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Gigante de motores a diesel planeja futuro com tecnologia de emissão zero

A Cummins é uma das principais fabricantes de motores a diesel para serviços pesados, mas a empresa está se preparando para um futuro de zero emissões com grandes planos para fornecer sistemas de energia elétrica a hidrogênio e eletrolisadores que produzem combustível limpo. Embora seu principal mercado seja o de caminhões, trens e ônibus parecem uma maior oportunidade comercial no curto prazo.

A fabricante de Columbus, no estado de Indiana, que fornece motores a diesel para barcos, picapes pesadas, caminhonetes e ônibus, traçou uma estratégia abrangente em sua apresentação denominada “Dia do Hidrogênio”. O objetivo é ter uma produção inteira a partir de células de combustível, sistemas de energia estacionários, tanques de combustível e eletrolisadores para ajudar as empresas a gerar seu próprio hidrogênio. O presidente e CEO, Tom Linebarger, disse à Forbes que a Cummins está testando grandes plataformas movidas a gás, mas espera que as operadoras de trânsito e as siderúrgicas que precisam reduzir suas emissões de carbono sejam os melhores mercados iniciais.

“Todo mundo sabe que precisamos sair dos combustíveis fósseis. A questão é quando a economia dará certo por causa de regulamentações? Ela dá certo atualmente apenas para áreas subsidiadas”, afirma o presidente. “Trens e ônibus são o foco, pois há um percurso definido. Ou seja, uma estação de abastecimento é instalada a cada extremidade do trajeto e isso é suficiente. Ao invés de várias estações, queremos o uso constante de algumas.”

O foco da Cummins no hidrogênio surge à medida que o investimento em combustível elementar aumenta em toda a indústria de transporte. Carros com células de combustível de hidrogênio com emissão zero de Toyota, Honda, Daimler e Hyundai estão em uso há mais de uma década. No entanto, o aumento dos carros elétricos a bateria patrocinados pela Tesla, de Elon Musk, e um número limitado de postos de combustível de hidrogênio tornaram a tecnologia menos atraente para veículos de passageiros. Mas ainda assim, o peso mais baixo e o tempo de reabastecimento rápido que os sistemas de energia de célula de combustível de hidrogênio oferecem em relação às baterias os tornaram cada vez mais atraentes para veículos pesados. Planos multibilionários estão tomando forma nesse setor, liderados por Toyota, Hyundai, Daimler e a startup Nikola, e a Cummins vê uma grande oportunidade de ser um fornecedor importante.

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Semi-caminhão movido pelo sistema de célula de combustível da Cummins

As células de combustível geram eletricidade sob demanda, tendo apenas água como subproduto e apontadas como uma opção de veículo limpo por décadas, embora altos custos, durabilidade e falta de postos de combustível de hidrogênio tenham limitado seu apelo. Embora Musk tenha criticado duramente o hidrogênio por anos, reclamando de sua ineficiência em relação às baterias, um número crescente de fabricantes vê um potencial significativo para a tecnologia, especialmente à medida que a produção de hidrogênio de fontes renováveis, em vez de gás natural, se torna viável.

Sobre a visão de Musk, “eu diria apenas que aqueles que têm apenas uma resposta, irão defendê-la até o fim”, disse Linebarger. Além disso, tanto para armazenamento de energia em grande escala como para aplicações industriais, haverá um grande aumento no uso nos próximos anos. “O hidrogênio será usado tanto em siderurgia e no refino de petróleo como no transporte. E esse problema não será resolvido com baterias.”

As vendas de equipamento eletrolisador para produzir hidrogênio devem chegar a US$ 400 milhões anuais até 2025, segundo a Cummins.

O cenário político também interfere no desempenho da companhia e ela pode se beneficiar com a eleição de Joe Biden como novo presidente dos Estados Unidos. O democrata prioriza políticas que cortam as emissões de carbono e promove o maior uso de veículos elétricos para ajudar a enfrentar as mudanças climáticas, enquanto Donald Trump focou priorizou energia fóssil e eliminou regras rígidas de economia de combustível. No entanto, a Cummins ainda não teve uma discussão formal com a nova administração sobre a tecnologia do hidrogênio.

Como a empresa detém de sistemas elétricos a diesel e a bateria, bem como o hidrogênio, “nossa ideia é tentar ser o mais honestos possível sobre o que cada uma das tecnologias oferece”, diz Linebarger. “Já fiz contato com o governo Biden e continuamos a defender a ideia.”

Por fim, a Cummins fornecerá motores a hidrogênio para caminhões pesados. O mercado, no entanto, levará mais tempo para se desenvolver, pois é necessária uma redução de custos adicionais para atingir a paridade com os sistemas de energia a diesel, diz Amy Davis, que lidera a nova divisão de energia da empresa.

célula de combustível Cummins

Teste de veículos movidos a hidrogênio usando sistema de célula de combustível Cummins

“É por isso que nos concentramos no mercado de trens onde a força e os custos de combustível representam 50% dos gastos operacionais totais e são muito mais baixos do que o mercado de caminhões pesados, que está acima de 80%”, disse Amy. A empresa fez parceria com o conglomerado industrial europeu Alstom para fornecer um sistema de energia de célula de combustível para o trem de passageiros Coradia iLint que já está operando na Alemanha.

Em relação aos caminhões, Amy aponta que “os trens operam em rotas fixas e exigem menor infraestrutura em termos de reabastecimento de hidrogênio, um fator importante”. Além disso, segundo ela, “há um apoio oferecido aos subsídios públicos e o custo incremental para comprar um trem a hidrogênio é menor do que o custo de transformar as ferrovias. Todas essas questões geram taxas de adoção variadas, com maior adesão de trens e ônibus nos primeiros anos e, a longo prazo, a produção de caminhões pesados.”

Créditos da matéria: https://forbes.com.br/

Créditos da imagem: Divulgação / Cummins

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Conheça a cidade inteligente no Japão

As cidades inteligentes têm monitoramento, mobilidade elétrica, energia sustentável e muito mais. Confira na matéria:

A maioria dos centros urbanos brasileiros apresentou um crescimento não planejado e acelerado. Em função disso, grandes cidades são sempre associadas a cenários caóticos, onde o crime e a confusão imperam. A organização no projeto de uma cidade é essencial para seu bem-estar e isso se mostra inquestionável quando analisamos Fujisawa SST.

Localizada a aproximadamente 50 quilômetros de Tóquio, a cidade inaugurada em 2014 possui um terreno de 180 mil metros quadrados. Com capacidade para até 1000 famílias, sua construção é um projeto da Panasonic com apoio de sete empresas japonesas e uma norte-americana.

Fujisawa SST é uma cidade inteligente. Isso quer dizer que apresenta diferentes tipos de sensores interligados para coletar dados e usá-los no gerenciamento de recursos. Desse modo, há uma otimização nas operações e serviços da cidade. Segundo os desenvolvedores, a intenção era “criar um conceito de comunidade inteligente baseado no conforto residencial, características regionais e padrões de vida futuros – levando em consideração aspectos como energia, segurança, mobilidade e bem-estar”.

Energia

A cidade é coberta por inúmeros painéis solares que, juntos, são responsáveis por 30% do abastecimento local. O excedente é armazenado em baterias que, segundo o Diretor Geral da PanaHome Corporation, já apresentam uma reserva para três dias. Assim, em uma eventual emergência, os moradores poderão continuar suas vidas.

A utilização de fontes renováveis em larga escala mostra resultados concretos – quando comparada com outras cidades, Fujisawa SST apresenta uma redução de 70% na emissão de C02 e de 30% no consumo de água.

Dentro das casas, a tecnologia também colabora com o meio ambiente. Além de todas as luzes serem do tipo LED, os moradores têm acesso a um portal (aplicativo) no qual é possível acompanhar em tempo real o consumo de água e eletricidade. Segundo uma residente da cidade, “ter acesso a esses dados é um fator motivacional para se tornar mais preocupado com o meio ambiente.”

Segurança

A cidade apresenta um sistema de câmeras interligado que é acompanhado por uma equipe de vigilância 24 horas por dia. Segundo os moradores, esse sistema tranquiliza e respeita suas privacidades.

Mobilidade

O sistema de mobilidade adotado pela cidade permite que os residentes compartilhem carros elétricos e bicicletas. Pelo mesmo aplicativo utilizado para acompanhar o gasto de energia, os moradores podem reservar o veículo e utiliza-lo com hora marcada.

A ideia nesse sistema é que os habitantes adotem uma vida mais ativa, alternando entre carro, bicicleta e caminhada. Assim eles não ficariam presos a um único tipo.

Bem-estar

O bem-estar dos cidadãos é muito importante para o funcionamento da cidade. Por isso, todo o mês a prefeitura organiza eventos interativos, como oficinas de artesanato e gincanas, para assim “criar um sentimento de união entre os moradores”.

Nas ruas de Fujisawa SST não é possível observar postes e cabos elétricos suspensos. A rede elétrica é subterrânea com o intuito de deixar a cidade limpa visualmente.

Até o design urbano foi meticulosamente planejado. A disposição dos bloco residenciais foi feita de uma maneira que o vento circula melhor pela cidade e as casas recebem mais iluminação natural.

Futuro

A cidade teve uma enorme procura por parte de estrangeiros. E segundo a Panasonic, a intenção é levar a ideia para outras cidades do Japão e inclusive para outros países.

Créditos da matéria: https://ecoinforme.com.br/

Créditos da imagem: Fujisawasst.com

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Crise da Covid-19 abre caminho para ônibus elétrico e futuro menos poluído

Devido ao momento atual, crise da Covid-19, ideias precisam ser implementadas. Acelerar alguns dos projetos que contribuirão para sociedade e o meio ambiente. Confira a matéria:

ônibus elétrico

Em maio de 1900, São Paulo inaugurou sua primeira linha de bonde elétrico. Passados 120 anos, os bondes desapareceram de suas ruas, os trólebus viveram auge e declínio, o metrô demorou a aparecer e pouco se expandiu, e os ônibus a diesel e a poluição dominaram a paisagem. Agora, a maior metrópole sul-americana, assim como outras cidades brasileiras, precisa voltar para a eletricidade como principal matriz energética para cumprir o acordo de Paris sobre mudanças climáticas.

Por um lado, a freada brusca de 2020 devido à pandemia do coronavírus deu uma amostra que é possível reduzir a poluição. Por outro, especialistas apontam que agora, com a necessidade dos governos pelo mundo de injetar dinheiro para movimentar a economia, seria o momento certo para acelerar a expansão da chamada eletromobilidade.

“É óbvio que a melhor saída é a eletrificação. Isso globalmente. Além de ser mais solução limpa e barata para o transporte, essa energia vai reduzir os gastos com o já sobrecarregado sistema de saúde, afinal, a poluição reduz pelo menos três anos de vida das pessoas nas grandes cidades”, apontou Carlos Nobre, especialista em aquecimento global e presidente do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas.

Precisamos de mais transporte público e mais transporte elétrico. E que as pessoas também usem carros, bicicletas, patinetes elétricos apenas para percorrer pequenos trechos. Seria algo complementar: uma rede capilar que alimentasse o tronco principal para o transporte de massa. Tudo por eletricidade. André Luis Ferreira, diretor executivo do Instituto de Energia e Meio Ambiente.

Mas o Brasil já parte atrasado para esse destino: tem apenas 28 ônibus a bateria em circulação atualmente. O Chile já conta com mais de mil deles, comprados da China, o país que é a ponta de lança dessa tecnologia.

Os chilenos aplicaram a receita dada pelo Banco Mundial e o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento): as prefeituras compram os veículos elétricos, com financiamento desses organismos multilaterais, e repassam para as empresas se encarreguarem da operação. O Plano Nacional de Eletromobilidade teria como principal palco de exibição a COP (Conferência de Mudança Climática) em 2019 em Santiago, mas a onda de protestos no país fez o evento migrar para a Espanha e a ação de marketing ficou frustrada.

O México e a Colômbia, que também estão à frente do Brasil na utilização após a aquisição de veículos chineses, seguiram a mesma estratégia.

“As indústrias brasileiras de ônibus ganhavam todas as licitações da América Latina, mas nós ficamos para trás na tecnologia elétrica e estamos perdendo espaço para os chineses”, afirma Iêda de Oliveira, diretora da ABVE (Associação Brasileira de Veículos Elétricos) e da Eletra, a principal fabricante brasileira de ônibus elétricos e trólebus.

ônibus elétrico

Futuro eletrizante

A China conseguiu eletrificar totalmente a frota de suas grandes cidades até 2020 (500 mil veículos), aproveitando para reduzir em até 30% a poluição urbana, além de desenvolver a tecnologia e ganhar escala para conquistar mercados pelo planeta. Em 2010, o governo chinês determinou que o transporte elétrico seria um dos 12 setores promissores que o país iria investir para alavancar sua economia. Fizeram uma lei para eletrificar todas as cidades com mais de 100 mil habitantes e cumpriram.

“Foi um pensamento estratégico do governo chinês. Afinal, a eletromobilidade é uma indústria do futuro, diminui a poluição e cria segurança energética, diminuindo a dependência de fontes que são importadas por eles”, analisa Adalberto Maluf, que é presidente da ABVE e diretor de marketing e sustentabilidade da BYD, fábrica chinesa que é a maior produtora mundial de ônibus elétricos.

Os dois acreditam que deveria haver incentivos oficiais para o setor deslanchar. “O BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social] deveria ter uma linha de financiamento para acelerar a área. Ainda mais agora que precisamos de uma retomada na economia. O ônibus elétrico não é só uma questão ambiental: é uma questão de sobrevivência para toda uma indústria no país”, analisa Oliveira – o Brasil é o maior fabricante de ônibus da América Latina.

Para Maluf, é difícil falar em investimentos e incentivos fiscais em um momento em que as empresas de transporte urbano estão entrando em prejuízos pela quarentena (caiu 30% da oferta de ônibus e 70% do movimento de passageiros). Mas ele acredita que o caminho está na política local e nas legislações municipais. “O governo federal não tem mostrado interesse ambiental, mas são os prefeitos que estão liderando a agenda climática e fazendo as mudanças. Isso tem acontecido no Brasil, mas também nos EUA”, opina Maluf, que cita o exemplo de Los Angeles, que já tem toda a frota a gás desde o século passado e quer eletrificar tudo até 2030.

Para Paulo Henrique de Mello Sant’Ana, professor do Centro de Engenharia, Modelagem e Ciências Sociais Aplicadas da Universidade Federal do ABC, é o financiamento público que pode tirar essa tecnologia do papel e dos “projetos-piloto”. “Não tem jeito. O custo inicial agora é muito pesado porque os ônibus elétricos custam mais do que o dobro que os a combustão. Mas o custo de operação é bem mais barato para esse investimento”, afirma Sant’Ana, que fez pesquisa na Universidade de Berkeley (EUA), sobre os modelos de implementação.

O que mais encarece essa tecnologia é a bateria, mas seu preço cai 10% ano a ano devido à escala que a produção vai tomando globalmente. O cálculo de Sant’Ana é que, até 2030, o ônibus elétrico custe o mesmo que um convencional.

ônibus elétrico

Cidades começam a se mexer.

Campinas, por exemplo, criou um corredor de ônibus elétricos, e cidades como São José dos Campos e Salvador vão pelo mesmo caminho. Por sua vez, a prefeitura de São Paulo, com Gilberto Kassab à época, estipulou em 2009 que em dez anos 50% da frota da cidade seria movida sem a utilização de combustível fóssil. Nada andou, e em 2018, o então mandatário paulistano, João Doria, renovou as promessas após a Câmara Municipal criar e aprovar nova lei: em 2028, 50%, e em 2038, 100%, sem estipular quais fontes de energia seriam usadas nem a estratégia financeira para chegar até lá.

Segundo Rafael Calabria, coordenador do programa de mobilidade do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor), as discussões estão emperradas. “O cronograma para renovação da frota está em análise desde setembro de 2019. Cobramos providências em janeiro, a resposta só veio em março – às vésperas da quarentena. Se a prefeitura já estava se esquivando antes, imagina agora com a pandemia”, critica Calabria.

Ele lembra que o auxílio de R$ 60 bilhões do governo federal a Estados e municípios, que está sendo discutido no Congresso para combater a crise atual, não detalhe em que áreas serão gastos esses recursos e que, a princípio, prefeitos e governadores é que escolherão onde destinar essa verba.

bonde elétrico

Tudo é passageiro

O bonde elétrico teve tamanha expansão em São Paulo que nos anos 1940 a cidade chegou a contar com 225 quilômetros de extensão (bem maior que os atuais 101 quilômetros do metrô paulistano) – o Rio de Janeiro, que ainda conta com o turístico bondinho de Santa Teresa, tinha naqueles idos quase 500 quilômetros de trilhos.

Em 1968, o bonde paulistano fez sua última viagem. Nessa época, era o trólebus (ônibus com alavancas conectadas a fios) estava em expansão e chegou a ter 343 quilômetros de extensão nas décadas de 1980 e 1990. Hoje em dia, estão por volta de 200 quilômetros, com trechos de fiação sendo arrancados no início do século 20 das avenidas da zona oeste, sul e norte da cidade. “Há muito preconceito com o trólebus. Na época da retirada se argumentou que era estética. Mas o fio que você vê é um sistema muito mais limpa que os poluentes que você não vê e te matam”, argumenta Oliveira.

O transporte da cidade viveu ao sabor das crises energéticas. As linhas de ônibus a combustão ganharam importância quando uma seca entre os anos 1923 e 1924 comprometeu o fornecimento de energia elétrica em São Paulo. Em 1927, a empresa canadense Light apresentou um projeto de construção de metrô, mas a ideia acabou arquivada.

Já o metrô de São Paulo só virou realidade na década de 1970, quando o mundo vivia o período das grandes crises do petróleo. Mas o transporte subterrâneo paulistano cresceu muito devagar e até hoje é pouco extenso comparado com outras metrópoles do mesmo porte, como Nova York, Buenos Aires e Cidade do México.

“A eletromobilidade também tira pressão sobre as tarifas. Você tem a opção de recarregar com energia solar, o que barateia mais ainda”, aponta Maluf. Ele diz que sua empresa apresenta aos clientes a opção de alugar a bateria de lítio e o direito de recarga para facilitar a aquisição e aliviar os custos. Segundo Maluf, isso faz os custos do ônibus elétrico se aproximarem do modelo convencional.

Nessa conta, tem que entrar também a economia em saúde da população. Segundo cálculo do Instituto Saúde e Sustentabilidade, o país perde R$ 54 bilhões entre mortes, internações, custos hospitalares e perda na produtividade devido à poluição. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), este motivo também é a cause de sete milhões de óbitos no mundo anualmente, sendo 50 mil no Brasil (10 mil na Grande São Paulo).

A BYD tem uma fábrica de veículos em Campinas e uma montadora de baterias em Manaus, com 70% dos componentes vindos da China. Já a Eletra possui fábrica no ABC Paulista e uma parceria com a empresa Moura para produzir baterias para seus ônibus elétricos.

“O futuro é ter uma diversidade de fontes de energia para evitar dependências e oscilações. Pode ser ônibus a bateria, trólebus, a gás, biocombustível. E mesmo gasolina ou diesel, para as grandes distâncias. Há ainda os híbridos. Cada tipo tem uma indicação e utilidade. O que não pode é a indústria nacional ficar para trás por falta de financiamento e visão por parte do governo”, criticou Oliveira.

carro elétrico

E os carros elétricos

O presidente e seu filho deputado, Jair e Eduardo Bolsonaro, andaram tuitando no início deste ano que a Tesla, maior fabricante de veículos elétricos do mundo, poderia implantar uma fábrica no Brasil para produzir seus carros por aqui. Mas nada foi confirmado pela empresa, que inaugurou sua primeira unidade fora dos EUA no fim do ano passado, em Xangai, na China, e anunciou planos de expansão para a Europa.

O preço alto (R$ 320 mil é o modelo mais barato) e a necessidade de dar escala à produção (um mínimo de 60 mil unidades por ano) não ajudam para um investimento do negócio no Brasil tão cedo. “Eu estava pesquisando na Califórnia no início do ano e via muitos carros elétricos na universidade e em todo lado os locais de recarga. Sem o fomento do Estado, esse cenário vai ficar cada vez mais para o futuro”, conta Sant’Ana.

Segundo ele, seria preciso fazer uma política de isenção fiscal para tornar os carros elétricos viáveis no Brasil. “Tinha que cortar PIS, Cofins, ICMS, juros para o financiamento e o que pudesse para acelerar esse processo. Eu vejo as empresas de eletricidade se mexendo nessa direção, mas falta uma visão estratégica dos governantes”, afirma Sant’Ana.

Mas há quem acredite que a virada elétrica vai mudar o conceito de mobilidade nas cidades. “Essa dinâmica em torno dos automóveis vai mudar com a eletrificação, porque a eletromobilidade vai abarcar desde o patinete ou o skate até os ônibus articulados. As cidades foram retiradas das pessoas para dar lugar aos carros, mas a eletromobilidade pode devolver as áreas públicas para a população. Vai ser um olhar mais holístico do entorno”, afirma Flávia Consoni, do Departamento de Política Científica e Tecnológica do Instituto de Geociências da Universidade de Campinas.

Os carros são responsáveis por 50% da emissão de poluentes em uma grande cidade, e a paralisação que a quarentena e o isolamento social proporcionaram deram mostra de como o ar poderia ser mais limpo nas metrópoles.

Calabria defende que, já que eletrificação exige tanto investimento e estratégia, uma solução prática e barata seja aplicada nesses dias de menos trânsito nas grandes cidades: aumentar as faixas exclusivas para ônibus. “Quando as pessoas voltassem para seus cotidianos, encontrariam outra cidade. Essa é uma solução que só demandaria tinta e placa para sinalizar as faixas e ajudaria a reduzir a poluição.”

 

Créditos da matéria: www.uol.com.br

Créditos da imagem: Divulgação

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Rede de supermercado investe em tecnologia para publicidade consciente

Alternativas para diminuir a produção do lixo no mundo é preciso, por esse motivo, uma rede de supermercado criou uma solução para e redução de resíduos usando a Publicidade Consciente. Confira mais na matéria:

O aumento da produção de lixo no Brasil é cada dia maior. Dados da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) mostram que, em 2017, cada brasileiro gerou 378 kg de resíduos e, nesse mesmo ano, o despejo inadequado aumentou em 3%. Outro dado preocupante vem da principal forma de combate a este aumento – a reciclagem. Apenas 3% é de fato reaproveitado e reciclado, segundo estudo do Plano Nacional de Resíduos Sólidos – PNRS.

Diante disso e do aumento de lixões espalhados pelo país (cerca de 3 mil de acordo com a Abrelpe) tentativas por mais sustentabilidade e redução na produção de lixo começam a surgir nos meios empresariais, sociais e econômicos do país. Além das legislações que, por exemplo, proíbem o uso dos canudos plásticos nos estabelecimentos, mais ações começam a ser criadas, como é o caso da novidade lançada pelo Supermercado Vicari – de Araucária (PR). A rede, com 3 lojas, completou 20 anos recentemente e passou a fazer, no lugar de encartes de promoções impressos, QR Codes gigantes em outdoors espalhados pela cidade para os clientes terem os preços acessíveis na palma da mão, nos seus smartphones.

Segundo a direção da rede, o objetivo dos outdoors é despertar o interesse dos seus clientes para esta nova tecnologia, na facilidade do acesso às ofertas na hora que o cliente quiser, além de evitar o desperdício de papel e despertar ações sustentáveis.

publicidade consciente“Tentativas por mais sustentabilidade e redução na produção de lixo são nossa responsabilidade. Os empresários não devem apenas reagir as iniciativas da legislação, como foi no caso da proibição dos canudos plásticos, devem sim ter iniciativas próprias, enxergar alternativas para os resíduos que as suas empresas produzem”, diz Rodrigo Vicari – diretor do grupo.

Os outdoors estarão espalhados por oito pontos de Araucária, mas os clientes também terão à disposição imãs de geladeira com o QR Code que permite o acesso as promoções da semana. Para os clientes que ainda não são muito adeptos da tecnologia, o Vicari disponibilizará vídeos nas lojas físicas, além de incluir em canais como YouTube, Facebook e Instagram, explicando como é o acesso aos códigos espalhados pela cidade, além de colaboradores treinados para explicar a novidade. Com essa ação, o supermercado – que antes imprimia cerca de 60 mil folhetos semanais – passa a economizar entre 90% da sua despesa com material impresso, o que significa 50% da receita dos custos de marketing do estabelecimento. Além disso, são menos 480 kg de papel descartados no meio ambiente todas as semanas.

 

 

 

Créditos da matéria:  Terra

Créditos da imagem: Divulgação

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Cientistas usam a noite para obter energia renovável

Ideias que trazem benefícios para o planeta são sempre bem-vindas, como por exemplo, uma nova tecnologia que pode gerar energia para mais de 1 bilhão de pessoas. Confira mais na matéria:

Aproveitamento do calor que sobe para a atmosfera nessa fase do dia pode mudar a vida de pessoas que não têm acesso confiável à eletricidade.

Quando a geada se forma no chão durante a noite, ou gotas d’água aparecem nos pára-brisas dos carros, a causa geralmente é um fenômeno chamado resfriamento radiativo do céu. Pesquisadores americanos aproveitaram os princípios desse resfriamento para desenvolver uma maneira inovadora de produzir energia renovável à noite. O artigo no qual descrevem esse estudo foi publicado na revista “Joule”.

A abordagem poderia ser adaptada a uma tecnologia de baixo custo. Isso revolucionaria a vida de mais de 1 bilhão de pessoas no mundo que, segundo a Agência Internacional de Energia, não têm acesso confiável à eletricidade. O conceito pode ser usado como uma tecnologia autônoma ou trabalhar em combinação com a energia solar para produzir eletricidade durante o dia e a noite.

A hora da energia renovável

O resfriamento radiativo do céu é um fenômeno natural no qual uma superfície exposta ao céu expele seu calor no ar como radiação térmica. Parte desse calor sobe para a atmosfera superior e depois para áreas mais frias do espaço.

“Esse efeito ocorre naturalmente o tempo todo, especialmente em noites claras”, disse Aaswath Raman, professor da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA) que liderou o estudo. “O resultado é que o objeto que ejeta o calor, seja um carro, o solo ou um edifício, será um pouco mais frio que a temperatura ambiente.”

Captura de calor

A nova tecnologia aproveita essa diferença de temperatura capturando parte do calor do ar circundante que, de outra forma, subiria ao céu, e convertendo-a em eletricidade. Ela não envolve grandes gastos: todas as peças usadas no experimento foram compradas em lojas de suprimentos eletrônicos e não somaram US$ 30 (cerca de R$ 120).

Segundo Raman, com alguns aperfeiçoamentos, uma pequena instalação no telhado de uma casa poderia fornecer energia suficiente durante a noite para carregar um telefone celular ou iluminar uma sala com lâmpadas de LED.

“Acreditamos que essa é uma demonstração intrigante de como o frio do espaço pode ser acessado como recurso de energia renovável e resulta em quantidades modestas, porém utilizáveis, de eletricidade”, disse Raman. “Achamos que isso também poderia formar a base de uma tecnologia complementar à energia solar. Embora a produção de energia sempre seja substancialmente menor que a dos dispositivos solares, essa nova tecnologia pode operar em horas em que as células solares não podem.”

 

Créditos da matéria:  Revista Planeta

Créditos da imagem: UCLA Samueli School of Engineering

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Brasileiros inventam tecnologia de dessalinização de água que gasta menos energia

Para extrair sal da água do mar ou água salobra de reservatórios subterrâneos, a tecnologia mais utilizada atualmente é a osmose reversa. O processo é considerado de alto custo pelo material utilizado e pelo gasto com energia elétrica: uma bomba de alta pressão força a água a passar por uma membrana polimérica, que retém os sais.

Uma alternativa de dessalinização, com menor gasto de energia, é o processo de deionização capacitiva, que utiliza carvões ativados com poros nanométricos (1 nanômetro equivale a 1 milímetro dividido por 1 milhão) para retirada da salinidade da água. Carvões com características diferenciadas para essa aplicação foram desenvolvidos por pesquisadores do Departamento de Engenharia Química da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), em São Paulo. Leia mais