desenvolve soluções tecnológicas com capacidade de produzir hidrogênio verde a partir de água e eletricidade obtida por meio de fontes de energia renováveis.

A Cummins entende que o papel que o hidrogênio verde desempenhará como fonte de energia limpa em um futuro; a empresa forneceu eletrolisadores para mais de 50 postos de abastecimento de hidrogênio em todo o mundo e possui fábricas de produção desses equipamentos no Canadá e na Bélgica. Vai expandir a tecnologia na Espanha, China e Estados Unidos na linha do compromisso com a expansão da economia do hidrogênio verde em todo o mundo. Possui um catálogo de tecnologias operando em várias aplicações, como a primeira frota de trens de passageiros do mundo totalmente movida a hidrogênio, na Alemanha e um posto de abastecimento de hidrogênio para navios, carros, caminhões e clientes industriais na Bélgica.

“O uso de combustíveis alternativos, como o hidrogênio verde, sem dúvida irá acelerar essa transição e a América Latina se posiciona com um potencial inestimável para alcançá-la”, disse Fabio Magrin, diretor da Cummins New Power Latam.

No Brasil, a Cummins está presente na planta de geração de hidrogênio verde da maior Usina Hidrelétrica do sistema Furnas, a Itumbiara, que produz energia para quatro milhões de pessoas.

 

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Empresa israelense usa ar e água para armazenar energia solar para a noite

Excesso de energia dos painéis solares aciona um sistema onde a água é usada para condensar ar, em tanques subterrâneos, que depois é usado para alimentar uma turbina e gerar eletricidade.

A energia renovável dos sistemas movidos a energia solar e eólica no extremo sul de Israel não pode ser armazenada sem custo extra –um grande obstáculo nos esforços do mundo para se livrar dos combustíveis poluentes e evitar uma catástrofe climática.

Mas no Kibbutz Yahel, os moradores começaram a usar uma nova tecnologia que pode armazenar energia solar de forma barata e produzir energia no período noturno.

Durante o dia, o excesso de energia dos painéis solares aciona um sistema onde a água é usada para condensar ar, em tanques subterrâneos. Após o pôr do sol, o ar é liberado para alimentar uma turbina e gerar eletricidade. E o ciclo se repete pela manhã.

“Outros kibutzim estão esperando e observando para ver se isso funciona e certamente pode se tornar a solução de armazenamento de energia limpa para a região”, disse Yossi Amiel, gerente de negócios de Yahel.

O sistema foi desenvolvido pela Augwind Energy, uma empresa negociada em Tel Aviv com valor de mercado de 1,2 bilhão de shekels (386 milhões de dólares).

Ao contrário das plataformas acima do solo que trabalham com ar condensado e requerem um terreno significativo, a empresa diz que seu produto, um tanque de aço relativamente fino com um revestimento de polímero especial, pode ser colocado diretamente na fonte de energia com um custo menor.

A ‘AirBattery’ de Augwind é cerca de 80% eficiente no armazenamento de energia, um pouco menos do que as baterias, mas, ao contrário das baterias, não se degrada com o tempo.

O presidente-executivo da Augwind, ou Yogev, diz que o preço está no mesmo nível das baterias de íon de lítio, cerca de 250 dólares por quilowatt-hora, e que vai cair no próximo ano para menos de 200 dólares à medida que chegarem a mais clientes.

A empresa já arrecadou 60 milhões de dólares de investidores institucionais, disse ele.

“Nos próximos anos, teremos milhares de megawatts-hora instalados usando a tecnologia ‘AirBattery’. Essa é a nossa previsão”, disse Yogev. “Mesmo isso, quando você compara com o tamanho do mercado, ainda é muito pequeno.”

 

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Créditos da imagem: Ammar Awad Reuters

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Gerador movido a energia humana vai carregar dispositivos

Este dispositivo bioeletrônico macio e flexível converte os movimentos do corpo humano – desde dobrar o cotovelo a movimentos sutis, como um giro no pulso – em eletricidade.

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Um gerador construído com ele pode então ser usado para alimentar pequenos aparelhos portáteis, tecidos eletrônicos, sensores de diagnóstico e até implantes.

A novidade se tornou possível quando Yihao Zhou, da Universidade da Califórnia de Los Angeles, descobriu que é possível gerar o efeito magnetoelástico em um material macio e flexível.

O efeito magnetoelástico, que é a mudança de quanto um material é magnetizado quando minúsculos ímãs são constantemente aproximados e separados por pressão mecânica, até agora só havia sido documentado em sistemas rígidos.

Para demonstrar seu conceito, a equipe usou ímãs microscópicos dispersos em uma matriz de silicone fina como papel para gerar um campo magnético que muda de intensidade conforme a matriz ondula – à medida que a força do campo magnético muda, a eletricidade é gerada.

“Nossa descoberta abre um novo caminho para tecnologias práticas de energia, sensoriamento e terapêuticas centradas no corpo humano e que podem ser conectadas à Internet das Coisas”, disse o professor Jun Chen.

“O que torna esta tecnologia única é que ela permite que as pessoas se estiquem e se movam com conforto quando o dispositivo é pressionado contra a pele humana, e, como ela depende de magnetismo em vez de eletricidade, a umidade e o nosso próprio suor não comprometem sua eficácia.”

GERADOR BIOELETRÔNICO

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O protótipo do gerador magnetoelástico flexível, do tamanho de uma moeda, foi feito incorporando pequenos ímãs de boro-ferro-neodímio em uma matriz polimérica de silicone catalisada com platina.

Fixado no cotovelo, ele gerou 4,27 miliamperes por centímetro quadrado, o que é 10.000 vezes melhor do que a melhor tecnologia de nanogeradores flexíveis demonstrada até agora.

 

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Cientistas criam tinta especial que captura luz solar e transforma em energia elétrica

Cada vez mais o mundo está trocando as formas convencionais de obtenção de energia por fontes limpas e renováveis, como a energia solar. Isso se dá em grande parte pela conscientização ambiental, mas também, por outro lado, pela economia e vantagens adquiridas com a utilização da luz do sol. O investimento inicial despendido na instalação de painéis coletores desse tipo de energia é rapidamente recuperado em pouco tempo por causa da redução do valor pago à distribuidora de energia elétrica.

As novas tecnologias estão contribuindo e muito para esse objetivo. Recentemente, na Austrália, foi divulgada a notícia do desenvolvimento de uma tinta capaz de capturar a luz solar e convertê-la em energia elétrica. As expectativas são boas, pois essa nova tecnologia pode incentivar as pessoas ainda mais na mudança e utilização desse recurso, uma vez que ela terá um custo muito mais acessível. A ideia do projeto é otimizar a aplicação da energia solar no mundo todo. As pesquisas que estão sendo realizadas são feitas por pesquisadores do Royal Melbourne Institute of Technology (RMIT).

O que é tinta solar e como ela funciona?

A tecnologia desse tipo de tinta solar é projetada para capturar a luz solar para convertê-la em eletricidade. Uma camada dessa tinta pode ser, então, pintada sobre qualquer material, nas paredes ou plástico, por exemplo. A composição química da tinta absorve a luz solar e ainda repele a umidade, permitindo mais durabilidade e resistência na exposição ao ambiente, já que há a separação do oxigênio e do hidrogênio. Dessa forma, é possível transformar o oxigênio em combustível quando ela é empregada na célula de energia.

Em suma, a tinta solar é um tipo de tinta que utiliza compostos químicos para, por meio da luz do sol, absorver o vapor d’água do ambiente. Após esse processo, ela é responsável por quebrar esse vapor em moléculas de hidrogênio e oxigênio, que poderão ser usadas para gerar energia limpa.

Isso permite que a tinta seja incorporada em qualquer dispositivo, atuando de forma eficaz para gerar eletricidade. Ela ainda é algumas vezes menos eficiente do que os painéis solares padrão de silício, mas os pesquisadores esperam melhorar isso.

Para realizar esse processo, eles acrescentaram à tinta solar um composto que age de forma similar ao gel de sílica. Além de absorver a umidade, ele é capaz de atuar como um semicondutor, visto que possui o sulfureto de molibdênio sintético em sua composição.

Ao entrar em contato com a luz do sol, esse composto permite a catalisação envolvida na divisão dos átomos de hidrogênio e oxigênio da água.

Tipos de tinta solar

Até aqui, mencionamos o tipo mais comum de tinta solar, que é conhecido como tinta solar de hidrogênio. Entretanto, existem outros dois tipos que ainda não estão disponíveis no mercado, pois se encontram em fase de pesquisa.

Um deles é a tinta fotovoltaica, que também pode ser chamada de células solares de ponto quântico. Ela foi elaborada na Universidade de Toronto e é semicondutora em nanoescala, o que torna possível a absorção da luz e sua transformação em energia elétrica.

O outro tipo é a tinta solar de perovskita, formada por uma substância oriunda de um mineral de óxido de cálcio e titânico. Uma de suas principais características é a sua capacidade de se tornar líquida, o que faz com que seja ideal para a pintura solar.

Possibilidades de utilização no futuro

Ao redor do mundo, diversos laboratórios estão realizando pesquisas para desvendar as aplicações práticas das tintas solares. Nesses estudos, algumas possibilidades já foram identificadas.

Essa tecnologia poderá servir de complemento aos painéis solares, otimizando o desempenho dos sistemas fotovoltaicos. Isso porque esses equipamentos contariam com uma fonte adicional de energia caso seus tetos e paredes fossem pintados com tinta solar.

Com o uso dessa tinta, também é possível proporcionar uma capacidade adicional de geração solar em veículos ou, até mesmo, produzir energia de maneira autônoma.

Além disso, essa produção de energia feita de maneira autônoma pelas tintas solares propicia maior nível de eficiência e custos reduzidos, podendo se tornar uma alternativa para empresas e residências.

Quando a tinta solar deve chegar ao mercado?

Como mencionamos, as tintas solares já apresentam resultados em laboratórios. No entanto, segundo os pesquisadores, levará pelo menos cinco anos para que as primeiras aplicações reais sejam realizadas.

Portanto, daqui a alguns anos, a tecnologia estará disponível no mercado, caminhando ao lado de outras tecnologias inovadoras e permitindo o avanço do setor fotovoltaico.

Será excelente quando a indústria puder entregar uma energia semelhante a um custo significativamente reduzido. O preço do silício está diminuindo, mas o valor do plástico é bem mais barato. A tinta tem um custo muito baixo e isso é uma enorme vantagem. Além disso, sua consistência é melhor do que o silício, pois ela resiste melhor a diversas condições. É notável que a energia solar está se desenvolvendo e vai crescer ainda mais no futuro, e a tendência é a diminuição na utilização de combustível fóssil.

Vários benefícios da energia solar podem ser conquistados também individualmente, já que ela está disponível por meio de empresas privadas que comercializam painel gerador de energia solar para residências ou empresas que procuram redução de custos e colaboração com o meio ambiente. O objetivo dessas companhias é tornar o mundo um lugar melhor para se viver a cada dia.

O Portal Solar é o maior website de energia solar do Brasil e também possui o maior banco de dados de empresas qualificadas no país para instalar sistemas fotovoltaicos em sua casa ou empresa. Encontre a empresa de energia solar mais próxima de você e solicite um orçamento grátis ou simule o custo.

 

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Embraer anuncia voo de seu primeiro avião elétrico

Teste com demonstrador elétrico faz parte do novo programa de metas ESG da Embraer, que inclui compromissos ambientais e de responsabilidade social

 

Embraer anunciou nesta sexta-feira (13) o primeiro voo de seu avião elétrico. O experimento foi feito na sua unidade de Gavião Peixoto, em São Paulo, como mostra vídeo publicado pela empresa em suas redes sociais.

O anúncio faz parte do novo plano de metas de Governança Ambiental, Social e Corporativa (ESG, no acrônimo em inglês), em que a fabricante estabelece uma série de compromissos com operações neutras em carbono até 2050 e oportunidades de trabalho para grupos minorizados. Nesse contexto, a companhia anunciou o primeiro voo de sua aeronave elétrica.

 

“Estamos intensificando nossos esforços para minimizar nossa pegada de carbono ao permanecermos dedicados a soluções inovadoras que tenham um impacto mais amplo para nossos clientes, comunidades locais e nossas aeronaves”, disse Francisco Gomes Neto, presidente da fabricante brasileira na apresentação das novas metas de governança.

“O ESG está no centro do propósito da Embraer e é por isso que o incluímos como um dos pilares do nosso plano estratégico ‘Fit for Growth’, alinhando a estratégia de negócios com a responsabilidade social e as práticas ambientais.”

Além de neutralizar as emissões poluentes de suas atividades industriais até 2040, a Embraer também planeja alcançar emissões líquidas zero de carbono em suas aeronaves até 2050. Para alcançar esse objetivo, a fabricante informou que desenvolverá uma “ampla gama de produtos, serviços e tecnologias sustentáveis”, incluindo veículos com motorização elétrica e híbrida, o uso de SAF (Combustível Sustentável para Aviação) em voos de demonstração de jatos executivos e a aplicação de fontes de energia alternativa, como o hidrogênio.

Segundo Luís Carlos Affonso, vice-presidente sênior de engenharia, desenvolvimento de tecnologia e estratégia corporativa da Embraer, a fabricante pretende iniciar os testes de voo com uma aeronave movida a hidrogênio em meados de 2025.

O executivo também confirmou que, recentemente, foi realizado o primeiro voo do demonstrador com motor elétrico da Embraer, um protótipo baseado no avião agrícola EMB-203 Ipanema projetado em parceria com a WEG e a EDP Energias do Brasil.

“O primeiro voo de uma aeronave é sempre um marco importante, e a decolagem do nosso primeiro avião elétrico de zero emissões simboliza também a relevante contribuição das nossas equipes e parceiros para a transição energética do setor”, disse Affonso.

O chefe de engenharia da Embraer ainda comentou sobre novos projetos da Embraer que já contemplam o uso de fontes energéticas sustentáveis, como o turboélice de última geração, o “carro voador” (eVTOL) da divisão de mobilidade urbana Eve e o STOUT, avião de transporte com motorização híbrida desenvolvido em conjunto com a Força Aérea Brasileira (FAB).

 

“O projeto do turboélice tem um importante papel em nossa estratégia de zero carbono. Aviões turboélices são muito mais eficientes que os jatos em termos de consumo de combustível e emissões. Por isso, propomos um turboélice com características inovadoras para substituir aeronaves a jato. O STOUT poderá ter dupla aplicação, militar e civil”, contou Affonso, sem apontar datas de lançamentos desses novos produtos.

“Com a Eve nos estamos reimaginando o futuro da mobilidade urbana. Vamos melhorar a vida de milhões de pessoas em áreas congestionadas ao redor do mundo, com uma solução 100% elétrica e silenciosa. O veículo é projetado com padrões de segurança muito elevados. Estamos posicionados entre os poucos que terão êxito neste mercado”, acrescentou o executivo. Em anúncio anterior, a Embraer informou que seu eVTOL deve chegar ao mercado em 2026.

Metas sociais

Parte do plano ESG da Embraer, o programa ‘Social Tech’ tem como objetivo aumentar a diversidade e inclusão social de grupo minorizados dentro da companhia.

“A demanda por profissionais qualificados na área de tecnologia é crescente no mercado de trabalho global, mas que muitas vezes não estão ao alcance de grupos minorizados. Com o Social Tech, esperamos contribuir para eliminar essas barreiras sociais e econômicas”, afirma Carlos Alberto Griner, vice-presidente de pessoas, ESG e comunicação da Embraer.

Entre as metas do Social Tech, destacam-se o objetivo de ter 25% de participantes mulheres no programa de mestrado em engenharia aeronáutica da Embraer e manter aprovação superior a 80% dos estudantes de Ensino Médio dos colégios Embraer em universidade públicas.

A Embraer anunciou que pretende fornecer qualificação para 1.500 pessoas de grupo minorizados, abrindo novas oportunidades de trabalho relacionados à tecnologia. A empresa também diz estar comprometida em fornecer e aprimorar treinamentos de diversidade e inclusão para 100% de seus cargos de liderança até 2021 e todos os funcionários até 2022, além de aumentar a representação de mulheres na liderança sênior para 20% até 2025.

Créditos da matéria: https://www.cnnbrasil.com.br/

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USP ergue 1º edifício climatizado com energia do solo

Tubos colocados dentro das fundações de sustentação da construção permitem a troca de calor, que no subsolo é constante em 24 graus; sistema permite aquecer ou resfriar ambientes.

Um edifício com ambientes climatizados pelo aproveitamento de energia geotérmica disponível no subsolo que chega à superfície por meio das fundações da construção. Esse uso da geotermia, que há décadas ajuda a aquecer edificações na Europa e dos EUA, começa a sair do papel em São Paulo.

Projeto desenvolvido pela equipe da professora Cristina de Hollanda Cavalcanti Tsuha, da Escola de Engenharia de São Carlos, da USP, em conjunto colegas da Escola Politécnica da USP, vai testar a aplicação da energia na troca de temperatura de áreas do prédio com o subsolo a partir de tubulações colocadas dentro de elementos das fundações que sustentam as construções.

“A ideia é usar tubos de polietileno por dentro das fundações enterradas no terreno e, por eles, circular um fluido (normalmente água) para trocar calor com o subsolo, que tem temperatura constante, usada para aquecer ou resfriar ambientes com auxílio de uma bomba de calor”, explica a engenheira civil que coordena uma pesquisa focada no comportamento destas fundações com função adicional de reduzir o consumo de energia na climatização.

“Será o primeiro prédio a ter este sistema de geotermia superficial pelas fundações em SP, e acredito que no Brasil”, diz a engenheira.”Desconheço se existe outro. Se existe, não foi divulgado”, conclui.

As fundações por estacas permitem o aproveitamento da temperatura natural do solo, constante ao longo do ano, para regular o clima de ambientes na superfície. Experimentos feitos a 20 metros superficiais de terreno em São Paulo apontam temperatura de 24 graus. De acordo com a professora, a temperatura da camada superficial do solo, a partir de pequena profundidade, é próxima da temperatura média anual do local.

A engenheira explica que o bombeamento da água que circula dentro das fundações é feito por uma bomba de calor geotérmica, usada para absorver e liberar calor. “Essa bomba remove o calor de ambientes no verão e dispersa no solo, e no inverno transfere o calor do solo para os ambientes para aquecimento”, explica a engenheira.

A professora argumenta que a técnica já funciona há algum tempo, principalmente na Europa, onde a geotermia superficial é usada para aquecer ou resfriar edifícios.

Ela conta que esse tipo de energia tem sido explorada em vários países, normalmente em profundidades de até 200 metros. As primeiras experiências datam dos anos 1950, mas o aproveitamento da geotermia pelas fundações de edifícios começou nos anos 80 na Europa.

Cristina exemplifica o aproveitamento da temperatura constante do subsolo ao longo do ano citando também as caves subterrâneas para armazenar vinhos na França, ou até em casos mais antigos, como os ancestrais humanos que habitavam cavernas para se proteger de baixas ou elevadas temperaturas acima da superfície.

“Na Europa, países como França, Suíça, Áustria, Alemanha e Inglaterra já usam esses sistemas para aquecimentos das edificações”, argumenta a engenheira. “Isso, portanto, não é novo. O que estamos fazendo agora aqui na USP com esse projeto, com as fundações trocadoras de calor prontas desde 2019, mas com a obra paralisada pela pandemia, é testar o uso da energia geotérmica superficial pelas fundações nas condições de clima subtropical do terreno em São Paulo”, afirma a professora da USP.

A equipe de cientistas da USP quer avaliar o uso desta tecnologia no resfriamento de prédios residenciais e comerciais, hospitais e até shoppings, reduzindo o consumo de energia elétrica necessária para os sistemas de ar-condicionado.

A professora cita ainda experiências em Melbourne, na Austrália, onde as tubulações para troca de calor com o subsolo são usadas em túneis do metrô para reduzir o custo de energia e manter a climatização das estações. “Esta tecnologia de aproveitamento de energia geotérmica superficial por meio de túneis já é utilizada na Europa”, reforça a especialista.

A pesquisa sobre o uso de energia geotérmica superficial por meio das fundações, coordenada pela Cristina Tsuha, foi iniciada em 2014 e contou com o estudo de doutorado da engenheira civil Thaise Morais, desenvolvida na EESC-USP, em São Carlos.

O trabalho teve apoio da Fapesp e do CNPq. “O trabalho de doutorado de Thaise recebeu o Prêmio Costa Nunes da Associação Brasileira de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica (ABMS), referente ao biênio 2018-2019”, destacou a orientadora.

Em São Paulo, a experiência está sendo feita em uma construção existente no Centro de Inovação em Construção Sustentável (CICs), um laboratório, que funcionará ao lado do prédio da Escola Politécnica, na Cidade Universitária. As fundações do prédio foram equipadas com tubos de PEAD, por onde vai circular água para a troca de calor com o subsolo para resfriar ambientes.

“A nossa ideia aqui é avaliar por meio de testes e monitoramentos o quanto poderemos reduzir o consumo de energia elétrica para ar-condicionado, que tem crescido nos últimos anos”, comenta a especialista. Além disso, destaca a professora, trata-se de uma energia limpa, que pode ajudar na redução da emissão de carbono na atmosfera.

Segundo a professora, há uma variedade de opções no uso dessa energia. Construções já existentes também podem ganhar adaptações a partir de escavação de poços ou valas para montagem do sistema. Para o uso desta energia, prédios podem receber redes de tubos nos pisos, tetos e paredes para circulação de água que vai aquecer ou resfriar os ambientes.

A engenheira acrescenta que como a demanda para climatização do edifício do CICs em construção é apenas para resfriamento de ambientes, diferente dos casos de uso de geotermia superficial em outros países, onde a demanda para resfriamento e aquecimento de ambientes é equilibrada ao longo do ano, um dos desafios do estudo está em observar se a contínua rejeição de calor no subsolo ao longo do tempo aumentará a sua temperatura, influenciando na eficiência do sistema. E se o comportamento das fundações é afetado.

Ela pondera que o monitoramento contínuo neste estudo poderá apontar a ocorrência de acúmulo de calor no solo e, portanto, mostrar se será necessário o uso de estratégias como ativar e desativar a troca de calor em parte das fundações ou extrair calor do subsolo para aquecimento de água ou ambientes.

Projeto abordará agenda preocupada com o meio ambiente

No site do CICS, da USP, o projeto do Living Lab mostra a construção de um prédio que servirá de suporte para diversas aplicações de engenharia e arquitetura voltadas para uma agenda preocupada com o meio ambiente. “O projeto inclui soluções água, energia – incluindo geração decentralizada de energia na direção de edifício com zero-net energy balanço – condicionamento ambiental, iluminação, sistema construtivos, uso de novos materiais”.

De acordo com a proposta, “as características de Living Lab fazem um edifício para demonstrar soluções avançadas de instrumentação de edifícios. A vocação de demonstrar empurrar as fronteiras da tecnologia valoriza a busca de soluções que permitam maximizar os benefícios do processo produtivo, com soluções multifuncionais, sistemas reusáveis, sistemas adaptáveis ou ativos e geração decentralizada de energia. A integração dos edifícios ao mundo digital inclui soluções da área de internet-of-things (IoT), planejamento da vida útil, são também interesses.”, informa o site do projeto, que foi lançado em 2016 e agora está sendo retomado.

Créditos da matéria: https://www.terra.com.br/

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Sanepar usa energia renovável para secar lodo de esgoto

Sanepar está implantando um novo sistema de secagem do lodo gerado na estação de tratamento de esgoto (ETE) Atuba Sul, em Curitiba, que utiliza biogás e biomassa como fonte de energia.

Além de ser mais econômico, o novo processo traz benefícios ambientais. Graças à essa tecnologia, a Sanepar deixará de enviar para aterro sanitário todo mês cerca de 3.800 toneladas do lodo gerado na maior estação de esgoto do estado.

No sistema convencional atual, que utiliza centrífuga, o lodo sai com cerca de 80% de umidade. No novo processo, ele passará por um sistema de secagem térmica, que o deixará com apenas 20% de umidade. Depois, irá para um gerador de calor que efetuará sua conversão térmica.

Assim, haverá uma redução de mais de 90% no volume do produto. Esse processo de secagem é ambientalmente sustentável por usar o gás gerado na estação, chamado de biogás, além da biomassa, que irá produzir mais calor, num sistema de autoalimentação.

Outra vantagem é que a secagem térmica elimina os micro-organismos patogênicos presentes no lodo, substituindo o uso de cal na higienização do material.

“A Sanepar vem buscando eficiência em todos os processos e sempre associando essa eficiência com a proteção ambiental. Na ETA Atuba Sul, estamos implantando um processo inovador baseado em conceitos de eficiência energética e economia circular”, diz o diretor-presidente da Sanepar, Claudio Stabile.

Com a conclusão das obras do sistema de secagem térmica, a operação deverá ter início no segundo semestre deste ano. A ETE Atuba Sul recebe o efluente doméstico de mais de 800 mil pessoas.

Créditos da matéria: https://saneamentobasico.com.br/

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Ideias Inovadoras – estudantes da USP

Ideia desenvolvida por equipe de estudantes da USP foi premiada em desafio internacional; projeto alia as estufas verticais à arquitetura das cidades e considera impacto social e economia.

Você sabe o que é uma estufa urbana? Ela é como as estufas tradicionais, um espaço artificial feito para o cultivo, porém em uma construção vertical adaptada para grandes metrópoles. Por aliar sustentabilidade e tecnologia, especialistas acreditam que as estufas verticais podem revolucionar a produção de alimentos. Com a demanda de produção em larga escala para uma população cada vez maior, elas evitariam impactos ambientais nas áreas rurais, como a perda de biomas, e poderiam realizar todo o processo nas próprias cidades, barateando custos, diminuindo perdas e envolvendo os cidadãos, o que incentivaria hábitos de vida saudáveis e sustentáveis.

É nesse contexto que foi desenvolvido o Cora, projeto criado por alunos da USP que foi premiado na categoria Health & Lifestyle no BRICS Award, um desafio de ideias para promoção da qualidade de vida das pessoas e do intercâmbio de soluções entre os países que compõem o bloco das nações emergentes: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

O Cora agrupa diversas atividades da cadeia produtiva dos alimentos em um único espaço, englobando o cultivo, a venda in natura dos alimentos e a comercialização de refeições. Além disso, abrange o descarte dos resíduos orgânicos, que podem ser utilizados no sistema de cultivo, como a composteira que gera o adubo e o biodigestor, que produz parte da energia utilizada pelo empreendimento arquitetônico. E como esse tipo de projeto requer conhecimentos de várias áreas, foi necessário formar uma equipe multidisciplinar, com nove estudantes vindos de dois cursos diferentes: Engenharia Agronômica, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) de Piracicaba, e Arquitetura, do Instituto de Arquitetura e Urbanismo (IAU) de São Carlos.

Confira o vídeo com a maquete eletrônica e áreas que fazem parte do projeto Cora – Construção da Agricultura Revolucionária

Um projeto mais ousado

O projeto Cora surgiu da ideia dos estudantes participarem do desafio internacional de estufas urbanas Urban Greenhouse Challenge de 2019, onde acabaram se classificando entre os seis melhores colocados, considerando competidores de 79 universidades de diversos países, como Espanha, França, Holanda, Israel e Coreia do Sul. Nessa proposta inicial, a tarefa consistiu na construção de uma estufa urbana para a cidade de Dongguan, uma das maiores áreas urbanas do mundo, localizada no centro de inovação da China. O trabalho partiu de estudos sobre a cidade, como características arquitetônicas, culturais e estrutura econômica do município chinês.

“O desafio propunha explorar o potencial da agricultura urbana de forma circular e sustentável envolvendo conhecimentos multidisciplinares. A estufa deveria ser icônica, produzir alimentos seguros e saudáveis para a vizinhança local e estimular um estilo de vida saudável e interações entre os cidadãos”, explica a integrante da equipe Natália Jacomino, estudante de Arquitetura e Urbanismo no IAU. Ainda de acordo com ela, o desafio do grupo não era apenas no desenvolvimento de um espaço voltado à produção, mas também um edifício tecnológico, sustentável e que tivesse áreas destinadas ao uso social, educacional e recreativo.

No decorrer dos estudos, o projeto sofreu adaptações. Inicialmente, o prédio tinha quatro pisos. “A nossa intenção principal era criar um monumento dentro do parque, mas não um marco na paisagem da cidade de Dongguan”, conta Juliana Santos, recém-formada arquitetura pelo IAU. “Quando recebemos o feedback dos jurados, que apontaram que nosso edifício era modesto em comparação aos outros, isso foi o norteador para nós. Optamos por dobrar o número de pavimentos e mudar completamente a materialidade do edifício para madeira, aumentando a quantidade de alimentos produzidos”, completa.

 

Créditos da matéria: https://www.ecycle.com.br/

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Economia Circular e Consumo Consciente

A lógica de que os produtos e suas matéria-primas não acabam está se impondo. O melhor que as empresas têm a fazer é incorporá-la logo a suas operações.

Não há dúvidas que o ano de 2020 marcou a humanidade. Estamos próximos demais dele para enxergar isso, mas aposto que, em um futuro não muito distante, veremos os livros escolares dividindo a história do mundo entre antes e depois da Covid-19. Hoje ainda vivemos no meio de muitas incertezas, mas creio que dá para afirmar ao menos uma coisa: que começaremos a ver, em 2021, uma agenda mundial muito mais pautada em engenharia social e economia circular. E as empresas precisam olhar atentamente para esses dois pontos. A economia linear – segundo a qual os materiais são extraídos da natureza, industrializados, comercializados e descartados – está colocando nosso planeta no vermelho – ou seja, fazendo-o gastar mais do que ganha. Isso, desde antes da pandemia, ano após ano. Em cada país, ela tem entrado no vermelho em dias distintos. Em 2019, por exemplo, isso aconteceu em 15 de março nos EUA e em 31 de julho no Brasil.

Significa que, em 15 de março, os EUA utilizaram os recursos naturais que deveria ser disponibilizados ao longo do ano de 2019 inteiro. E que, em 31 de julho, nós fizemos a mesma coisa. Para que se possa ter parâmetro de comparação, na década de 1970, o dia de sobrecarga da Terra de modo geral era 29 de dezembro.

Essa evidência deixa claro que não tem saída: ou haverá uma renovação completa na economia, política e sociedade ou haverá uma renovação completa na economia, política e sociedade. A renovação já vinha ocorrendo, na verdade, mas a pandemia a impulsionou. Agora, falamos de uma reinicialização do mundo, como diz o Fórum Econômico Mundial, o grande reset. E isso deverá ter três prioridades:

Primeira: Tornar o mundo mais resiliente para eventuais novas surpresas, cisnes negros, como são chamados, talvez diferentes tipos de vírus.

Segunda: Tornar o mundo mais inclusivo, justo e equilibrado, pois atingimos níveis insustentáveis de pessoas em situação de vulnerabilidade.

Terceira: Tornar o mundo muito mais verde, colocando todos os esforços na descarbonização e preservação de recursos, para evitar uma catástrofe ainda maior. Dessa maneira, podemos esperar para os próximos anos uma agenda muito mais pautada em engenharia social e, o que é o meu assunto aqui, economia circular. A boa notícia é que a quarta revolução industrial trouxe ferramentas tecnológicas que facilitaram a implementação dos conceitos da economia circular como nunca havíamos visto antes, criando uma gama imensa de possibilidades de novos negócios.

ENTENDENDO MELHOR O CONCEITO

O conceito economia circular é um vetor resultante de escolas de pensamentos como o pensamento em ciclos e/ou economia de performance, criado pelo arquiteto Suíço Walter R. Stahel durante a década de 1970, com o conhecido conceito “do berço ao berço” que propõe que o produto deve ser pensado desde de sua concepção até seu descarte correto, em seguida emerge o conceito da ecologia industrial, ainda durante a década de 1970, com forte presença no Japão, introduzindo a simbiose industrial, e após alguns anos mais tarde em 1994, John T. Lyle apresentaria o conceito do design regenerativo, pautado no equilibro entre eficiência e resiliência, colaboração e competição, diversidade e coerência observando a necessidade do todo.

Mais recentemente no início do século 21, a bióloga Janine Benyus, em uma abordagem tecnicista inspirada na natureza, adiciona a tudo isso a biomimética, que consiste em copiar os processos bioquímicos observados na natureza para a gestão de fluxos de energias e materiais e reúne biologia, engenharia, designer e planejamento de negócios na busca da mimetização do que é natural. É relevante ter em mente que, apesar de a economia circular ser muito frequentemente associada a meio ambiente e preservação do planeta, sua cesta é muito maior – na verdade é uma terminologia que está cada vez mais próxima a economia e estratégia empresarial. A melhor expressão holística da circularidade é o diagrama borboleta, criado pela Ellen MacArthur Foundation, organização de referência mundial em economia circular (não confundir com MacArthur Foundation). O diagrama, copiado abaixo, é dividido em ciclo biológico e ciclo técnico, e serve como um mapa para a circularidade.

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PRODUTO VIRA SERVIÇO

Uma das maneiras de entender a economia circular é perceber que, em muitos casos, ela transforma produtos em serviços. Vou dar o exemplo do transporte compartilhado. Quando debruçamos sobre dados apresentados pela University of Berkeley, vemos que a porcentagem da utilização real de um automóvel (de qualquer um) em média é de apenas 4% do tempo; nos demais 96% o veículo fica estacionado. Estratificando esses 4% temos que: 0,5% equivale ao tempo preso em congestionamentos, 0,8% buscando vagas para estacionar e por fim, somente 2,6% corresponde a utilização útil. Além disso da capacidade total de 5 pessoas por veículo, a média de utilização é de apenas 1,5 pessoa por viagem, e as estatísticas ficam ainda mais impressionantes quando vemos que, em média, uma família americana disponibiliza aproximadamente 20% da renda familiar na compra de um carro. Diante destes números, vem o seguinte questionamento: Todos nós precisamos ter um veículo? A ineficiência acima pode virar uma oportunidade de negócio, aproveitada com ajuda da tecnologia, como ocorreu com a Uber, que transformou o produto carro em serviço. Mas, para que façamos o mesmo, precisamos mudar nosso mindset e passar a enxergar produtos como serviços. Existem três principais maneiras de transformar produtos em serviços:

 

Transformação de produto em serviço orientado para produto: O produto muda de propriedade, mas vem com serviços relacionados, como manutenção e reparos.

Transformação de produto em serviço orientado para o uso: O que é vendido é o uso do produto, não sua propriedade, o que inclui o aluguel por parte de uma empresa ou entre membros de uma mesma sociedade.

Transformação de produto em serviço orientado para o resultado: Os fabricantes mantêm a propriedade do produto e comercializam os resultados.

Exemplo, vender documentos impressos em vez de impressoras e tinta, iluminação ao invés de lâmpadas.

TENDÊNCIAS (SEM VOLTA)

Uma maneira de começar a embarcar na economia circular é observar suas tendências para o ano de 2021, descritas pela revista Fast Company, que eu trago aqui.

 

  1. Locação de produtos e transformação de produtos em serviço.

Essa primeira tendência é o que acabamos de falar, e as empresas tradicionais vêm aderindo à onda. A Philips, criou uma solução para um aeroporto em Amsterdã no qual, em vez de vender lâmpadas ela fornece iluminação como serviço – assim, assegura a substituição quando necessário, e os equipamentos avariados são remanufaturados e reintroduzidos no sistema. A Michelin oferece um modelo de negócio que a empresa paga pela milhagem rodada de seus pneus. Nos Estados Unidos, a Urban Outfitters anunciou que vai entrar de cabeça no mercado de aluguel de roupas. No Brasil, as marcas de carros Toyota, Volkswagen, Audi e Renault também estão olhando para esse mercado e já disponibilizam o modelo de locação de veículos. Porém há muito ainda para fazer.

  1. Reutilização de embalagens em geral.

Como diz a Fast Company, várias empresas estão testando embalagens reutilizáveis, com o McDonald’s para as xícaras de café e o Burger King, que estuda novas embalagens para o Whopper. A Nestlé iniciou testes de reabastecimento em lojas de café. Há inovações como a Loop, sistema de entrega de alimentos do iFood, e o sorvete Haagen-Daz em embalagem retornáveis para posterior reutilização. A Unilever vai lançar uma embalagem fabricada em aço inoxidável para o desodorante Dove que pode ser reabastecida. “É um produto com design lindo”, diz Joe Iles sobre o novo “contêiner” do desodorante Dove. Iles é o líder do programa de design circular da Ellen MacArthur Foundation.

  1. Redução do uso de embalagens plásticas e melhora na “reciclabilidade”.

A Walmart do Canadá já parou de embalar individualmente alguns produtos com filme plástico. A Infarm, que atua em Berlim e outras cidades alemãs, cultiva verduras e ervas nas dependências dos supermercados, o que, além de proporcionar uma excelente experiência de compra ao cliente (a de comprar produtos colhidos na hora), elimina completamente a embalagens e emissões de CO2 com o transporte.

Ainda há uma maciça utilização de embalagens plásticas, é claro, mas os designers estão se empenhando para facilitar a reciclagem como por exemplo, garrafas d’água sem rótulo. Inovações como estas serão crescentes e necessárias uma vez que a “ilha” de plástico no oceano atualmente possui dimensões estimadas em nove vezes o território de Portugal. (E segundo relatório recente, isso pode triplicar até 2040 se continuarmos com o sistema linear habitual.)

  1. Mais empresas passarão a aceitar os produtos de volta quando você acabar de usá-los.

De olho no crescente mercado de produtos usados, a fabricante de jeans Levi’s inicia um movimento de comprar produtos que você não quiser mais. A Patagônia já é conhecida por recuperar peças reformando-as e reintroduzindo-as no mercado e a Ilkea (Tok Stok do hemisfério Norte) abandonou seu icônico catalogo de papel e promete se tornar uma empresa circular até o final dessa década, para isso ela se dedica em um modelos de logística reversa e negócios circulares. No Brasil, várias startups que funcionam como brechós online são símbolo da economia circular. A Repassa, por exemplo, acaba de receber um aporte de R$ 7,5 milhões e já comercializa cerca de 50.000 peças por mês.

  1. Economia circular entra como parte da estratégia das empresas para lidar com o clima.

Com a crescente mudança para fontes de energia renovável e outras medidas para a redução da pegada de carbono, as empresas perceberam que a economia circular é uma grande aliada nessa direção. Como Iles, da Ellen MacArthur Foundation, explicou para a Fast Company qcerca de 45% das emissões de gases de efeito estufa são oriundas da fabricação, utilização dos produtos, e de como administramos a terra de forma geral. Não é pouco, concorda? Então, reparar ou re-manufaturar um produto para posterior revenda pode evitar grande parte do impacto climático de fazer o mesmo produto novamente e, naturalmente preserva grande parte do valor agregado da industrialização.

  1. Mais governos vão incentivar a economia circular.

A economia circular vem ganhando muita notoriedade nas discussões governamentais, conquistando fortes aliados em direção a um mundo mais circular, por exemplo, o Fórum Econômico Mundial vem colocando cada vez mais em pauta o assunto. O Canadá proibirá a utilização de sacolas, canudos, e outros descartáveis fabricados de plásticos até o final deste ano (partes do Brasil estão nesse caminho, mas outras não). A Noruega possui meta de ter 100% da frota de carros elétricos ou híbridos até 2025 (como o Brasil tem o etanol, este processo tende a ser mais lento aqui.)

O PAPEL-CHAVE DOS DESIGNERS

Os designers (de produtos, serviços, experiências) são peça fundamental de mudança da economia linear para a circular. As decisões que eles tomarem no dia a dia influenciarão o quanto a economia de uma empresa será linear ou circular. Dê atenção, portanto, aos seus designers, sejam eles internos ou terceirizados.

O ANO DE 2021 INICIA UMA NOVA DÉCADA e, com ela, um mundo com olhos mais voltados para a circularidade. Não fique de fora esperando a legislação mudar no Brasil; antecipe-se.

Créditos da matéria: https://www.mitsloanreview.com.br/

Créditos da imagem:  Shutterstock e Gordon Johnson e kmicican em Pixabay

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Cientistas descobrem forma inédita de armazenar energia solar

Uma equipe de pesquisadores da Universidade de Lancaster, no Reino Unido, publicou recentemente um estudo, na revista Chemistry of Materials, que pode revolucionar a pesquisa de energias limpas renováveis: trata-se de uma nova maneira de armazenar energia solar, durante vários meses, com opção de liberá-la sob demanda, para produzir calor.

Após análise de um material cristalino, os pesquisadores descobriram que ele é capaz de capturar e armazenar quantidades significativas de energia solar durante os meses de verão, com dias claros e ensolarados, para utilizá-la no inverno. O método proposto poderia até mesmo ser aplicado no aquecimento suplementar de casas e escritórios.

O novo material foi desenvolvido a partir de uma “estrutura metal-orgânica” (MOF) que consiste em íons metálicos interligados em estruturas tridimensionais. Como esses MOF’s são porosos, moléculas especiais carregadas são hospedadas nesses poros, e conseguem absorver a luz ultravioleta e depois mudar de forma quando a luz ou o calor são aplicados.

A partir de um composto MOF, preparado por outros pesquisadores da Universidade de Kyoto, no Japão, chamado de DMOF1, a equipe de Lancaster teve a ideia de utilizá-lo com o objetivo de armazenar energia, algo que não havia sido pesquisado antes.

Os poros do MOF foram carregados com moléculas de azobenzeno, um composto que absorve fortemente a luz. O processo foi capaz de armazenar a energia da luz ultravioleta da mesma forma que uma mola dobrada. Os poros do MOF prendem as células de forma tensionada por longos períodos de tempo na temperatura ambiente.

Para liberar a energia, é utilizada uma pequena fonte de calor externo, como gatilho, apenas para mudar o estado do MOF, o que ocorre de forma muito rápida, como uma mola voltando para a sua posição original. Isso fornece um aumento de calor que pode ser usado para aquecer outros materiais ou dispositivos.

 

Créditos da matéria: https://www.tecmundo.com.br/

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